▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || UM

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🔸— SAMUEL DEL REY  —🔸

↪ TROPA ESTRANGEIRA ↩


Avanço na frente, tomando a liderança. Solto uma risada debochada, girando o volante do meu mais novo esportivo e fazendo o pneu cantar no asfalto. Inclino meu corpo para fora da janela, ainda controlando o volante com uma mão.

I AM AMERICAN, BRAZIL!!! — Grito, rindo. Ouço meus amigos gritarem, assobiando e tentando me acompanhar. Volto para dentro do carro, chegando no local marcado para finalizar a corrida. Abandono o veículo, passando a mão em meus cabelos que certamente estão uma bagunça. Eu entrei em férias da minha faculdade – estava cursando dança. Foi difícil convencer o meu pai – Gregório Del Rey. Mas com o apoio do meu outro pai – Cássio Del Rey, ele permitiu que eu fizesse. E como estou de férias, nada melhor do que viajar. 2 meses nessa belezinha de País.

Uuh' Só não imaginava que fosse tão quente aqui. Retiro minha camisa, amarrando envolta da minha cintura. Sempre fui apaixonado por carros, e meu avô já me contou uma vez que meu pai, Cássio, era do mesmo jeito quando tinha a minha idade. Mas claro, meu pai me ameaçou diversas vezes, dizendo para não copiar os atos deles e andar na linha. Claro... vou andar na linha. Na linha do trem, enquanto ele estiver em movimento. Hey, não me julguem como um mal menino. Eu só gosto de me aventurar. Viajei por incontáveis países, e em todos eles faço minha entrada triunfal. Uma corrida épica entre eu e meus amigos pela cidade.

— Eu odeio você! — Krit resmungou, vindo até mim, me agarrando pela cintura e me beijando gostosamente. Ele era... um amigo colorido. Era uma forma de demonstrarmos carinho. Um carinha gentil que sequestrei da Coreia quando fui passar as férias de verão há cinco anos. O conheci e desde então, não nos desgrudamos mais.

É complicado falar da minha relação com os meus amigos. Sou muito liberal e beijo todo mundo. Homem, mulher, trans... que diferença faz? Um selinho não vai matar ninguém. Cresci com os ensinamentos dos meus pais, especialmente do meu pai, Cássio, que é Psicólogo e abusa do seu conhecimento para me passar conhecimento. Ele sabe muito bem como conversar com as pessoas e me criou muito bem, junto do meu pai, Grego, que já foi muitas vezes repreendido pelo meu pai, Cássio. É engraçado a relação deles, e que mesmo depois de anos, nunca os vi de cara feia um para o outro. Claro, sempre há aquela troca de farpas entre eles, mas no fim, ambos acabam rindo e se beijando. Deus não poderia me dá uma família melhor. Agradeço demais ter sido adotado por pais tão inteligentes e maravilhosos, que certamente, dariam a vida por mim.

— Seu maluco!!! — Olivia, minha irmã, apareceu, brava, desferindo um tapa em minha cabeça.

— Aii! Qual é o seu problema?! — Exclamo, massageando o local agredido pela louca da minha irmã.

— Meu problema?! Meu problema é ter um pirralho irresponsável como você! Papai disse que não era para entrar nessas corridas perigosas! Você é demente ou o quê? — Brigou, irritada. Suspiro, revirando os olhos. Toda viagem é a mesma ladainha.

— Maninha, eu sou um corredor nato. Sei o que eu faço. E como acabei de comprar um carro novo, precisava testá-lo.

— Você é um idiota! Eu vou contar para o papai e ele vai cancelar suas férias. — Disse, emburrada. Mas eu sei que ela não faria isso. Se eu voltasse para os Estados Unidos, ela também voltaria. Pois meus pais eram muito protetores. Não deixariam minha irmã sozinha aqui nem sobre hipótese nenhuma.

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora