Setenta e Seis

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Kennedy Narrando.

Encarei Luria falar aquilo e entendi que ela também tava sacando o bagulho.

Porra mano, beijei a mina lá e nada porra, colfoi, jamais fraquejei no bagulho ou não senti nada pô, beijo mó nada haver.

Aí quando essa descarada me beija eu não quero soltar, é uma porra mermo né.

A real é que sentimento aflorou e a gente se fudeu parceiro, tem nem pra onde correr nessa porra. Aliás ter tem, mas quem diz que nós quer?

Se não quisesse nenhum de nós estávamos aqui encarando um ao outro igual dois bocós esperando um ter a atitude de soltar o papo logo.

- Fudida porque pô? - Perguntei vendo se ele soltava.

- Ah Kennedy - Falou colocando a mão na cintura e respirando fundo.

- Fala rapaz - Falei me encostando no carro ao seu lado.

Ela fechou a mão e colocou na boca como se fosse um microfone, encarei ela confuso, tá bêbada sá porra só pode.

- Seu amor me pegou, cê bateu tão forte com o teu amor, nocauteou, me tonteou, veio a tona, foi a lona, foi k.o - Cantou e começou a dançar igual uma louca. Queria sorrir dessa gaiata mas permaneci sério.

- Tu não leva os bagulhos a sério não né mano. - Falei e puxei ela pra mim que mordeu minha boca devagar. Muito ousada cara.

- Me declarei com música para você e tu encara dessa forma - Fez bico.

- O bagulho que eu tenho pra falar pá tu é sério pô - Encarei ela.

- Já sei que me ama - Falou se achando, é uma porra mermo né.

- Tô namorando e nosso lance tem que acabar - Joguei de uma vez e ela engoliu em seco se afastando de mim na hora, ficou parada pique pedra pô.

- E-er - Gaguejou e eu segurei o riso.  - Você traiu ela comigo? Porque eu acabei de te beijar, aí meu Deus. - Colocou a mão na boca - Desculpa. Não, desculpa nada porque você continuou - Apontou pra mim - Você é um safado isso sim - Me deu um tapa no ombro e eu sério, na postura. - Você me colocou como amante sua Kennedy é isso mesmo? Traiu uma mulher. Vou socar essa sua cara bonita até ela ficar deformada - Ela veio pra cima de mim com tudo e eu segurei seus braços girando ela fazendo ela bater com as costas no carro.

Olhei ela seria e se debatendo e comecei a rir da cara dela, colocou um bicão na cara e eu sorri mais.

- Otária, caiu na gastação - Falei e ela se debateu de novo.

- Brincadeira sem graça, tava com peso na consciência fodido cara. Aí me solta vai - Falou tentando não me encarar. Peguei em seu queixo e fiz ela me olhar, mas ela logo fechou os olhos, bolou mermo a garota.

-  Tava era com o coração doendo de ter ouvido o papo que me perdeu , assume pô - Falei e ela mostrou a língua, sorri. - Olha pra mim pô na moral mermo. - Dei um cheiro e um beijo em seu pescoço fazendo ela se arrepiar.

- Ai o que tu quer Kennedy? - Perguntou me olhando.

- Dizer que tô amarradão na tua pô - Mandei o papo.

- Tá nada que não tem nem corda aqui - Falou gastando e eu respirei fundo.

- Tá vendo teu mal cara. Brinca muito pô, tô tentando falar uma parada séria. Na moral véi pode ir, tomar no cu rapá, tá de sacanage - Soltei ela, me encostei no carro e peguei um cigarro de maconha e o esqueiro no bolso.

Na hora que ia acender ela tomou o cigarro da minha mão.

- Vou te ouvir, continua - Falou ficando na minha frente.

- Quero dar papo nenhum mais não - Virei a cara.

- Então eu dou. - Segurou meu rosto me fazendo olhar pra ela, de cara fechada tava, permaneci e ela respirou fundo - Fiquei com Guilherme e não senti nada, te beijei agora e senti tudo, a verdade é que tá rolando sentimento e nenhuma outra pessoa faz mais sentido pra mim, só você - Falou olho no olho, chega deu um arrepio aqui, mas boto fé que foi do frio mermo.

- É isso pô, comigo foi a mesma fita tá ligada, tem nem k.o pô. Nós tem essa emoção de ficar fazendo ciuminho não, é bater a real e pronto. Quero ter um bagulho dahora com você. E aí de qual vai ser? - Perguntei.

- Tu por mim e eu por você, eu sua e você meu feitos Julieta e Romeu - Ela respondeu abraçando meu pescoço selando nossos lábios,  sorri puxando ela pra um beijo. 

Agora é oficial, essa negra do caralho é minha.

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Esse é o meu momento, da licença.

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