▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || QUATRO

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🔸— SAMUEL DEL REY —🔸

↪ DEL REY NUNCA PERDERÁ SUA COROA ↩

A dor de cabeça no dia seguinte era sempre bem-vinda, isso significava que curti a festa como realmente devia. Já estava tão acostumado, que a ressaca não era mais um incômodo tão grande, não tirava minha rotina no dia seguinte. Ah, não! Espera! Nada de rotina. Odeio rotina. Vivo o hoje sem pensar no amanhã. Simple is that.

Abro os olhos, com certa preguiça, olhando para os lados e vendo uma garota e um rapaz, ambos deitados em meu peito, adormecidos. Se me lembro bem, eram o casal. Conversamos, bebemos, e continuamos a “conversa” na cama.

Foi uma noite e tanta!

Me levanto da cama, com cuidado para não acordá-los e sigo para o banheiro. Necessitava urgentemente de um banho. Estava com cheiro de bebida misturado com sexo e uma manhã sem banho. Céus, eu preciso de um banho!

Escovo meus dentes, enquanto ligo a torneira com água quente na banheira. Lavo minha boca e faço minhas necessidades, e finalmente entro naquela banheira, só então sentindo meu corpo relaxar ao entrar em contato com a água quente.

E logo a imagem de Nicolas vem em minha mente.

Ele estava tão mudado. Isso é um fato. Lembro que conversamos muito, e ele me disse alguma coisa sobre estar com alguém, mas não embarcou muito no assunto. Senti que ele havia ficado desconfortável ao falar disso, por isso não insisti.

Era bom revê-lo. Era muito bom.

Éramos melhores amigos e hoje... bem, a questão é que não agimos mais como antigamente. Claro, não posso exigir nada. Nossas vidas foram separadas bruscamente e vivemos em mundos diferentes, conhecemos pessoas novas e que realmente participaram da trajetória de nossas vidas, que nos conhecem muito mais do que ele e eu nos conhecemos. Hoje não sei nada sobre ele, não sei com quem anda, do que gosta, do seu estilo musical, ou seus hobbies favoritos.

Se tornou um completo estranho...

Balanço a cabeça, espantando esses pensamentos, e saio da banheira, lavando meus cabelos e pegando o roupão de banho azul, o vestindo. Pego uma toalha extra, sacudindo meus cabelos e seguindo para o closet, procurando por algo simples. Queria me exercitar hoje, talvez seduzir alguém na rua. *Risos* Brincadeira. Mas não deixa de ser uma opção.

Pego uma cueca boxer vermelha, uma bermuda simples, preta, tênis esportivo e uma jaqueta de couro para amarrar na cintura caso o tempo esfriasse, o que eu duvido muito que aconteça, mas enfim.

Me visto, deixando a barra da minha cueca aparecendo, já que eu não usava camisa, e nem iria colocar. Gosto de me exibir, e não estou nem aí se vão me achar metido ou coisa parecida. Dane-se!

Deixo meus cabelos secarem naturalmente e pego um óculos escuros, os colocando.

— Bom dia, senhor Del Rey! — Uma mulher me recebeu, assim que cheguei na cozinha.

— Ahn... oi? — Falo, meio confuso. Eu dormi com três pessoas e não lembro?

— Ah, desculpe, me chamo Paola. A senhorita Olivia Del Rey me contratou para os serviços domésticos. E também a Dona Ester, que irá fazer a comida e virá mais tarde. — Informou. Minha irmã não perde tempo mesmo. Ótimo, porque se dependesse de mim, eu voltaria para os EUA e não chamaria empregada nenhuma.

— Certo... Paola. Eu vou sair por um tempo. Tem duas visitas que ainda estão dormindo em meu quarto e... provavelmente deve ter pessoas nos quartos de hóspedes então... poderia fazer um café da manhã reforçado para eles? — Peço e ela sorri.

— Claro! Com prazer.

— Ótimo! Até mais então! — Saio dali, olhando para os dois lados da rua. Acho que iria visitar meus tios.

— Hey! Me espera! — Olho para trás, vendo Benny correndo em minha direção. Nós cumprimentamos com um selinho, voltando a andar abraçados.

— E aí? Como foi a noite? — Questiono, vendo ele todo risonho e corado.

— Foi a melhor de toda a minha vida! Eu não sou mais virgem! — Sussurrou a última parte em meu ouvido, como se fosse um segredo. E então riu, abraçando minha cintura e encostando a cabeça em meu peito.

— Sério?! Espera... foi com o Jonhny? — Questiono e ele pondera.

— Foi.

— Benny, você sabe que ele é casado, não é? — Alerto, e para a minha surpresa, ele assentiu, como se isso não fosse nada demais.

— Não sou ciumento.

— Mas tenho certeza que a esposa chata dele é. Se não fosse, não teria casado aos 17 anos!

— Ai, Sam, eu nunca gostei daquela garota, e não vai ser agora que vou gostar. Ela sempre encheu meu saco no ensino médio, então não tenho remorso nenhum em pegar o marido dela. E que homem, senhor! — Balanço a cabeça em negativa.

— Você ainda vai ter problemas sérios com isso.

— Não me importo.

— Eu avisei.

— Opa, paradinhos aí! — Dois homens nos barraram, antes que pudéssemos entrar no morro. Estavam armados e não pareciam apreciar uma boa conversa. — Nomes e o motivo da visita.

— Samuel Del Rey. Vim visitar meus tios, Raffa e Murphy Key. — Falo, imponente. Ambos se entreolharam e rapidamente abriram passagem, sorrindo forçado.

— Desculpe-me, senhor. Pode passar. — Disse um deles. Sorri, passando por eles.

— O que foi isso? — Benny questionou, olhando para trás, meio perdido. Eu ri, me divertindo com aquilo.

— Benny, meu amor, aprende algo: Del Rey é um sobrenome que nunca perderá o seu poder. — Falo, vendo ele ri junto comigo, enquanto andávamos como dois loucos pelo morro, chamando a atenção das pessoas que passavam por ali.

E quem disse que eu não gosto de atenção? Eu venho é para causar, baby!

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now