Quarenta e Dois

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Luria Narrando.

Primeiro bati as massas, como duas seriam de chocolate, bati as duas juntas para gastar menos energia.

Enquanto as massas assavam, fiz o caldo para molhar e o recheio, aproveitei para cortar o abacaxi e colocar com água e açúcar no fogão para amolecer. Aproveitei e fiz o suco de caju e maracujá colocando nas garrafas térmicas e coloquei na geladeira.

As louças que eu ia sujando já ia lavando. Keise fazia o almoço enquanto eu preparava os bolos. Ela ligou o som e nós duas ficamos dançando e fazendo as coisas.

Quando o bolo assou tirei do forno e bati a massa de cocô para o bolo de abacaxi, coloquei no forno e fui montar os bolos de brigadeiro e beijinho.

Assim que terminei coloquei metade na geladeira, eu particularmente gosto de bolo molhadinho e geladinho, mas algumas pessoas não gostam, então vamos de metade a metade.

Depois de umas 2 horas de produção terminei todos os bolos, deu um total de 20 bolos, irei vender só o bolo a 4, reais e o bolo com suco a 5, se eu conseguir vender tudo, consigo 100 reais hoje.

Thayná tinha uma caixa de isopor e me emprestou para eu colocar os bolos e as garrafas térmicas, ficou um pouco pesado, não estava sentindo tanto devido o costume de malhar.

Quero sim continuar a malhar, mas essa não é minha prioridade no momento, por enquanto irei malhando,caminhando e vendendo meus bolos.

Terminei de organizar a cozinha, me sentei para almoçar e depois fui tomar um banho, coloquei uma calça legging preta e uma blusa branca de manga curta.

Penteei meus cabelos os deixando solto, como estava tudo embalado não teria problema de cair cabelo.

Keise disse que iria comigo, confesso que eu estava um pouco vergonhosa. Peguei a caixa e segurei em mãos.

- Estamos indo lá tia - Falei e ela nos olhou.

- Boas vendas e força na peruca - Falou e eu sorri. - Levem uma garrafa de água para vocês por conta do calor.

Keise pegou a garrafinha e nós saímos.

- É o bolo no pote - Cantou Keise, nós havíamos visto o vídeo dos caras cantando no YouTube.

- É o bolo no pote, não pode parar, tem de chocolate, prestígio e abacaxi - Continuei a música fazendo uma dancinha nigga e ela gargalhou junto comigo.

Como a casa de Keise era acima do morro nós pegamos descendo, avistei uma turminha de meninas e fui na direção delas.

- Oi meninas, boa tarde, estou vendendo bolo no pote, garanto que estão uma delícia e vão deixar vocês querendo mais, e aí vamos comprar? - Perguntei.

- Ain, acabamos de almoçar - Falou fazendo bico.

- Aposto que ainda tem um espaço aí para um bolo - Falei e elas sorriram.

- Qual o valor? - Perguntou.

- 4 reais só o bolo e 5 com suco, tenho suco de maracujá e caju. - Falei, por fim elas ficaram com dois bolos.

E todas as pessoas que víamos, nós ofereciamos. Quando chegamos na entrada havíamos vendido 10 bolos no pote com suco.

- Falta só mais 10 amiga. - Falei para Keise após tomar um gole de água.

- Só vamos para casa quando vendermos tudo - Falou e eu assenti. 

E lá fomos nós subindo tudo de volta.

- Vem uma pedrinha de crack dentro? - Perguntou debochada uma mona que parei para oferecer.

- Não florzinha, aqui apenas bolo no pode, as pedras de crack você encontra nos pontos de droga - Falei e sai andando.

- Amiga, tive uma ideia, vamos ver se os mavambos querem bolo - Saiu me puxando, assim que chegamos no beco, avistei uma tropa.

Assim que nós avistaram a atenção foi voltada a nós, eles nos olhavam tão sérios que eu fiquei um pouco envergonhada.

- Meninos, estou vendendo bolo no pote, tenho de prestígio, abacaxi e chocolate, é 4 reais só o bolo e 5 reais o bolo com suco. - Falei, reconheci o infarento que tava comendo minha marmita e sorri pra ele que acenou.

- Bora lá rapeize, comprar bolo pra ajudar a mina - Falou Lelek e a tropa se aproximou, todos compraram e eu fiquei feliz da vida.

- Tá gata pra caralho - Falou me puxando para um abraço. - Os mano tudo falando que tu tá gostosa, eu apenas digo que dá pro gasto - Gastou e eu te belisquei - Aí porra.

- Sou Keise - Se apresentou dando a mão a ele.

- Lelek, que te come e tu repete - Falou e gargalhando. - Colfoi tá precisando de algum bagulho?

- Não, sua ajuda em fazer eles me ajudarem, já foi de bom tamanho, continue assim que eu agradeço - Falei e ele sorriu.

- Pode pá, se liga, tenho que ir, mas bora marcar de tomar um açaí pô.

- Lelek tô juntando dinheiro para arrumar meu cantinho.

- Ih, tá de frescura pô, eu pago parceira.

- Tenho nem celular pra gente combinar direitinho.

- Eu tenho - Keise disse e ele pegou o celular anotando.

Ele voltou para a tropa e nós voltamos para casa de Keise, estava feliz de mais, consegui vender tudo e tinha 100 reais para a conta.

Cheguei guardei tudo na bolsinha e Keise escondeu, me joguei na cama fechando os olhos e agradecendo a Deus por tudo.

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Como vão mores ?

HeroínaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora