Sessenta e Cinco

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Kennedy Narrando.

Acordei e estava na mesma posição que dormi, olhei para Luria que ainda dormia, comecei a passar a língua em seu peito e quando recebi foi um tapão no rosto. Ah desgraçada.

- Ai filha da puta - Reclamei e ela acordou arregalando os olhos.

- Desculpa pensei que era um mosquito - Falou passando a mão no meu rosto, semicerrei os olhos nela - É sério, bato no rosto de ninguém não, nem de brincadeira. - Falou

- Ham - Enfiei cabeça em seu peito de novo, melhor travesseiro pô, papo reto.

- Meu Jesus, já são meio dia - Ela deu um pulo da cama - Tenho que fazer meus bolos para vender, fazer o da tua mãe, salgados e docinhos - Começou a andar pra lá e pra cá igual barata tonta. - Não vai dar tempo.

- Relaxa pô, vai escovar os dentes e lavar o rosto primeiro pra tu começar tuas coisas logo, vai dar tempo sim - Falei e ela assentiu e foi.

Me levantei e vesti só a bermuda e a camisa que eu tava ontem, peguei a cueca e procurei a lavanderia, lavei a cueca e estendi.

Tava sem celular então liguei o rádio mandando um salve

- Fala aí rapeize. Tudo suave na quebrada?

- Fala bela adormecida, tudo na maciota, deu chá de sumiço parceiro, no mínimo comendo uma xoxota né mano - Lelek respondeu.

- Cuidar da vida é bom meu mano, mais tarde compareço por aí, é nois.

Desliguei e fui no banheiro, Luria já havia saido, dei uma mijada daquelas, escovei os dentes e fui pra cozinha, ela tava fazendo tapioca, gosto mermo. Assim que terminou nós lanchamos.

- Que horas cê passa aqui pra buscar as coisas - Perguntou tomando um gole de café.

- Pô, umas sete e meia, oito horas, vou ter que ir resolver uns bagulho ainda , botar as colegas dela pra tirar ela de casa.

- Tá bom, compra balão, balão com a idade dela, faz bem bonito em, se quiser eu compro forminha de flor pra colocar os docinhos dela.

- Ih, eu sei fazer os bagulho pô, compra que depois eu te dou o dinheiro. - Ela assentiu com a cabeça, terminei de lanchar e me levantei - Pô tenho que ir, valeu mermo por ontem e hoje tá ligada.

- Que isso parceiro, tamo aí pra fortalecer no bagulho aí firme e forte, sem neurose e sem k.o. - Respondeu fazendo gesto e eu sorri, muito gaiata essa garota, doida pra caralho. - Não esquece seus brinquedos - Me lembrou das armas e eu assenti.  Peguei meu rádio no quarto e voltei pra sala, já ia saindo da casa dela e ela tacou um pedaço de tapioca na minha cabeça.

- Qual foi maluca? - Passei a mão na cabeça, fiz porra nenhuma cara.

- Vem me dar um beijinho não pra você ver - Falou e eu voltei na dela, peguei em sua nuca a puxando pra mim, demos aquele beijo na moral mermo e ela finalizou com selinhos. - Agora sim pode ir. - Apertou minha bunda quando eu me virei de costas e eu neguei com a cabeça saindo, pulei o muro peguei os brinquedos que tinha escondido e pedi pra um menor levar aonde a gente guarda.

Cheguei em casa, tomei aquele banho de lei pra ficar suave, troquei de roupa e peguei o celular que eu tinha esquecido aqui, liguei e tinha umas mensagens e ligação, principalmente da minha coroa mandei um áudio pra ela ficar na moral e fui correr atrás de arrumar os bagulho do frevo dela.

Organizei tudo lá em casa porque se fosse na dela ela ia adivinhar na certa sem k.o, minha coroa não é muito de sair de casa pô, quer só sossego e tá é certa no bagulho.

Pedi uma colega dela da igreja para chamar outras e arrochei na comida né, porque não é falando mal não tá ligado, mas pessoal da igreja come demais rapaz, tu tá é doido pô, nem posso falar muito bagulho também, porque encher o bucho é comigo mermo.

Tranquei a casa e fui dar uma volta pelo morro, me sentei com uns moleque que estavam na praça só na moral mermo observando o movimento.

Depois de uma cota Luria passou vendendo os bolos, um moleque do bonde chamou ela e geral comprou o bolo, ela me deu um sem eu pedir nem nada e saiu.

- Gostosa pá caralho mané - Falou um mano palmeando ela se afastando. Calado estava, permaneci, vou explanar meus rolos nada.

- Teria coragem?

- Oxi, na hora.

- Tá ligada que ela é ex drogada né? Toma cuidado pra não pegar doença mano, ela se prostituía pra usar droga. - Neto disse desdenhando.

- Colfoi mermo que tá de bronca pro lado da mina parceiro? É viado é desgraça? Nunca errou nessa porra né seu pau no cú, tu se liga e respeita a mina, sabe nem dos proceder da garota pra tá falando, para de cuidar da vida dos outros e vai cuidar do teu filho que tu não quer assumir arrombado - Meti sério mermo apontando o dedo na cara.

- Pô cara foi mal, mas é que...

- É que o caralho parceiro, a mina tá aí tentando vencer na vida e tu tá julgando, mas quem é você parceiro? Respeita a história dela. - Ele logo se mandou e saiu fora, gosto desses bagulho não, nunca gostei de ninguém se crescendo e humilhando os outros.

Humildade, caridade e amor é o que falta nesse mundão fodido.

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Oi ☺

HeroínaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora