CAPITULO VINTE E TRÊS

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Centro de Zermatt

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Centro de Zermatt

As nossas mãos continuam unidas numa só, mesmo que estejamos na frente da porta de metal. Esta por si, abre-se revelando paredes revestidas de cores pastéis. Um som ameno e baixo dança lentamente dentro das quatro paredes. Sinto Dominick a puxar-me com ele para dentro do elevador, onde me encosto à parede do fundo, depois de ele ter separado as nossas mãos para dar atenção ao conjunto de botões, que não tarda em carregar num deles.

Solto a respiração — que nem sabia que estava a conter— ao ouvir as portas a fecharem-se. Enfio os dedos dentro do cabelo falso, pegando numa madeixa e a pondo para trás da orelha. Entrelaço os dedos e os deixo cair na frente do meu colo, sentindo o sistema nervoso acelerar.

Por fim, no meio do nosso silêncio e ao som da música clássica festejo.

Conseguiste Eva. Conseguiste entrar na cidade sem ter outro ataque de pânico, utilizando a desculpa de não estar a pisar a cidade do inferno. Dominick também me ajudou, para ser sincera. Ele teve o tempo todo a provocar-me sobre o livro Rendida enquanto andávamos de mãos dadas, somente para me distrair.

Nós andamos de mãos dadas!

Fecho os olhos e tento controlar o pobre coração que não pára de acelerar ao sentir o chão a mover-se, cada vez mais para cima. O que me deixa angustiada.

A mente gira dentro da minha cabeça. Sinto uma certa adrenalina a correr no sangue. Os meus pensamentos dançam furiosamente querendo intender o porquê de Dominick me trazer ao seu mundo privado.

Abro os olhos quando sinto o chão a parar de baixo dos meus pés. Os meus pulmões fecham-se não dando oportunidade de respirar, tudo isto porque os meus olhos focam na parte de trás do seu corpo que se encontra de frente para as portas do elevador que do nada se abriram.


Suspiro deliciada com a visão. Tenho consciência que não me posso babar, por isso, desvio o olhar para o teto do elevador do seu prédio.

Minha querida Madre... você teve razão quando disse que os homens são os maiores pecadores à face da terra. E que por de baixo daquela pele, há sempre um lado que todas as mulheres gostam e que necessitam ter cuidado.

Quase de ter provocado um ataque cardíaco à velha no último dia de escola e ter ouvido o seu ralhete na sua sala. Ela teve um senso comum de me alertar, antes de sair, que Dominick tinha uma aurora perigosa.

E não é que a velha tinha razão!


Desencosto-me da parede do elevador. Desfaço-me do casaco de ganga e cruzo os braços, apertando o mesmo contra o peito e dou o primeiro passo indeciso na sua direção.

PERIGOSAMENTE TENTADOR | NOVA VERSÃOWhere stories live. Discover now