▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || VINTE

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🔸— NICOLAS KEY — 🔸

↪ DÚVIDAS, DÚVIDAS... ↩

Suspiro, um tanto quanto cansado, mergulhando as mãos em meus cabelos e abaixando a cabeça.

O que diabos estava acontecendo comigo?!

Eu não conseguia mais raciocinar direito, e odeio o fato de que tudo isso é por culpa do Samuel! Aquele baixinho irritante e que anda atormentando minhas noites de insônia.

Tudo que consigo ver em minha mente é aquele desgraçado do novo namorado dele o tocando, o beijando, e eu não posso fazer nada. E por que diabos faria?!! Somos apenas amigos, não tenho esse direito!

Respiro fundo, socando a mesa e saindo da boca, não ouvindo os demais que me chamavam. Chego na casa dos meus pais, respirando profundamente antes de entrar. E por sorte, encontro os dois na sala, assistindo algum filme.

— Nicolas? — Meu pai Raffa falou, meio surpreso.

— O que faz aqui?! Eu já disse que para pisar nessa casa, você precisa largar essa vida de... — Meu pai Murphy exclamou, mas eu o interrompi.

— Eu sei! Eu sei de tudo isso. Mas não é por causa disso que estou aqui. Não viria se não fosse importante. — Eles se entreolharam, e meu pai Raffa logo veio em minha direção, sorrindo e segurando minhas mãos, me fazendo sentar no sofá.

— O que aconteceu, filho?

— É difícil explicar... ter um amigo gay... é contagioso? — Questiono, meio confuso, e os dois me olham como se eu fosse o maior idiota do mundo.

— Como é que é? — Meu pai Raffa questionou, parecendo não entender minha pergunta.

— Quero saber se é contagioso! Sei que pareço um idiota, mas eu não entendo disso! — Exclamo, irritado. Meus pais suspiraram, cada um sentando ao meu lado.

— Nicolas, ser gay não é uma doença. Sempre deixamos isso claro para você. Não tem como contagiar alguém.

— Mas os pais do Sam são gays, e ele também é gay. Então influencia. — Falo, vendo Murphy bufar, revirando os olhos.

— Meu amor, isso não tem nada haver. Absolutamente nada haver. E que eu saiba, Samuel é pansexual.

— Pan... o quê? — Questiono, mais confuso ainda.

— Pansexual, que se atrai por qualquer pessoa, independente do seu gênero ou identidade de sexo. Para eles, isso é o de menos.

— Não importa! De qualquer forma, continua se enroscando com outro homem! — Exclamo, cruzando os braços.

— Nicolas, e o que a vida dele tem haver com a sua? O fato dele estar namorando te incomoda? — Meu pai Raffa questionou.

— Claro que incomoda! Ele é meu amigo e... aquele cara não é bom para ele. — Resmungo, irritado.

— O Noah? Fala sério, ele é muito educado e muito dedicado. O Sam parece estar gostando mesmo dele... — Meu pai Murphy comentou, o que só me deixou mais irritado ainda.

— Adota ele então! — Exclamo, saindo de casa, nem sei o porquê ter ido lá. É claro que eles iriam preferir o Noah. Todo mundo só sabe falar nesse mauricinho idiota! O que diabos ele tem que eu não tenho?! Aquele sorrisinho idiota e palavras bonitas?! Quem se importa com isso?!

— Ah, oi Nic! — Samuel gritou, vindo em minha direção. E para minha sanidade mental, ele estava sozinho.

— Oi...

— Tudo bem? Eu ia na sua casa te chamar para sairmos.

— Sair? — Questiono, interessado. Ele sorriu docemente. Suas bochechas estavam rosadas e seu olhar brilhava. Por algum motivo, não gostei de ver aquilo...

— Sim, sair. Vamos em uma balada. Meus amigos todos vão. Topa? — Ah, os amigos também...

— Hm... não sei. Além de que, tem baile funk no morro. Eu nunca perco.

— Pode ser lá então. Só não acho que o Noah vai gostar, ele curte rock, então...

— Ele também vai?! — Exclamo, irritado. Samuel me olhou, confuso.

— Claro, ele é meu namorado. Ele está de folga então vamos aproveitar bastante! — Exclamou, sorrindo.

— Ele não vai entrar no meu morro. — Dito, com a cara fechada. Samuel me olhou, entristecido.

— Por que não?

— Já falei que não gosto dele!

— Mas que inferno, Nicolas! O que ele fez para você?! — Exclamou, irritado. Me roubou você!

— Não fez nada porque ainda tem juízo! — Rebato.

— Tudo bem. Então vamos para outro lugar, na qual ele possa ir comigo. — Ditou, me virando às costas. Antes que ele saísse, o puxo pelo braço, suspirando.

— Baixinho, espera. — Peço, e ele me olha. — Será que podia cancelar esse seu compromisso com seus amigos? Quero conversar com você. — Ele me olhou com mais atenção.

— Aconteceu alguma coisa?

— Está acontecendo... Vai na minha casa hoje à noite. Eu peço para os caras na entrada do morro te levarem em segurança até lá. Não é seguro andar sozinho. Pode ser?

— Nic... eu não sei... já marquei com meus amigos...

— Não aceito não como resposta. — Falo, irredutível.

— Então por que pergunta se eu posso se não vai fazer diferença?!

— Para ser educado. Sendo assim, cancela tudo e vai na minha casa.

— Você não é prioridade, sabia?! — Exclamou, puxando seu braço do meu aperto. — Eu tenho amigos e um namorado que...

— Para de falar desse cara! — Altero o tom de voz, o assustando. — Não me interessa o que tem com ele ou com quem marcou de sair. Te espero hoje à noite e se não chegar às oito, eu mesmo vou te buscar onde quer que esteja. — Falo, o vendo me olhar incrédulo.

— Não pode me obrigar!

— Está avisado. — Ele bufou, não me respondendo mais e saindo, pisando duro. Sorri, vitorioso.

Eu já sabia que ele estaria em minha porta pontualmente...

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Olha como sou boazinha. Abandonei os estudos e dediquei esta manhã exclusivamente para escrever para vocês.

Estou perdoada pelos atrasos? Espero que sim 😅😚😉

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now