▪ C ▪ A ▪ P ▪ Í ▪ T ▪ U ▪ L ▪ O ▪ || CINQUENTA E CINCO

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🔸- NICOLAS KEY -🔸

↪ CONFUSÃO NA CHURRASCARIA ↩

Passar dias sem ver Samuel foi realmente um dos meus maiores desafios. E só passando esse tempo longe dele foi que percebi o quão louvo eu sou por aquele loiro complicado. Mas a decisão de terminar com ele foi para o meu bem mental. Eu não estava mais aguentando brigar com Samuel e toda vida ele sair ileso com suas desculpas esfarrapadas. Eu o amava, mas também tinha os meus limites.

Eu sonho em casar sim. Não preciso ter filhos, apesar de que se ele quisesse, eu também iria amar ainda mais. Mas casar eu não abro mão. É algo que me deixa mais aliviado e tem mais aparência de ser real. Faz mais sentido morar junto após o casamento do que simplesmente juntar as tralhas com o outro. Eu gosto do jeito tradicional e não mudo esse meu jeito de pensar.

Depois do acidente, ficou claro que Samuel só quis casar por pena, por quase ter me visto morrer. Foi a gota d'água. Eu já nem me importava mais, só queria terminar com esse cansaço de brigar e fazer as pazes toda hora. É cansativo e eu não tenho paciência para isso.

- Seus pais foram para a churrascaria. Ah, vamos Nicolas! - Eric chamou. Ele sempre deixou claro que queria namorar comigo, mas eu realmente não estava nem com cabeça para isso. Eu estava em casa, e isso me trouxe a recordação da primeira vez que transamos aqui, onde vazou aquele maldito vídeo para o morro todo. Então sair de casa, seria uma ótima ideia, e não me importo se seria com Eric. Ele era um ótimo acompanhante, quando não estava dando em cima de mim.

- Tudo bem, vai. - Murmuro, vencido, vestindo minha camisa preta básica e seguindo com ele até a churrascaria. Na qual eu trouxe Samuel uma vez aqui. Nosso primeiro encontro que não era exatamente um encontro.

Suspiro, espantando esses pensamentos e me aproximando dos meus pais e dos meus tios. Felizmente, Samuel não estava com eles.

- Oi, filho. Já está melhor? - Meu pai Raffa questionou, se levantando e checando minha temperatura como se eu fosse uma criança. Eu amanheci com uma febre baixa e vomitando tudo que eu comia. Depois de tomar alguns remédios e dormir por horas, me senti um pouco melhor.

- Estou, pai... - O tranquilizo. - Eu vou sentar ali, ok? - Aviso, apontando para uma mesa ao fundo, acenando para meus tios e seguindo para a mesa com Eric, que logo puxou a cadeira para o meu lado.

- O que vai pedir? - Questionou, com dúvida do que comer. A garçonete não demorou a aparecer.

- Eu vou querer... uma cerveja e uma porção de batata-frita. - Falo, vendo Eric me olhar desgostoso.

- Pode trazer dois espetos de porco e coração, e... duas porções de Baião. - Eric pediu, logo depois lembrando da bebida. - Ah! Pode trazer um litro de refrigerante e duas cervejas.

- Vai comer isso tudo? - Questiono, vendo ele sorri.

- Nós vamos. Você precisa se alimentar.

- Eu já pedi o meu.

- Sim, mas não é o suficiente. Só porque terminou um relacionamento, na quer dizer que deva se matar de fome. - Ditou, revirando os olhos.

- Combinamos de não falar sobre isso. - Falo, vendo ele erguer as mãos em rendição. Minutos depois, nossos pedidos chegaram e eu abri logo a cerveja, tomando um pouco do líquido. Pego uma batatinha, a mergulhando no molho de ketchup e a comendo. Eric riu, me olhando. - O que foi?

- Você se sujou de molho. Espera. - Ele se aproximou, pousando a mão em minha bochecha e passando o polegar pelos meus lábios, aproveitando o fato de que não fiz nada para acariciar meus cabelos. - Por que você não olha para quem realmente te ama, Nicolas? - Eric sussurrou, com um olhar entristecido, se aproximando lentamente de mim. Ele ia me beijar. E eu acabei não me movendo.

Mas antes que Eric tocasse seus lábios nos meus, alguém o puxou para longe mim, lhe desferindo um soco no rosto.

- FIQUE LONGE DELE!!! - Samuel exclamou, me deixando aturdido com sua atitude. Nossos pais rapidamente se levantaram, tentando conter a briga, mas Samuel parecia possesso, e Eric, que não era tão calmo assim, rapidamente se levantou, avançando em Samuel e lhe devolvendo o soco. Ambos se atracaram no chão, enquanto nossos pais tentavam contê-los.

Resolvo agir, puxando Samuel com força pelo braço.

- Mas que porra você acha que está fazendo?! - Exclamo, vendo ele me encarar.

- Eu é que pergunto! Mal termina comigo e já está se entregando a outro?! Ou foi por isso que terminou comigo?! - Gritou, começando a chorar. Samuel estava alterado, não estava raciocinando, o que me fez estranhar, já que ele costumava sempre ser o que pensava antes de fazer as coisas.

- De qualquer forma, você não tem direito de sair por aí batendo nas pessoas! - Rebato, apesar de perceber que ele estava muito pior que Eric. Samuel não era um garoto de briga, mas adorava causar uma confusão.

Seus lábios estavam cortados e uma fina linha sangue escorria da sua boca. Inconscientemente, levo meu polegar para seus lábios, limpando um pouco do sangue, chamando sua atenção.

- Eu não aguento mais, Nic... Não aguento mais ficar longe de você... Meus pensamentos estão me matando, e eu sei que fui o culpado por tudo. Mas eu não quero que se canse de mim. Eu amo você. E agora eu tenho certeza que eu quero me casar com você. - Declarou, me arrancando um suspiro. Não adianta, ele sempre conseguia me fazer derreter com suas palavras.

O puxo para um abraço forte, depositando um beijo em seu pescoço.

- Eu também não aguento ficar sem você. - Murmuro, o apertando forte em meus braços, sentindo seu perfume doce e gostoso. Era tão bom tê-lo de volta.

Nos separamos ao ouvir uma tosse forçada. Olhamos para trás, vendo nossos pais com caras nada boas nos encarando.

- Estamos encrencados, não estamos? - Samuel sussurrou para mim.

- Estamos sim.

O DONO DO MORRO - A Segunda Geração | Vol. III (Romance gay) Where stories live. Discover now