▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || TRINTA E UM

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🔸— SAMUEL DEL REY —🔸

↪ VINGANÇA DO PASSADO ↩

Acordo com um balde de água fria sendo jogado em meu rosto. Olho em volta, assustado. Estava preso em uma cadeira, em um quarto sujo e fechado. Olho para frente, vendo aquele velho, que agora descobri ser meu avô, sentado em uma cadeira, mexendo no meu celular.

— Finalmente acordou! O que acha de conversarmos um pouco? — Seu sarcasmo era nítido.

— Por que está fazendo tudo isso? — Pergunto, assustado.

— Porque eu não terminei o que deveria ter feito com os veadinhos dos seus pais, e agora até você é um deles. Poderíamos termos feito uma boa dupla, Samuel. — Comentou, calmo.

— Dupla de quê?! Que mata a própria família?! Não, muito obrigado! — Rebato, enojado. Ele sorriu, assentindo.

— Ainda estou decidindo o que vou fazer com você, pequeno Samuel. — Murmurou, se levantando e parando na minha frente, segurando meu rosto com força, me obrigando a olhá-lo. — Mas com os seus pais... eu vou ter o prazer de acabar lentamente com a vida dos dois, e quem se intrometer, acabará como eles. — ditou, me fazendo arregalar os olhos, assustado.

— VOCÊ É LOUCO!!! NÃO VAI MACHUCAR MEUS PAIS!!! — Grito, aos prantos. Ele riu, debochado.

— Ah, eu vou. Eu vou sim. E você vai assistir a tudo de camarote. Não é incrível? — Disse, já saindo e trancando a porta. Meu desespero aumenta, e eu tento me soltar a todo custo, porém, inutilmente.

🔸— GREGÓRIO DEL REY —🔸

— Como não o viram?! Ele disse que ia encontrar vocês! — Cássio exclamou, desesperado. Fazia 20 horas que Samuel não aparecia em casa e isso simplesmente deixou Cássio em completo desespero. Eu também estava preocupado, porém, sempre tenho que manter a calma, já que Cássio não consegue isso. E isso era realmente estranho, já que Samuel não é de sumir assim sem avisar. Ele não larga aquele celular e agora não atendia as nossas ligações. — Os amigos também não sabem de nada! — Cássio exclamou, jogando o celular no sofá, chorando. Vou rapidamente até ele, o abraçando.

— Amor, calma. Logo mais ele aparece. — Tento acalmá-lo, mas Cássio me empurrou, negando.

— Não... meu peito está doendo, Grego. Eu sei que algo aconteceu com meu menino! — Exclamou, aos prantos. Respiro fundo, e antes que eu pudesse falar algo, meu celular toca. O tiro do bolso, sorrindo ao ver o nome de Samuel na tela.

— É o Samuel! — Exclamo, e Cássio rapidamente vem em minha direção, colocando no viva-voz. Atendo. — Samuel, onde você está?!

— Ele está um pouco ocupado agora... — Uma voz familiar trás de volta a minha preocupação. E logo me toco que essa voz só poderia ser de uma pessoa. Não... não pode ser...

— O que fez com o Samuel? — Pergunto, hesitante.

— Por enquanto nada. Vai depender de você, filho. Achou que estava livre de mim? Achou que iria me humilhar daquela forma e sair ileso? Ter a sua família perfeita e ser felizes para sempre? Não. Não enquanto eu viver! — Aperto a ponte do meu nariz com os dedos, respirando fundo. Eu devia tê-lo matado!!!

— O QUE VOCÊ FEZ COM O SAMUEL, SEU DOENTE?!! — Cássio gritou, desesperado. Desligo o viva-voz, pedindo calma para ele, mesmo que eu mesmo estivesse me corroendo de raiva por dentro.

— Ora... adoro quando ele perde o controle. Fica tudo tão mais divertido. — Zombou.

— O que você quer?

— Eu quero que você sofra, Gregório. Eu quero te ver no fundo do poço! Não vou permitir que tenha sua vidinha perfeita. Eu vou acabar com vocês!

— Seu...! — Já ia xingá-lo, mas ele já havia desligado. Cássio chorava, sentado no sofá e com as mãos na cabeça.

— A culpa é minha! Eu devia ter deixado você matá-lo quando pôde! Mas não... eu tinha que agir como idiota e agora o nosso filho está pagando por isso! — Cássio murmurou, com a voz embargada. Me sento ao seu lado, o abraçando.

— Amor, você não tem culpa de nada! Você não é um assassino, não é uma pessoa ruim. É lógico que não iria aprovar uma morte assim. Eu prometi que largaria essa vida, e que nunca mais eu machucar ia alguém, mas... Cássio, eu não vou deixar ele escapar dessa vez. — Aviso e ele me olha, sério. Estava realmente com medo da reação dele, com medo de que ele me largasse de novo caso eu voltasse a encostar em uma arma sequer. Mas eu não tinha escolha. Era a vida do meu filho em jogo.

— Faça o que tiver que fazer. — Ditou, me deixando surpreso. — Mate esse homem e qualquer um que ameace a paz da nossa família. Faça o que for necessário, Grego. Por favor... — Seu pedido me deixou em transe por alguns segundos. E tudo que fiz foi abraçá-lo, beijando o topo de sua cabeça e tentando acalmá-lo. Fazia anos que não fazia mais parte de qualquer trabalho sujo, mas agora... estou ciente que terei que refazer alguns antigos contatos...

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now