Luria Narrando.
Me abaixei na porta do banheiro sentindo as lágrimas quentes escorrerem sobre meu rosto.
Eu estava com esse nó na garganta desde o ocorrido com aquele panaca que falou mal de mim, eu segurei enquanto pude. Não queria demonstrar fraqueza.
Almocei na marra, engolia o almoço e esse nó permanecia na garganta.
Assim que Kennedy saiu eu não aguentei mais segurar. É horrível as pessoas sempre estarem te julgando pelos seus erros, erros que já passaram, mas as pessoas fazem questão de lembrar e te colocar para baixo.
Você faz coisas boas ninguém fala nada, agora na hora de apontar seus erros tudo mundo abre a boca.
Sei que não deveria me importar, mas infelizmente não sou de aço, eu sou humana e não consigo ser forte o tempo todo. Ninguém consegue, acredite.
Permaneci calada enquanto as lágrimas desciam por meu rosto e aos poucos o nó na garganta ia se desfazendo e meu coração ia se aliviando.
- Colfoi Luria, vim buscar meu celular, esqueci aqui na cozinha - Ouvi a voz dele. - Preta? - Bateu na porta do banheiro.
- Oi - Respondi engolindo em seco.
- Tá dando uma barrigada é? - Perguntou e eu sorri de lado negando com a cabeça. - Hum - Escutei ele fungar - Tá fedendo aqui fora mano, puta que pariu.
Me levantei do chão e lavei meu rosto umas três vezes para disfarçar a cara de choro. Abri a porta e ele estava lá me esperando.
- Tudo isso para sentir o aroma do meu tots (cocô)? - Perguntei e ele prestou mais atenção no meu rosto.
- Colfoi dessa cara de choro aí em? - Perguntou e eu fui para o meu quarto engolindo em seco, só dele perguntar deu vontade de chorar de novo.
- É porque o cocô estava duro, parecia brita - Me sentei na cama e ele se aproximou de mim sentando do meu lado.
- Te conheço pô, tenta me engambelar(enrolar) não parceira - Apenas deitei a cabeça em seu peito e me permitir chorar tudo o que estava preso na minha garganta.
Senti Kennedy beijar minha cabeça e acariciar meus cabelos. Chorei tudo o que tinha de chorar e fui me acalmando os poucos.
- Tu não precisa ser forte o tempo todo pô. Tudo mundo um dia fraqueja tá ligada. Mas se liga, tu já passou por coisa pior do que julgamento, que só tu sabe o que foi pô, aquela abstinência foi do caralho parceira.
- Verdade - Falei pensativa - Mas é tão chato sabe.
- Tô ligado pô, é foda mermo. Tô aqui pra qualquer coisa, papo reto.
- Obrigada, de coração. - Tirei a cabeça do seu peito para encarar ele que sorriu e beijou minha testa.
Fechei meus olhos sorrindo e depois segurei em seu rosto depositando um beijo em seus lábios. Separamos do beijo e ficamos nos encarando por um tempo sem dizer nada.
- Tenho que trampar, qualquer coisa aciona belê?
- Tá bom, se cuida.
Assim que ele se foi me deitei na cama e fui tirar um cochilo.
Acordei e fui logo fritar os salgados, enrolar os docinhos e montar o bolo. Decorei tudo bonitinho e deixei reservado.
Olhei no relógio e estava perto da mulher vir buscar. Entreguei pra ela e quando ia fechando a porta alguém empurrou ela com tudo entrando.
- Oh bicha veia desesperada.- Olhei Keise que estava com o semblante sério.
- Tô ferrada amiga, cê não tem noção. Jesus o que irei fazer da minha vida.
- Tá grávida Keise? - Perguntei.
- Pior, estou apaixonada - Falou e eu gargalhei da cara dela.
- Paixão é pior que gravidez? - Questionei.
- Sim amiga, filho é benção dívida e não fode tanto a gente como um amor.
- E quem seria o felizardo? Lelek?
- Esse infeliz mesmo. - Neguei com a cabeça sorrindo.
- Conversa com ele e vê no que dar. Eu e Kennedy estamos tendo uma coisa séria - Falei encarando ela.
- Para de ver coisa onde não tem Keise, maldade nenhuma um com o outro pipipi popopo - Me imitou e dei dedo a ela.
- Aconteceu ué, mesma coisa tu e Lelek. Logo vocês tão aí também.
- Vamos ver, gosto da minha vida de piranha.
- Seja piranha de um homem só - Encarei ela que torceu o lábio.
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Inhaí.
ESTÁ A LER
Heroína
Teen FictionPela brisa se encantava e para fugir da realidade deu ali uma tragada, e desde então a dependência é sua nova caminhada, fizeram o ruim, pior está, uma pessoa tão incrível foi cair nessa roubada. O livro contará a história de Luria, que entrou no m...