A DANÇA DOS CORVOS

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-Você é sempre a vitima? Afinal está caminhando para morte, sabe disso não é? - Ponderou ele.

-Ansioso para minha partida Marcos, esqueça. - Descartou com um aceno. - Tenho contas a acertar com você antes disso. - Disse ela colocando a mascara cravada de brilhantes.

Killian acabava de selar o cavalo, estava com seu habitual penhoar de seda, porém muito elegante como de praxe. Ele admirou Mariah enquanto a menina vinha em sua direção, comparou sua beleza com a da mãe e teve vislumbres dos olhos dóceis de Aurora.

-Bela como um anjo. - Indagou ele.

-Cruel feito um monstro. - Completou Marcos e Mariah socou lhe o estomago.

-Vocês dois são duas criaturas peculiares. - Comentou Killian enquanto ajudava Mariah a montar.

-Agora. - Killian olhou fixamente para a beleza rara montada em Meia-Noite. -Lembre-se do que eu disse, não faça nada até que receba o sinal.

-E qual será o sinal? - Perguntou ela.

-No momento certo você saberá.

Killian deu uma chicotada no belo alazão e este relinchou, cavalgando em disparada para fora dos territórios de Celine.

-Mestre, o senhor sabe o que isso significa não é?

-Sim meu caro , isto é a revolução. Vamos nos preparar não temos tempo a perder.

[...]

Os violinistas tocavam melancolicamente no andar de baixo, era possível ouvir as vozes entretidas de toda a Corte, alguns se perguntavam do porque de uma decisão tão apressada, outros ainda comentavam sobre a Mestiça que enfrentou os soberanos, e a grande maioria aproveitava o escarcéu de Lucinda. Pedro usava um fraque azul marinho e preto, seus cabelos estavam perfeitamente alinhados para trás, e seus olhos brilhavam num tom cinza desbotado como uma chuva de fim de tarde.

-Pedro. - A voz branda era de Thomas.

-Veio me dar os parabéns? - Disse ele amargurado.

-Isso tudo é ridículo, esse casamento arranjado pela própria noiva, esse jogo nojento pelo poder! Eu, você... ela... nada faz sentido.

-Ela? - Pedro virou-se para Thomas.

- Mariah, ela ainda está por ai, sabe se lá nas mãos de quem, ela mal sabe quem é, e desconhece a sujeira de Elys. Ela achou que este lugar era o paraíso.

- Eu a trouxe para cá, este fardo é meu, e é meu dever mudar esta situação.

- Todos têm sua parcela de culpa, Pedro. Quando eu disse que a amava, é verdade. – Ele olhou de soslaio para Pedro. – Mas não como imagina. Eu a quero segura, por que ela é mais que uma simples garota, merece o amor e as coisas boas da vida. Estamos condenados, mas ela....Ela não.

- Não terá meu perdão tão cedo Thomas, mas entendo o que diz. Quanto ao casamento. Não permitirei que isso chegue ao fim. Não desse jeito.

-Não pode simplesmente dizer não a Lucinda.

-Lucinda é mimada, Íris é o verdadeiro perigo neste castelo e Lorenzo também E eu pretendo destruí-los.

-Você só pode estar louco! - Exclamou Thomas.

-Não vou deixar que tirem Mariah de mim! Eu preciso encontrá-la e cumprir meu destino. - Pedro foi imparcial com os protestos de Thomas que enfim calou-se ao chegarem às escadas do salão de festas. O salão estava cheio e pares de homens e mulheres dançavam ao som de uma melodia

lúdica e alta. De cima era uma bela sincronia. Nos tronos estavam Íris com um vestido dourado longo com tons café em seu comprimento, e usava sua coroa lustrada de rainha, banhada em ouro e coberta por rubis. E ao seu lado Lorenzo com a feição imponente como deve ser a de um imperador, um rei em questão, estava de fraque totalmente negro e, sobretudo grafite de veludo.

A Herdeira Mestiça Where stories live. Discover now