Vinte e Seis

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Vamos de mini maratona?
Quando atingir 20 comentários posto o próximo.

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Luria Narrando.

Me contorcia de dor na cama, odiava o período menstrual por isso, e o pior era que minha cólica era nas costas.

- Ave Maria mulher, se mastur... Menina o que foi? - Keise se aproximou.

- Cólica - Falei e ela suspirou aliviada. - Vou chamar a Geiza para te dar um remédio.

Não fazia noção de que horas era, tinha noção que era pela manhã, antes das 8 horas, porque era hora do lanche e ainda não havia chego.

Logo Keise voltou com um comprimido na mão e me entregou.

- O que é isso? - Perguntei.

- Remédio - Disse como se fosse óbvio.

- Qual remédio garota - Falei e ela gargalhou da minha cara.

- Sei lá - Deu de ombros - Só pedi um remédio para cólica para uma das enfermeiras a Geiza estava no refeitório ajudando no café da manhã.

- Ata - Falei tomando o remédio o engilindo sem água mesmo. - Tô com fome mesmo - Falei passando a mão na barriga.

- Quando minha mãe fica sem fumar ela come pra caramba, deve ser a falta das drogas que te deixa cheia de fome também - Falou e eu assenti com a cabeça.

- Ouvi fome? - Geiza chegou e eu a encarei assentindo com a cabeça. - Então vamos para o refeitório lanchar, agora você todos os dias irá até a comida ok? - Assenti novamente e me levantei.

- Posso tomar um banho primeiro, é que eu estou...

- Cagada - Me interrompeu Keise gastando com minha cara. A encarei séria e ela me deu língua me fazendo sorrir.

- Deu dor de barriga? Tem tolerância a lactose porque o purê tinha leite - Disse Geiza inocentemente acreditando na ladainha da Keise.

- Eu só estou menstruada, essa vaca de palhaçada com a minha cara. - Falei e ela gargalhou. - Vou tomar um banho e já desço - Ela assentiu e saiu olhei para Keise - Vaza fia - Fiz sinal com a mão e ela fez cara de ofendida e saiu.

Sorri negando com a cabeça, tantas pessoas para se aproximar, me aproximo da mais maluca daqui, misericórdia.

Enrolei o absorvente bem enroladinho e ainda passei o papel higiênico, acho muito nojento mulher que joga aberto no lixo, ainda mais em locais públicos.

As vezes na escola via essas cenas, nojento pra caraca isso e mais nojenta é a pessoa, ninguém é obrigada a ver sangue de xereca de ninguém não, pelamor.

Não custa nada enrolar e passar um papel higiênico.

Tomei um banho, não sei, mas quando eu to naqueles dias, tenho que banhar pelo menos umas três vezes no dia.

Quando eu estava na rua ainda e estava nesses dias, eu dormia na bica, passava o dia quase todo lá porque a água corta o sangue e eu mal tinha condições de comprar um absorvente. As vezes usava os que eu conseguia no posto de saúde.

Terminei o banho, me vesti e fui caminhando até o refeitório.

Me servir e procurei pela Keise não a encontrando, sentei em uma mesa vazia e comecei a lanchar.

- Melhorou da dor de barriga? - Perguntou colocando a bandeija na mesa e se sentando de frente para mim.

Fingi passar minha mão na xereca e passei no potinho de molho que eu havia encontrado, era vermelho igual sangue.

- Sangue de xereca - Passei a bochechas dela e ela me olhou com os olhos arregalados e fez cara de nojo, passou a mão olhou para a mão e para mim um monte de vezes. Ela ficou total sem reação e eu comecei a gargalhar da cara dela.

Minha barriga estava doendo do tanto que eu sorri, ela ficou calada sem palavras.

- Tô impactada - Continuei gastando com ela.

Quando cansei de sorrir, tirei o potinho das pernas e molhei para ela, ela pareceu sair do transe e me encarou com raiva.

- Vagabunda, vou te matar quando tu tiver dormindo - Limpou o rosto.

- Se não aguenta não desce pro play - Pisquei e continuei a comer.

Logo voltando a conversar coisas aleatórias enquanto comiamos e ao terminar Geiza me puxou para me levar para a programação de hoje.

Me levou para a academia. E eu torci os lábios.

- Esse é o Adriano, professor de Educação Física - Geiza apresentou e eu estendi a mão para ele.

- Sou Luria. - Ele apertou a mão e sorriu. Entendi total o motivo de Geiza estar afim dele. Um negro alto, cabelo curtinho com uma listra ao lado, todo definido, as veias em seus braços e mãos eram visíveis e quando abriu um sorriso então, ai papai.

- Então, ja recebi sua ficha e preparei seus exercícios, vamos começar com a esteira, vamos lá? - Neguei com a cabeça - Ué, porque?

- Dias vermelhos - Falei e ele assentiu com a cabeça entendendo.

- Isso não é nenhum problema, mas fica a seu critério se quer ou não fazer os exercícios.

- Eu tenho ob se quiser - Geiza falou no meu ouvido e eu assenti, fomos no quarto troquei e coloquei uma roupa de malhar e um tênis que Geiza me deu. Disse que a primeira roupa a gente ganhava e o resto os familiares podiam trazer.

Voltei e hoje malhei as pernas e os glúteos.

- Comer muita verdura em - Falou e eu assenti.

- Prefiro vê dura - Geiza falou e eu a encarei incrédula, ele gargalhou e mandou uma piscadinha pra ela. Neguei com a cabeça e sai deixando os dois para trás.

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HeroínaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora