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Sorri fraco, tentando não expressar o receio que aquela frase me trazia. 

Bom saber. falei, dando uma piscadela. Me escorei na parede onde ficava a porta, encarando o líder mexer em papéis sentado na mesa. 

O que quer, garota? perguntou, não tirando o olhar do material em sua mão. 

–  Nada, apenas esperando a tal função. respondi, provocando o olhar neutro do homem para mim. Dei um sorrisinho debochado, tombando a cabeça para o lado. 

Niall, vai mostrar a vizinhança e explicar como tudo funciona para Díaz e tira ela da minha frente. –  disse, ainda me olhando e agora com um sorriso satisfeito em lábios. Levantei as sobrancelhas, sendo puxada por Niall e Louis, que acabou vindo junto, para fora daquela casa. 

Assim que saímos, senti a brisa da tarde me envolver, já observando o céu acinzentado se escurecer aos poucos. 

Aqui todos se conhecem e estabelecem uma relação muito boa. Niall começou, andando pela extensa rua que se seguia atrás da casa principal. 

Ou seja, transam entre si. Louis resmungou, fazendo-me rir e Niall gargalhar de uma forma engraçada. 

Ótima tradução. comentou o loiro, sorrindo. Enfim, as pessoas que moram aqui ao redor sempre ajudam em informações, são a comunidade daqui. Consideramos as pessoas de acordo com a confiança que temos nelas. Contamos nos dedos aqueles que realmente vendem ou entregam drogas, pois são os reais integrantes da máfia, ou seja, apenas nós cinco e Valerie. Também temos uma equipe de apoio, que nos ajuda com o que precisarmos. E bom, agora temos você. explicou, referindo-se ao grupo principal que já havia conhecido e a garota que havia citado anteriormente. O resto apenas nos ajuda com informações, suprimentos ou outras coisas similares. Entendeu? perguntou no final, fazendo-me assentir e sorrir fraco. 

Provavelmente Harry irá te designar um papel básico no início já que não confia em você. E sem ofensas, mas ninguém confia em você agora. Não te conhecemos o suficiente. Louis falou. Apenas concordei, sorrindo amigavelmente. Porém eu fui com a sua cara, então se considere sortuda. piscou, sorrindo. Mas com o Harry é diferente, ele é uma pessoa difícil. acrescentou, me olhando. Levantei as sobrancelhas, mostrando entendimento.

Enquanto andávamos, os homens cumprimentavam as pessoas e sorriam. Pude perceber que mais para frente havia um muro, indicando a rua sem saída. Realmente, era um bom lugar para se construir um sistema como aquele. 

Quem é essa? uma voz aguda adentrou meus ouvidos, provocando-me uma careta. Olhei para o lado, vendo sair de uma casa padrão como as outras, uma garota com seus cabelos castanhos, pele clara e ao mesmo tempo com um tom dourado e um vestido preto que definia de forma bem nítida suas curvas. Os olhos castanhos da mulher me rondaram, transmitindo um olhar de desdém. 

Nova integrante. Louis disse, sem paciência. Alguma coisa me dizia que aquela pessoa não era a mais amada do local. 

Da máfia? falou, com deboche. Não vai durar um mês. soltou, observando suas unhas.

Amber... Niall começou.

Você nem me conhece, então, quando se passar um mês e eu definitivamente ainda estiver aqui, a gente conversa. interrompi o loiro, dizendo as certas palavras para a garota, respondendo o seu deboche com objetividade para cortá-lo. Em ambientes como aquele, era apenas questão de se dar o respeito, mostrar autoridade, e as pessoas iriam te respeitar, ou no mínimo, te aceitar. Aliás, não tinha nenhuma intenção de criar inimizades, principalmente com uma mulher, já que naquele meio o sexismo era algo forte. Óbvio que não iria consentir com posicionamentos abusivos - verbais ou físicos - sob mim, mas também não responderia com ódio ou julgaria, sendo que nesses ambientes as pessoas se adaptavam com medidas comportamentais diferentes para sobreviverem à hostilidade. 

✟ lights up ✟Where stories live. Discover now