Capítulo 10

192 78 94
                                    

Nota: Capitulo revisado, outros erros, avise.

Caminhando pela luz, eu senti uma paz maravilhosa. Eu havia morrido e estava no céu? Prossegui andando e abri uma grande porta, que estava em pé no meio daquela grande imensidão branca. Curioso com as possibilidades para onde eu iria se entrasse nela, abri e olhei. Tamanho susto tomei quando dei de cara comigo mesmo deitado em uma cama, em um hospital, ligado a uma máquina que marcava as batidas do meu coração. Por que eu me encontrava ali novamente? Sentia-me tão bem antes de dormir... Será que eu estava tão feliz, a ponto de não ter percebido algum resquício de dor de cabeça?

Tentei tocar no meu corpo, mas foi em vão. Eu era apenas um ser de luz fora de mim mesmo. Havia vários cabos, fios, tubos e outros equipamentos ligados ao meu corpo, outros estavam na minha cabeça, parece que tudo aquilo estava me mantendo vivo. As batidas do meu coração estavam cada vez mais lentas. Aparentemente havia me acontecido algo, seria um acidente? Minha mãe estava dormindo do meu lado, não sei porque, mas eu lembrava dela dessa vez, eu não devia tê-la esquecido? Algumas memórias estavam na minha mente, meu pai, meu último aniversário, mas eu não conseguia lembrar meu nome.

Será que eu assistiria minha morte? Por isso estou aqui? Nesse mundo parece que eu não perco a memória, embora eu não saiba meu nome algumas memórias estão retornando. Como se nesse mundo eu ficasse curado... Seria errado querer ficar aqui? Acho que é injusto com minha mãe, se bem que ela ficaria melhor sem um incômodo como eu. O que estou pensando? Preciso voltar para dentro de mim e acordar! Bem que uma daquelas portas poderia ser uma entrada para meu corpo... Voltei para a imensidão branca e procurei ajuda.

— Olá? Alguém aí? — Chamei na esperança que alguém aparecesse — Como faço para voltar ao meu corpo?

— Procure a porta da vida... — Uma voz como de um anjo respondeu suavemente — Lá você achará o caminho.

— Quem é você? Achei que estava sozinho... — Ponderei a ideia, não conseguindo ver ninguém ali — Olá? Está me ouvindo?

— Richard! Por favor... Acorde... — Outra voz me chamava aos choros e gritos — Eu serei uma mãe melhor... Acorda por favor.

Dessa vez era a voz da minha mãe. Eu aparentava estar consciente, afinal estava ouvindo vozes, mas não conseguia ver ninguém. Andei por aquele lugar branco, na espera que algo me trouxesse a vida. Ainda não entendia como fui dormir tão bem e vim parar nesse lugar, parecendo que eu estava em coma novamente. Após andar por um tempo, vi ao longe uma nova porta, a mesma mencionada pela voz inicial. Fui até ela e notei o nome "VIDA" de cor dourado, pendurado em uma placa na maçaneta. O lado bom desse lugar, é que pareço alguém normal, que sabe ler, lembra de tudo e sabe todas as coisas que um ser humano comum saberia. Porém, acho que é hora de voltar, foi bom ter memórias por um tempo, só que minha mãe precisa de mim mais do que eu preciso delas.

Estou voltando mãe! Falei abrindo a porta fortemente e pulando para dentro de uma luz forte que saia dela. Infelizmente, senti algo horrível ao acordar.

Levantei como se meu corpo tivesse vontade própria e cai de costas na cama novamente, sem conseguir falar nenhuma palavra. Minha mãe se assustou e gritou chamando o médico. Ele e algumas enfermeiras invadiram o quarto e começaram a me examinar, aos poucos fui ficando cansado, meu peito doía e eu já não conseguia respirar direito. Possivelmente eu não lembrava mais como falava ou respirava, se eu continuasse piorando assim, seria cada vez mais difícil sobreviver. Minha visão ainda estava embaçada, mas aos poucos foi melhorando.

— Ele está bem doutor? — Minha mãe perguntou preocupada ainda chorando — Por que ele está assim? O que está acontecendo?

— Infelizmente, Richard teve um pequeno trauma no cérebro. Por conta dessa nova doença, ele já não conseguia lembrar de quase nada, as dores de cabeça dele não poderiam chegar ao ponto que chegou e assim aconteceu tudo isso — O doutor explicou olhando para mim e anotando algo em sua prancheta — Não há nada a ser feito, perdão, mas isso é por conta dele. Ele está bem, a saúde está bem, o problema é que ele não lembra, não sabe como falar, como agir e como se mexer.

Até o cair das folhas - Em RevisãoWhere stories live. Discover now