▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || TRINTA E QUATRO

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🔸— SAMUEL DEL REY —🔸

↪ O RESGATE ↩

— ANDA, MOLEQUE!!! — Grito de dor, sendo empurrado por Guilherme, que estava querendo me obrigar a matar um dos seus companheiros, que por algum motivo, ele queria morto. Eu já havia levado uma surra dos seus homens, mas não sou assassino, nem vou ser.

— NÃO SOU A PORRA DE UM ASSASSINO!!! — Grito, recebendo um soco forte no rosto, que me derrubou, me fazendo cuspir sangue.

Mas antes que Guilherme me puxasse de volta, um barulho alto de motores tomou conta do local. Parecia vir lá de fora. Eu comecei a ri, descontrolado, caindo no chão, com a barriga doendo de tanto rir.

Guilherme me puxou pela gola da camisa, me olhando com fúria.

— Do que está rindo, seu desgraçado?!

— Você mexeu com o filho da pessoa errada. Você está tão fodido! — Zombo, rindo, jogando a cabeça para trás.

— Veremos! — Ele me puxou para fora, com a arma apontada para meu pescoço, parando na porta. O lugar estava cercado por motos e carros e incontáveis homens armados até os dentes. Parecia um batalhão. Na frente, sorri ao ver meu pai e Nicolas. Nunca imaginei um dia vê-los juntos, mas ainda estou vivo para ver isso. — Sentiu saudades, filho? — Guilherme ironizou, não me soltando nem por um minuto, praticamente me usando como escudo.

— Senti. Senti saudades da surra que te dei. E senti arrependimento de não ter rachado sua cabeça ao meio quando pude. — Papai rebateu, frio, tão tranquilo e relaxado em sua moto que fiquei até surpreso. Mas esse era o jeito dele, já aprendi a lidar com isso.

— Você foi um fracasso! Mas não vai se livrar dessa! Lembra o que aconteceu com seu irmão? Com sua namorada? Com sua mãe? Você é muito pior do que eu, Grego. Admita. Você que sujou as mãos por mim. E nunca fez nada para mudar isso. — Ralhou, com um tom debochado. Meu pai apenas sorriu de canto, dando de ombros, descendo da moto e puxando a arma do coldre. Guilherme recuou um passo, me puxando junto e pressionando o cano da arma em meu pescoço.

Notei Nicolas se afastando aos poucos, olhando para mim e pedindo para tentar distraí-lo. Fiquei com medo do que ele poderia estar aprontando, mas obedeci. E logo comecei a me rebater, tentando me soltar, porém, foi inútil. Mas ele não percebeu Nicolas indo para os fundos. E ao que parece, ele já havia combinado isso com o meu pai.

— Não. Eu não sou pior que você, Guilherme. — Meu pai rebateu, cruzando os braços. — Eu construí uma família, eu mudei por eles. Por meu esposo por meus filhos. Já você... aniquilou todos que tinham o seu sangue. Mas não conseguiu fazer isso comigo. E eu sei o quanto isso te irrita profundamente. Te irrita porque mesmo feito tudo que fiz, eu consegui ser feliz, ao contrário de você, que sempre foi amargurado e fechado com seus próprios demônios. Eu superei. Você não. — Guilherme rangeu os dentes, socando meu estômago, me tirando o ar. Papai mudou sua expressão para preocupação, avançando um passo, mas parou assim que Guilherme colocou a arma em minha cabeça, me fazendo ficar ajoelhado. Merda!

— Você vai ver todos caindo, Grego! Vai ver seus filhos sendo mortos na sua frente! O veadinho do teu esposo e o último será você! — Exclamou, com a acidez emanando do seu tom.

— Hey!!! — Nicolas gritou, dentro da cabana, fazendo Guilherme olhar para trás. Rapidamente passo minha perna contra as suas, o derrubando e pegando sua arma, correndo na direção do meu pai, caindo em seus braços, finalmente me permitindo chorar no seu ombro. Ele me abraçou forte, me beijando incontáveis vezes no topo da cabeça.

— Anda, vai para o carro, Samuel. — Papai ordenou, me colocando atrás de si.

— Não! Papai, eu não quero que se machuque. Nem o Nicolas. Por favor... — Peço, choroso. Papai suspirou, segurando meu rosto entre suas mãos.

— Filho, dessa vez eu vou fazer por você o que não consegui fazer antes. Porém, você não precisa ver.

— Mas eu quero! — Insisto.

— Seu pai fez isso uma vez e deu merda para o meu lado. Não quero chegar em casa e ser morto por ele. Anda, me obedece e vai com os homens para o carro. — Bufo, me sentindo contrariado e sendo puxado por dois brutamontes, que me colocaram dentro de um dos carros, bloqueando as portas.

— Samuel! — Nicolas apareceu na janela, na qual eu rapidamente abaixei o vidro, o puxando pela camisa.

— Nicolas, entra no carro comigo. Eu já estou bem, não precisa fazer isso! — Peço, assustado. Ele sorriu, pegando minha mão e depositando um beijo em minha palma, se aproximando e beijando meus lábios delicadamente.

— Quando isso acabar, vamos conversar, baixinho. Conversar de verdade. Agora vai. Levem ele para o hospital. — Nicolas ordenou ao motorista, me deixando desesperado.

— O quê?! Não, não! Me deixem sair! Não podem ir! — Exclamo, mas Nicolas me ignorou, voltando para onde estava meu pai. Vi ambos conversarem algo, sacando as armas e entrando na cabana, me deixando aflito, preocupado.

Espero que tudo fique bem...

Assim que cheguei em casa, corri para o quarto dos meus pais, entrando e vendo papai Cássio sentado na cama, com a cabeça abaixada e as mãos no rosto. Tinha um Terço entre suas mãos. Ele parecia estar chorando.

— Papai... — Murmuro, choroso. Ele rapidamente me olha, correndo em minha direção e me abraçando.

— Ah, céus! Graças a Deus, filho! Eu fiquei tão preocupado! — Exclamou, me abraçando mais forte. — Onde está o seu pai?

— Ele ficou lá! Papai, ele me obrigou a vir! Ele e o Nicolas estão lá! E se algo acontecer com eles?!

— Não vai, amor. — Garantiu, sorrindo.

— Como pode ter certeza?!

— Ele é Gregório Del Rey, Sam. Simples.

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) حيث تعيش القصص. اكتشف الآن