Capítulo 9

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Nota: Capitulo revisado, mais erros notados, me avise.

Olhar as estrelas, era algo que me proporcionava paz e tranquilidade. Eu costumava pensar, que para cada estrela no céu, há um sonho por trás do seu brilho. E quando uma estrela some, significa que um sonho foi realizado. Certamente não havia logica, afinal, todo dia sumia e nascia uma nova estrela. Eu nunca conseguiria saber se meu sonho foi realizado ou não. Contudo, para um jovem sem esperanças, acreditar em coisas ilógicas, era melhor do que acreditar em outras explicadas e comprovadas. Afinal, somos sonhadores, não podemos desistir dos nossos sonhos, sejam eles estrelas inalcançáveis ou fatos comprovados pela humanidade.

— A noite está linda hoje, não é? — A garota que eu havia visto antes perguntou se aproximando — Também amo olhar as estrelas, é um ótimo passatempo.

— Faz anos que não faço isso, sinceramente, acho que passei minha vida inteira no meu quarto — Revelei envergonhado — Mas acho que já devo ter saído algumas vezes ou ao menos olhado pela janela do meu quarto.

— Você está diferente hoje — Ela notou e encarei ela por alguns segundos, para entender se ela falava da minha roupa ou meu comportamento — Bem diferente...

— Você também — Respondi voltando a encarar o céu, deduzindo que ela falava da minha roupa — Você está melhor? Minha mãe me contou que...

— Sim! — Afirmou ela cortando minha fala e entendi que ela não queria falar sobre a tentativa de suicídio — E você?

— Eu não sei e também não ligo. Não era assim que eu vivia antes? — Abordei dando a entender que podíamos falar sobre meu problema — Esquecer já não é mais meu maior problema. Atualmente, só quero fazer minha mãe feliz.

— Se para faze-la feliz, você precisasse fazer uma escolha, entre fingir estar bem e continuar com uma doença que te tortura todos os dias, só para continuar vivo agradando-a ou acabar com tudo de vez e deixar que todos sofram apenas por um tempo, depois sejam felizes pelo resto da vida... — Insinuou ela pensativa e percebi que a conversa agora era sobre a vida dela, embora falasse ainda sobre mim — Qual dessas você escolheria?

— Sinceramente, nenhuma, pois a vida não é sobre escolhas. Não se trata disso ou aquilo, para que tudo melhore ou fique bem. No entanto, se fossemos obrigados a decidir, não seria melhor dar mais uma chance a vida e descobrir se ela realmente não tem nada de fantástico para oferecer? — Olhei para Sammy e sorri, mesmo que aquela não fosse a resposta que ela precisava, eu queria acreditar que aquelas palavras seriam um bom jeito de dizer que não importava a dor, sempre escolhesse viver — Morrer deve ser assustador, não é?

— Você não tem medo de morrer? — Sammy perguntou surpresa — Como consegue?

— Por acaso somos imortais? Temos que aceitar o que a vida nos reservou — — Conclui ainda pensativo e me virei para ela, estava com lágrimas descendo pelo rosto — Você demorou tanto tempo, para chorar e colocar tudo a perder.

— Temos que aceitar o que a vida nos reservou — A garota repetiu minha frase chateada, enxugando as lágrimas no braço — Eu já sabia que ia chorar hoje e mesmo assim fiz a maquiagem. Então não ligo se coloquei tudo a perder!

— Bobinha, se abaixe um pouco — Rir e ajudei ela a tirar uma parte da tal maquiagem, que descia pela bochecha dela com as lágrimas, com minha blusa — Olha, se prometer não se apaixonar por mim, eu te dou um abraço.

— Sai metido! — Ela me empurrou e ambos rimos com a situação — Não sei se posso prometer, mas pode me dar um abraço mesmo?

Acenei que sim com a cabeça e abri os braços, que apertaram fortemente aquela pequena e insegura garota, prestes a desistir de tantos sonhos, metas, desejos e muito mais, por tão pouco. Talvez por falta de um simples conselho, de alguém para ouvi-la, para abraça-la... Às vezes, em um mundo assustador, tendo uma vida cheia de aflições, ninguém espera uma cura ou salvação, a maioria só espera que alguém se importe.

Até o cair das folhas - Em RevisãoWhere stories live. Discover now