▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || QUARENTA

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🔸— CÁSSIO MCKINNEY — 🔸

↪ DECISÃO SEM VOLTA ↩

Respiro fundo, andando de um lado para o outro, esperando Grego voltar para casa. Desde que ele me confessou que não queria voltar para os Estados Unidos eu já não consigo dormir direito, pensando no que fazer. Meus pais certamente iriam enlouquecer se eu não voltasse para casa, mas eu sinceramente estou preocupado com a felicidade de Grego.

— Papai, o que está acontecendo? — Dianna questionou, impaciente. Ela e Olivia estavam passando dias na comunidade, dormindo na casa de amigas, ao menos é o que elas me dizem, mas as fiz vir para casa hoje, pois essa conversa não depende só de mim e do Grego. Também preciso saber a opinião dos meus filhos.

— Bom dia, família! — Grego exclamou, adentrando a casa. Respiro fundo novamente, vendo-o ele beijar no rosto de cada um dos nossos filhos e em seguida vindo em minha direção, me dando um beijo rápido. Ele estava suado, com uma roupa de time de futebol, e certamente estava jogando bola com os amigos dele. Eu podia perceber claramente o quanto aquilo o deixava bem, o deixava feliz. Poderia ser uma bobagem para muitos, mas era uma vida para ele. — Que coisa mais linda é essa? A família toda reunida! Algo especial? — Questionou, confuso.

— Boa pergunta! Estou aqui há mais de duas horas e o papai não fala nada! — Samuel reclamou, bufando.

— Certo, posso falar agora ou irão continuar resmungando? — Rebato, vendo todos se calarem. Grego me olhou, preocupado.

— Amor, aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu. Crianças, eu... conversei com o seu pai e... surgiu a hipótese de morarmos aqui, no Brasil. Se isso acontecesse... o que vocês achariam? — Questiono, vendo Grego me olhar seriamente, de uma forma indecifrável.

— Morar aqui?! Perfeito! — Olivia exclamou, sorrindo largamente.

— Eu também não me importo. Além disso, aqui é bem mais divertido. As meninas de lá são muito esnobes e frescas. — Dianna comentou, dando de ombros.

— Espera aí, mas e a minha faculdade? — Samuel questionou, preocupado.

— Se ficarmos, você teria que pedir uma transferência. Eu soube que Nicolas começou as aulas hoje em uma das melhores universidades da região. Você poderia transferir para lá. Ao menos já teria um conhecido.

— Se isso não afetar meus anos de estudos, então tudo bem. — Samuel falou, cruzando os braços. Olho para Grego, sorrindo.

— Amor? — Ele me olhou, desacreditado.

— Mas... e as... as suas clínicas, suas empresas...

— Eu sou o dono de tudo e tenho funcionários confiáveis. Sei que eles terão o maior cuidado com meus clientes e pacientes. Posso fazer algumas viagens ao ano, por conta das consultas que são indispensáveis, mas... de qualquer forma, pensei bem em tudo que me disse, e... acho que posso expandir tudo que construí. Talvez abrir uma clínica aqui, uma segunda casa de autoajuda... enfim. Aos poucos eu sei que consigo. — Falo, já começando a gostar da ideia.

— Ah, para de modéstia. É só estalar os dedos que já tem a clínica e a casa que quiser, papai. — Samuel comentou, o que fez todos rirem, menos eu.

— Não é assim que funciona, querido. Se fosse, já teria subido muitas casas para ajudar as pessoas. E você, trate logo de pedir sua transferência, pois essas férias já estão rendendo demais. Dianna e Olivia, podem ir pensando no que querem na vida, pois não vou admitir que fiquem batendo perna todo dia e abusando do dinheiro que não são de vocês. — Informo, começando a ouvir as reclamações das duas.

— Temos que mandar buscar nossos cachorros, não é? Eles ficaram com a babá. — Samuel comentou.

— Sim. Hoje mesmo eu me encarrego disso. — Falo, vendo os três se levantarem.

— Certo, vou ligar para a minha diretora da faculdade e também ver se tem vaga e o meu curso na universidade daqui. — Samuel falou, saindo de casa.

— E eu vou sair com as meninas. Aproveitar meus últimos dias de liberdade. — Dianna dramatizou, saindo e sendo acompanhada por Olivia.

Olho para Grego, estranhando o fato de que ele estava em silêncio até agora.

— Tudo bem? — Questiono. Ele se aproximou, com os olhos marejados e pegando minhas mãos.

— Eu nunca poderia ser tão agradecido em minha vida por te ter aqui, comigo, por ter me escolhido mesmo tendo melhores opções. Eu te amo mais que tudo, meu amor. Muito obrigado. — Sorri, emocionado.

— Para de falar essas coisas. É muito cedo para chorar. — Brinco, sorrindo. Ele se aproximou, abraçando minha cintura e me beijando delicadamente.

— Eu não vou cansar de dizer que te amo. Por tudo que você faz. — Ele voltou a me beijar, passando as mãos por dentro da minha camisa, querendo-a tirar.

— Grego... as crianças podem voltar e... — Tento argumentar, usando o pouco de juízo que me resta.

Sshhhhh... Você sabe que elas não vão voltar tão cedo. E eu quero compensar você da melhor forma possível. — Insinuou, me virando de costas para ele e beijando meu pescoço, abraçando minha cintura e descendo sua mão para meu membro.

— Acho que... podemos aproveitar esse tempo... — Murmuro, me entregando de vez. Grego sorriu, me guiando para o nosso quarto.

— Então vamos comemorar nossa volta para o Brasil. — Ditou, me jogando na cama e retirando sua camisa. Eu ri, desacreditado.

Algumas coisas nunca mudam...

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now