▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || TRINTA E OITO

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🔸 — SAMUEL DEL REY — 🔸

↪ AMOR OU AMIZADE? ↩

Depois de passar dias preso em uma cama, finalmente eu pude sair, andar um pouco. Meus amigos não paravam de me ligarem e mandarem mensagens. Estavam preocupados e é exatamente nessas horas que eu posso saber quem são meus verdadeiros amigos. E minha "gangue” estava incluída nessa.

— Baixinho! Que bom te ver! — Noah exclamou, me abraçando e me cumprimentando com um selinho. Sorri, retribuindo o abraço.

— Eu sei que vocês me amam. — Me gabo, os fazendo rir. Lola e Benny me abraçaram ao mesmo tempo, me enchendo de beijos e selinhos.

— Te amamos sim, seu idiota! E te odiamos por nos matar de susto com seu sumiço. — Benny exclamou, abraçando minha cintura. Eu ri, bagunçando seus cabelos com a mão.

— Fazer o quê? Sou muito disputado! — Brinco, rindo.

— Para, Sam. Você realmente nos deixou preocupados. — Linda falou, sorrindo docemente e me dando um selinho. Ela também havia entrado nessa onda e já havia conquistado a amizade dos meus amigos. Era uma mulher à frente do seu tempo e de bem consigo mesma. Eu realmente admirava muito isso nas pessoas.

— O QUE SIGNIFICA ISSO?! — Nos afastamos ao ver Nicolas se aproximando, parecendo irritado, ou melhor, claramente furioso.

— Não é o que você está pensando, Nic... — Falo, mas ele me puxa pelo braço, me encarando fixamente.

— Acha que eu sou idiota?! É assim que você age depois de tudo?!

— Nicolas, você sabe que eu sou assim. São meus amigos. É só uma demonstração de carinho. — Explico, mas eu tinha certeza que ele não iria me ouvir.

— “Demonstração de carinho”?! Me poupe, Samuel! Isso é ridículo! Se estiver comigo não pense que vou permitir essa pouca vergonha! — Eu ri, descrente. Me solto do seu aperto, o encarando desafiadoramente.

— Eu não vou mudar com meus amigos somente por causa do seu capricho! Acorda, Nicolas! Estamos no século XXI, e não nos tempos das cavernas. Mesmo que ache ruim, eu não vou mudar minhas atitudes, porque eu não estou errado! — Ele riu, sem humor.

— Ah, então você é o dono da razão?! Pois bem, fique aí cumprimentando seus amigos! — Ralhou, se retirando. Suspiro, um tanto quanto cansado. Não iria dá o braço à torcer. Não mesmo.

— Vai atrás dele. — Linda sugeriu, me olhando com certa culpa.

— Tudo bem, mas... me desculpem pelo comportamento de Nicolas. — Peço, um pouco preocupado.

— Não se preocupe. Eu conheço muito bem essa cabeça oca. Ele sabe ser bem inconveniente quando quer. — Linda comentou, revirando os olhos. Sorri, me despedindo dos meus amigos e correndo atrás de Nicolas, o alcançando tempos depois.

— Não precisa me tocar! — Nicolas exclamou, assim que o puxei pelo braço.

— Qual é, Nic?! Você sabe que sempre fui assim!

— Quando estava solteiro! Agora está comigo, portanto é só meu! — Resmungou, cruzando os braços. Sorri, o olhando com carinho.

— Então... estamos namorando? — Nicolas me olhou, como se tivesse acabado de deixar escapar um segredo.

— Não sei... ainda mais com você beijando não sei quantas bocas por aí!

— Nicolas, eu só beijo meus amigos, e é só um selinho. É algo carinhoso. Não tem malícia.

— Até a porra do seu ex?! — Exclamou, furioso.

— Agora somos amigos. — Nicolas suspirou, cruzando os braços e se encostando na parede.

— Amigos... sei... — Murmurou, virando a cara.

— Olha, eu realmente não sei como convencer você. Mas uma coisa eu deixo avisado: não tente me mudar, Nicolas. Eu não vou afetar as minhas amizades por sua causa. — Ele me encarou, incrédulo.

— Ah, não?! E o que eu estou fazendo por você não conta?! Eu abandonei a boca, aceitei fazer a merda de uma faculdade qualquer, tudo para que seu pai não fique de nariz torcido a cada vez que chego perto de você! E mesmo assim, você acha que é o único dono da razão?!

— Ah, desculpe-me por me preocupar com o seu futuro! — Rebato, irritado. — Uma coisa não liga na outra! Você percebeu a distância das situações que você citou? Todos estão preocupados com seu futuro, Nicolas. Eu quero que você seja bem sucedido, que tenha um emprego digno e que possamos ficar juntos sem ter medo de fechar os olhos à noite por conta da coleções de inimigos que anda fazendo com essa história de ser o dono da favela. Viu o que aconteceu comigo? Duas vezes eu fui parar nas mãos desse homem, que é o maior inimigo do meu pai. Ou melhor... era. É isso que você quer? Me deixar em perigo? Correr risco de morte por puro capricho? Nicolas... eu amo você. Amo mesmo. Mas não me obrigue a escolher você ou meus amigos. Porque a resposta já é óbvia.

— Não estou pedindo para você escolher nada! Mas não pode simplesmente parar com esse beijos? Para que isso?! Não há necessidade. — Suspiro, abaixando o olhar.

— Você não entenderia. Ninguém entende... É a minha forma de demonstrar carinho. Só isso. São amores e sentimentos diferentes. É tão difícil entender isso? Os meus amigos já estão acostumados a agirem assim. É normal.

— Não! Não é normal. Nunca vai ser. Nunca vi ninguém fazer isso com “amigos”.

— Está vendo agora.

— Ok! Então eu posso sair quando eu bem quiser e ficar com quem eu quiser.

— Tudo bem. — Falo e ele me olha, incrédulo.

— O quê?! Não vai dizer nada contra isso?

— Por quê? É atração carnal, amor. Acontece e eu entendo. Não sou ciumento. — Nicolas bufou, saindo sem me dizer nenhuma palavra. E eu realmente não entendi o motivo de tanta ira.

Mas era apenas o Nicolas sendo Nicolas.

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now