Capítulo 31

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Enchi o copo com água e coloquei a aspirina dentro dele, vendo-a dissolver. Esta manhã acordei com uma dor de cabeça terrível e já não me lembrava de como era a sensação de adormecer a chorar.

A minha mente está confusa e não sei o que fazer, sinto que me roubaram o tapete que tinha nos pés deixando-me sozinha no chão frio. Bebi aquele comprimido e voltei para o quarto vendo a cama ainda feita desde de ontem de manhã e o sol atravessar a janela. Apanhei o telemóvel do chão vendo que tinha uma mensagem do Niall recebida à uma hora atrás. A medo com o dedo a tremelicar abri aquela mensagem sentindo o meu coração doer.

"Niall: Desculpa, ontem tive que me ir embora porque estava a perder a cabeça. Sabes o quanto me custou querer falar e tu não me ouvires? Eu preciso que me ouças Mabel, tudo isto tem uma explicação e eu preciso da tua ajuda. Fodasse, nunca pensei que me fizesses isto, tudo bem que eu fui estúpido mas daí a pensares que eu voltei a correr?. Hoje quando chegar a casa espero puder falar contigo. Nunca te esqueças que te amo Mabel..."

Apertei o telemóvel na minha mão fechando os olhos, tentei não chorar mas quando dei por mim já as lágrimas escorriam pelos meus olhos outra vez. Respirei fundo e mandei mensagem ao Noah para o acalmar não dando resposta ao Niall.

Tomei um banho rápido e avisei a Betty de que não iria para a faculdade, estou sem motivação, sem força. Abri o computador e passei o dia a fazer trabalhos da faculdade, ainda mandei mensagem ao Robison com uma pequena mentira, dizendo que hoje teria que ficar na faculdade até mais tarde e não poderia faltar.

As horas passaram e consegui apenas comer uma salada durante o dia, assim que a hora do Niall chegar se aproximou fechei o computador e fiquei a olhar para as horas sentindo que cada minuto que passava correspondia a uma hora. As minhas costas estavam encostadas à beira do sofá, o meu rabo pousado no tapete da sala e o meu corpo coberto por um cobertor, hoje sinto-me melhor no chão, passei a noite cheia de dores por ter dormido no sofá.

O nemo enrolou-se no meu colo pousado a cabeça no meu ombro reconfortando-me. Fechei os meus olhos tentando manter a calma e não desesperar nem chorar. O tempo foi passando e passando e nem sinal do Niall. Provavelmente nem vem para casa e vai passar a noite sei lá onde, as desculpas devem ser tão fracas que ele até tem medo de as dizer.

Levantei-me do chão sentindo o meu corpo pesado e um vazio no peito, sofrer por amor é das maiores dores que um ser humano pode ter. Pousei o cobertor no sofá e quando ia para a cozinha ouvi a fechadura na porta o que fez o meu corpo congelar e parar.

Mal a porta abriu vi o Niall, ele tinha um ar cansado e o mesmo fato do dia anterior, os seus olhos estavam escuros e sem vida, a sua camisa amarrotada e o cabelo bagunçado. O seu corpo falou por si, vejo nitidamente que está tão péssimo quanto eu por dentro, sem ser preciso abrir a boca. Vi-o pousar a mala e o casaco em cima da mesa e depois levar as mãos aos bolsos das calças e encostar-se à parede ficando a olhar para mim com um ar triste.

Um calor frio passou no fundo da minha barriga e o meu corpo todo arrepiou, desviei o meu olhar do seu focando-me nos seus sapatos pretos. Os segundos de silêncio pareceram minutos e quando ouvi a sua voz as minhas pernas tremeram.

Niall: achas mesmo que eu voltei a correr?- perguntou baixo obrigando-me a encara-lo

-só tu é que me podes responder a isso

Niall: não- interrompeu- eu fiz-te uma pergunta, responde- falou duro

-Niall o que é que tu queres que eu pense? Diz-me- cruzei os meus braços- tu sais de casa para ir ter com a Leila e dizes-me que foste com o pessoal tomar café, eu apanho-te a falar sobre corridas com a Leila, tu admites que foste com ela diz-me o que queres que eu pense?

Race 2Where stories live. Discover now