▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || TRINTA E TRÊS

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🔸— NICOLAS KEY — 🔸

↪ POR ELE ↩

O morro estava agitado, e em meio a todo aquele caos, eu não sabia como agir. Samuel havia sido sequestrado e tudo porque fui um idiota que deixou ele sair sozinho do morro.

— O que está acontecendo?! — Meus pais apareceram, olhando confusos para Grego, que não saía do celular e já estava devidamente armado.

— Grego, achei que tivesse abandonado isso. — Meu pai Murphy falou, o olhando com surpresa.

— E eu tinha. Mas meu filho foi sequestrado. E eu vou fazer o que for preciso para trazê-lo de volta!

— Sequestrado?! Por quem?! — Meu pai Raffa questionou, agora preocupado.

— Pelo meu pai... — Tio Grego murmurou, e vi os olhos dos meus pais se arregalarem em total espanto.

— Ele ainda está vivo?!

— Devia tê-lo matado quando pude! — Tio Grego lamentou, se levantando e destravando uma submetralhadora. — Dessa vez nem Cássio nem ninguém vai me impedir de acabar com esse infeliz!

— Você não vai sozinho! — Exclamo, me equipando também, e fico surpreso quando meu pai Murphy agarrou meu pulso, chamando minha atenção.

— Você não vai a lugar nenhum, Nicolas! Esse homem é perigoso e não vou deixar você chegar perto dele. — Sorri, me sentindo feliz ao ver sua preocupação comigo.

— Achei que não se importava comigo... — Murmuro, o vendo me olhar atentamente.

— Eu me preocupo muito. Por isso não quero você nessa merda de vida! — Ditou, com um tom sério.

— Pai, eu gosto do Samuel. Gosto mesmo. Não quero perdê-lo. Se eu não ajudá-lo, vou me sentir um completo inútil. Depois que ele estiver bem, eu faço o que o senhor quiser, mas não me peça para ficar longe disso, porque eu vou ajudar a salvar o Samuel, mesmo que o senhor seja contra. — Falo, o vendo suspirar, vencido.

— Céus! — Meu pai Raffa exclamou, com as mãos na cabeça. — Isso não vai acabar nunca?! Sempre teremos que voltar para essa merda?! Eu achei que estávamos livres disso! Mas parece uma praga, que está sempre se multiplicando! — ralhou, sendo abraçado pelo meu pai Murphy, que tentava acalmá-lo. Suspiro, me sentindo um pouco culpado, mesmo que dessa vez, a culpa não fosse minha. Eu nem sequer imaginava pelo o que meus pais passaram, mas certamente, não deve ter sido fácil para eles.

— Não precisam se envolver. — Tio Grego falou, com um tom baixo. — Eu agradeço muito tudo que fizeram por mim, mas eu não quero mais que saiam do conforto da sua família para colocar tudo em risco de novo. É o meu filho que está lá, portanto eu vou tirá-lo de lá. Fazer o que não fiz antes. Eu realmente não quero que vocês se envolvam. — Ditou, sincero. Meus pais o olharam, emocionados. E eu era a prova viva de que não existia uma amizade mais linda que meus pais tinham com tio Grego.

— Crescemos juntos, Grego. E se for para morrer, vamos morrer juntos também. — Meu pai Murphy falou, e fiquei espantado ao ver tio Grego desabando no choro, largando a arma.

— Não quero perder meu filho, Murphy... Eu não suportaria... — Falou, deixando as lágrimas correrem pelo seu rosto. Meus pais o abraçaram imediatamente, o confortando. Eu não poderia estar mais surpreso. Tio Grego sempre foi durão, sempre de cara fechada. Nunca o imaginei algum dia chorando como fazia agora. E tenho quase certeza que ele não faria isso na frente de tio Cássio.

— Nós vamos salvá-lo, Grego. Aquele infeliz vai ter o qute merece! — Meu pai Murphy declarou, como uma verdadeira promessa.

Tio Grego respirou fundo, assentindo e tentando secar as lágrimas que insistiam em cair.

— Não precisa ser forte o tempo todo, Grego. — Meu pai Raffa comentou, com uma feição entristecida. — É compreensível sua preocupação, mas vamos trazer Samuel ileso. Nada vai acontecer a ele, tudo bem? — Tio Grego negou, passando a mão no rosto.

— Eu conheço aquele infeliz, Raffa! Eu sei que ele não esperou nem um minuto para machucar meu filho! E se demorarmos mais, não quero nem pensar o que pode acontecer. — Murmurou, o que de certa forma me deixou extremamente preocupado, porém, tentei não demonstrar, já que não queria chamar atenção.

— Então o que estamos esperando? Vamos logo! — Meu pai Murphy exclamou, se armando. Após isso, saímos, reunindo todos os homens do morro e incontáveis outros que tio Grego havia contatado. Eu não conhecia ninguém, mas logo o chefe daqueles homens se aproximou. Era enorme, cabelo feito na máquina, uma pele negra e uma cara não muito amigável. Havia tatuagens por todo o seu corpo e piercings também.

— Fala, mano! Estão prontos? — Questionou o homem, com uma voz grossa. Tio Grego tomou a frente, assentindo. Ambos eram do mesmo tamanho.

— Prontos! Vamos de uma vez!

— Sabe onde seu filho está?

— Meu pai nunca foi muito criativo. Me sigam! — Tio Grego ordenou, subindo em sua moto e logo olhou para mim. — Vamos, Nicolas. Sobe. — Ordenou. Sorri, o obedecendo prontamente. Eu estava com medo, é verdade. Mas salvar Samuel era meu principal objetivo.

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now