Oitenta e Oito

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Luria Narrando.

Minha gente que porre foi aquele, gente do céu olha, tô aqui com dor de cabeça e uma sensação de quem não dormiu a noite, aquele cansaço corporal.

Já tomei café da manhã e agora estou aqui deitada, estou na casa de Kennedy ainda e ele saiu cedo.

Estava assistindo um filme , até hoje não comprei minha TV, mas depois da inauguração da loja as coisas irão melhorar e eu irei comprar, mas é algo que não me faz muita falta não.

Prefiro não me ligar tanto assim a bens materiais não, porque na verdade quando a gente parte dessa para uma melhor, nós não levamos nadinha, só as lembranças do que vivemos em terra, bom eu acho e quero demorar muito a morrer para saber.

O filme acabou e eu me levantei para ir fazer almoço, estava separando as coisas quando bateram na porta.

- Oi? - Perguntei abrindo a porta e avistei um rapaz com uma sacola em mãos.

- Mano Kennedy mandou entregar pa tu pô e pediu pa tu olhar o celular. - Peguei a sacola da mão dele e assenti com a cabeça.

- Obrigada - Ele fez um legal com a mão e se foi.

Olhei dentro da sacola e tinha uma marmita. Se Kennedy não é o amor da minha, não sei quem é viu, porque olha. Guardei o que tinha separado, peguei meu celular respondendo e agradecendo ele e depois fui almoçar.

Tomei mais um banho e me joguei na cama dele pelada mesmo pra dormir um pouco, cobri da minha cintura para baixo e fechei os olhos, hoje é o dia da morga, preguiça chegou e tá fazendo morada.

(...)

Senti beijos nas minhas costas, estava de bruços, me remexi toda manhosa abrindo os olhos vendo Kennedy me encarando.

- Acorda preguicinha - Falou e eu sorri.

Me virei para ele e beijei seu rosto, senti uma dorzinha chata nas costas, a sangrenta está para vir, mexi minha perna e senti algo melado, droga.

- Kenny, faz um favorzão? - Perguntei.

- Depende.

- Vai na farmácia pra mim comprar um absorvente e um buscopan duo por favor. - Ele assentiu com a cabeça e saiu de cima de mim.

Me levantei rapidamente tirando o lençol e olhando para a cama, graças a Deus estava pouca e não escorreu para sujar o lençol, mas mesmo assim troquei. Corri para o banheiro e me lavei aproveitando para escovar os dentes, vesti uma roupa e meu celular tava tocando e era Kennedy.

Ligação On.

- Pra que diabos de tanta frescura pa um negócio de por na xereca pô? É noturno, com abas, sem abas, interno, diário. Qualé mermã?

-  Gosta de comer não é? Então vai aprender a cuidar. Vou te mandar a foto dos que eu quero e já salve a foto para o próximo mês tu saber.

- Beleza pô, só sirvo de escravo mesmo nessa porra.

Ligação Off.

Gargalhei e mandei a foto para ele dos absorventes que eu uso.

Logo ele chegou, com as coisas que eu pedi e ainda tinha fini e chocolate, e ele tava com cara de emburrado.

- Neném tá carente é? - Me aproximei dele distribuindo beijos em seu rosto. - Vem cá dar abraço - Abracei ele pelo pescoço fazendo ele sorrir e me abraçar.

- Vamo dar um rolê na praça? - Perguntei e eu assenti.

- Deixa só eu encapar a bicha e tomar meu remédio - Sai correndo e me ajeitei.

Fomos andando de mãos dadas para a praça, chegamos lá e eu já fui pegando um churros para comer.

Ficamos sentados olhando as crianças brincando no parquinho.

- Quando nós tiver uns guri, vamo levar para passear, dar tudo do bom e do melhor tá ligada.

- Se Deus quiser - Falei e ele sorriu beijando o topo da minha cabeça.

Ele foi buscar um cachorro quente pra ele e eu fui para mais perto da grade do parquinho, tinha umas mulher conversando e eu acabei escutando.

- Muito lindo mesmo, todo na postura né, pego todo - Olhei para onde elas olhavam e era bem para Kennedy.

- Vai lá amiga - A outra incentivou e ela foi. Só observei de longe, ele todo sério, sem risadinha, ela foi tentar tocar nele e ele se esquivou, esse é meu garoto, logo ela voltou toda xoxa.

- Aposto com você que consigo pegar ele - Falei e ela sorriu debochada.

- Quanto? - Perguntou ainda com um sorriso no rosto.

- 50 reais - Falei e nos seguramos as mãos. Fui andando até Kennedy com um sorriso já vitorioso no rosto.

- Já falei que eu tenho mulher - Se virou brabo.

- Isso continua fingindo que é o difícil - Falei e ele levantou as sobrancelhas confuso - Apostei cinquenta que ficava com você - Pisquei e ele semicerrou os olhos. - Mas em gatinho, será que rola da gente ficar, só um beijinho vai, não mata não - Falei percebendo as meninas que eu tinha apostado chegando perto.

- Valeu aí pela interesse,mas tô de boa - Fez um legal com a mão e eu segurei o riso.

- Deixa só eu te mostrar uma coisa rapidinho ? - Perguntei me aproximando dele.

- O que? - Perguntou levantando uma sobrancelha e eu puxei seu pescoço beijando ele bem lento, ficamos nos beijando por um tempo até que eu separei com selinhos.

- Que eu beijo bem pra caralho - Falei me afastando e ele me puxou me beijando de novo.

- Meu dinheiro - Estendi a mão para a menina que estava próxima de nós, ela estava com uma carranca mas me deu o dinheiro e saiu batendo pé. - Obrigada e volte sempre - Falei um pouco alto para ela ouvir.

- Que coisa feia, me usando para ganhar dinheiro - Kennedy falou sorrindo.

- Gostei dessa ideia, vou usar isso mais vezes. - Selei nossos lábios e ele negou com a cabeça.

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Eis aqui uma mãe na correria para o aniversário de um ano da filha 😵

HeroínaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora