Cap. Quarenta e sete| parte 2

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Olá! Tudo bem? Prontas para mais um capitulo? Espero que gostem do capitulo de hoje comentem e votem. Boa Leitura!

Soluço, olhando ao redor das árvores

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Soluço, olhando ao redor das árvores. O papá ainda não nos veio buscar. Está a demorar muito, já é a segunda vez que o dia nasce e que nós estamos deitadas no chão da floresta. Só ouço as folhas a balançarem de um lado para o outro. Sinto tanto frio. Os meus dentes chocam uns contra os outros, obrigando o meu queixo dolorido mexer-se. Doí-me muito os lábios, a garganta de tanto gritar. Aproximo mais o meu corpo da mamã, para aquecer a mim e a ela. Serena está a fazer o mesmo. Abraço a mamã com força para a proteger do frio. Fecho os olhos, solto um grito baixo de dor e choro silenciosamente ao apertar o braço à volta dos ombros da mamã. Doí-me tanto o meu braço, tanto.

Estou com medo, muito medo. A mamã ainda não acordou, os seus bonitos olhos ainda estão fechados desde que os homens nos deixaram aqui. Ela está muito suja, as suas roupas estão rasgadas e com sangue espalhado por elas. Ela ainda não falou comigo. Serena também ainda não falou comigo. Ela está abraçada a mamã, mas os seus olhos também estão fechados.

Mamã, abre os olhos. É de dia. Imploro chorosa, olhando o seu rosto pálido. Levo a minha mãozinha pintada de vermelho ao seu rosto. Faço-lhe festas na bochecha, mesmo assim não abre os olhos. Mamã, eles já não estão aqui. Não vão nos fazer mal.

Olho para a minha irmã, deitada com a cabeça na barriga da mamã. Os seus olhos já estavam abertos. Ela olhava fixamente para mim, tremendo e dizia:

Morta. Morta. Morta. Morta...

Franzo a testa.

Não, a mamã está viva. Ela está a dormir. Tem um doi doi no coração e na barriga, que está a deitar sangue, mas está a dormir. Explico continuando a soluçar e com a cabeça deitada no peito da mamã.

Morta. Morta. Morta. Morta...

Serena continuava a murmurar baixo, muito baixo. O seu corpo estava todo magoado, a sua roupa também estava rasgada e em péssimo estado. Serena devia estar com tanto frio e com tanto medo. Os monstros fizeram-lhe tanto mal, tanto.

Levo a mão a sua que estava pousada na barriga da mamã.

Mamã está a dormir.Volto a explicar baixinho O papá vem nos salvar.

Morta. Morta. Morta. Morta. Morta...

Olho de novo para a mamã. Ela não se mexia. Não sentia a sua barriga a subir e a descer, nem o seu peito como sentia o meu. Mas ela está a dormir. Tenho a certeza. Eu também tenho doi doi e a Serena também e estamos vivas.

PERIGOSAMENTE TENTADOR | NOVA VERSÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora