▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || TRINTA

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🔸— SAMUEL DEL REY —🔸

↪ O ASSUNTO DO MOMENTO ↩

Tomo mais um pouco do meu Milk-shake de chocolate, com as pernas jogadas para cima da mesa da lanchonete enquanto mexia no celular tediosamente, falando com amigos de outros países. Estava com saudades de alguns, não todos.

— Hey, gringo! — Linda apareceu, e eu quase engasguei. Era estranho pensar que eu queria ficar com ela e acabei transando com Nicolas.

— Oi...

— Ei, não fica assim. Está tudo bem. — Disse e eu a olhei, confuso.

— Oi?

— Eu sei que Nicolas e você transaram ontem. — Disse e eu rapidamente a olhei.

— Como sabe?!

— A questão é quem não sabe, baby! Vocês planejaram ir para algum site pornô ou o quê? — Comentou, rindo, me deixando mais perdido ainda.

— Do que está falando, Linda? — Ela me olhou, talvez notando somente agora que eu não entendia do que ela estava falando.

— O vídeo de vocês... não foram vocês que postaram? — Rapidamente me levantei, largando o Milk-shake.

— Que vídeo?!

— Opa... — Murmurou, recuando um passo. — Acho que falei demais. Bem, aqui... — Ela pegou seu celular, mexendo em algo e me entregando. O vídeo mostrava em todos os ângulos Nicolas e eu transando. Com milhares de visualizações e comentários. Eu vou matar o Nicolas! — Aliás, fiquei muito excitada com esse vídeo. — comentou, pegando o celular de volta. — Achei que fosse você a ter postado o vídeo, já que... sei lá, não se preocupa com os padrões da sociedade...

— Sim, mas não é para tanto! Não ia postar um vídeo íntimo meu que até meus pais possam ver! — Exclamo, irritado.

— Bem, a essa hora, eles já devem ter visto. Vocês dois estão na boca de todos lá na comunidade. — Fecho os olhos, não querendo acreditar. Passo a mão no rosto, puxando meus cabelos em puro nervosismo.

— Foi o Nicolas. — Afirmo, vendo ela me olhar confusa.

— Por que ele faria isso? Ainda mais fazendo sexo com outro homem. Ele é preconceituoso, não iria querer se exibir assim.

— Então quem foi?! Eu não fiz nada disso e ele já tem tempo que anda me importunando! Onde ele está?

— Bom, ele disse que ia para a boca... — Não espero ela terminar de falar e sigo para o morro. — Não, não! Samuel, você não pode ir para lá! — Linda gritou, mas ignoro, indo para o morro.

Todos que passavam ali me olhavam e comentavam entre si, soltando risadinhas entre si. Respiro fundo, indo para a “boca” e ignorando os homens armados, que pelo sorrisinho que me enviaram, também haviam visto a merda do vídeo. Talvez por isso não me barraram. Entro sem bater, vendo Nicolas conversando com dois caras. Ele me olhou, com a expressão séria.

— Saiam. — Ordeno aos dois homens, que logo obedeceram. Fecho a porta, o vendo se levantar. — Samuel... — Não espero ele terminar de falar, desfiro um soco em seu rosto, com toda a força que consigo. Ele me olhou, irritado. — O QUE MERDA DEU EM VOCÊ?!! — gritou, furioso.

— EU É QUE PERGUNTO! QUE DROGA DE VÍDEO É AQUELE?!! — Vocifero. Ele suspirou, rindo.

— Você é muito descarado. Como você vem me perguntar isso?! — Exclamou, devolvendo o soco, que me fez cair no chão. — ACHA MESMO QUE EU IA PUBLICAR AQUILO, PORRA?!! É a sua cara fazer esse tipo de coisa!

— Eu?! Só pode ser piada! Por que diabos eu faria isso?! Nem era minha intenção transar com você! Você que insistia!

— Ah, claro! Como se você tivesse feito à força! — Bufo, me levantando, limpando o sangue que escorria da minha boca.

— Se não foi você, então quem foi?!

— Se eu soubesse, não estaria parado aqui! — Praguejo, me sentando em sua cadeira, atrás da mesa, pondo as mãos na cabeça.

— Se meus pais verem isso, eu estou morto! — Murmuro, em um tom baixo.

— Seus pais são gente boa, Sam. Para de drama.

— Meu pai Cássio sim, mas meu pai Grego não gosta de você, e me disse para ficar longe.

— É... ele não é tão amigável...

— E você não vai fazer nada?!

— O que você quer que eu faça?!

— Não sei, porra! Qualquer coisa! Procura quem fez isso, tira o vídeo do ar, não sei! — Nicolas respirou fundo, me olhando seriamente.

— Por que está tão preocupado? Eu te conheço o suficiente para saber que se um vídeo seu íntimo vaza na Internet, você não vai se importar. — O encaro.

— Me incomoda o fato de ser com você naquele vídeo! — Rebato, amargo. Nicolas partiu para cima de mim, puxando meu braço e me derrubando na mesa, subindo em cima de mim.

— Então estamos quites! É uma vergonha para mim, aparecer transando com um cara que dá para o primeiro que aparecer. Afinal, você podia ter saído do meu quarto, mas ficou. Você não vale nada!

— Idiota! Quem você pensa que é para falar isso de mim?! — Exclamo, socando seu peito. Ele agarrou meus pulsos, os prendendo acima da minha cabeça. Nos encaramos, irritados.

— Estou mentindo? Quantas vezes você não trocou o seu status de relacionamento em menos de um ano? Se é que seus ficantes possa ser chamado de relacionamento.

— Eu fico com quem eu quiser! Sou livre para amar e namorar que me der na telha! Você não é ninguém para me impor limites!

— Tem razão. Não sou. — Ele me soltou, se levantando. Faço o mesmo. — Saia daqui.

— O quê?

— VAI EMBORA, PORRA! — Gritou. O olho, desacreditado.

— Você não muda mesmo. Não tiro a razão do Tio Murphy ter te colocado para fora da casa dele. Você merece ficar sozinho! — Exclamo, e ele me encara com ódio. Lhe viro às costas saindo dali, batendo a porta com toda a força. — O que foi?! Perderam alguma coisa?!! — Exclamo, vendo os homens me olhando espantados. Saio dali, e principalmente daquele morro, apenas querendo chegar em casa e me jogar na minha cama, ou talvez, marcar alguma festa insana e beber até esquecer, realmente me entregando ao primeiro que aparecer. Eu não me importo.

A rua estava deserta, mas logo me assusto quando uma Van preta para bruscamente na minha frente, e três homens saem dela, armados. Já ia correr para longe dali, porém, sou atingido por uma arma de choque, que me derrubou facilmente, me fazendo gemer de dor.

— A sua hora chegou, meu netinho... — Aquele velho apareceu, e eu o encarei com espanto. De novo não...

Eles me amarraram, me jogando para dentro da Van e colocando um saco preto na cabeça. Não podia ser...

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora