Capítulo 19

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Aconteceu um falecimento na minha família, pessoal, por isso o capítulo demorou para sair. Mas o que importa é que saiu, tá enooooooorme, e bem amorzinho. Me dá minhas 550 estrelinhas, vai, pu favô, nunca te pedi nada, :) 

Hoje, se você não tá sabendo, tem a festa de encerramento das minhas leitoras. É uma coisinha bem simples, no salão de festa de uma amiga, aqui em SP. Entra na minha página no facebook, que o evento tá lá. 

Se você vier, a gente se encontra mais tarde. Se não vier, mande energias positivas pra mim, porque tô precisando.

Um beijo e obrigada pela paciência para aguardar capítulo!!

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Gabriel

De todos os Natais da minha vida, aquele não foi, nem de longe, o melhor. A Ferreirada queria que eu me sentisse em casa, e eu não me senti. Queriam que eu fosse da família e eu não fui. Aquela não era a minha casa, a minha família. Eram os meus amigos e eu ainda fazia distinção do que era sanguíneo, do que não era.

Com certeza, de todos, foi o mais bem intencionado. E se você acha que isso não conta, é porque sempre passou o Natal em família.

Perguntei para a Tia Lúcia se era besteira minha ligar para a minha mãe e desejar Feliz Natal e ela disse que a gente tem que fazer o que vai deixar a gente mais tranquilo. Liguei porque sou otário, nunca me atenderam. Liguei para a minha vó também, mãe da minha mãe, ela até atendeu, mas foi tão seca, que era melhor nem ter atendido.

Para os tios e primos nem me dei ao trabalho de ligar. Para o meu pai também não liguei, mas mandei mensagem que nem visualizada foi. Então, sozinho com meu presente em mãos, fui para a casa dos Ferreira e me senti, pelo menos, mais Gabriel do que tenho me sentido desde que acabei o ensino médio.

Quem me atendeu foi uma menina loira da minha idade, acho, se mais nova só um pouco. Não lembro de ter visto ela antes, mas vou dizer que até que era bonitinha. Encontrei a mãe dela com uma taça de vinho na mão, a barriga encostada no balcão da cozinha, rindo com a Tia Fê e o Tio Rodrigo, não dava nem para fingir que não eram mãe e filha porque eram a cara uma da outra.

— Ah, você é o garoto que todo mundo nessa casa 'tava esperando – Eu nem sabia o nome dela, mas ela sabia quem eu era – Prazer, pode me chamar só de Bia, mas saiba que eu não te trouxe presente, tá?

Tá, ué. Também não tinha levado presente para ela.

— Esse é o mascotinho da casa, Bia, não trata ele assim – Desde que fui para a casa da Tia Lu, parece que a Tia Fê só sabe me abraçar e me beijar e eu nem sabia que essa mulher sabia abraçar os outros.

— Eu sei que é barra, não fica assim não, também fui expulsa de casa.

Tinha uns cinquentão pra mais, mas pensa numa cinquentona Gata. Olho azul, cabelo loiro, montada para aparecer em qualquer evento que fosse. Tinha até aquelas sardinhas que as tias mais velhas têm, em cima do decote, coisa de quem toma Sol sem proteção, sabe?

— Tira o olho, moleque – Tomei uma invertida e nem sei de quem foi. Tava olhando pro peito da Tiazona Gata? Até tava, mas só a título de curiosidade.

Depois eu vi a morena de cabelo liso, mais baixa, bonita também, mas bem menos vaidosa. Cabelo curto e o sorrisão de quem tá comendo uma Tia muito Gata.

Agoooora eu entendi a invertida que eu tomei.

— Não sei nem quenhé – Ela falou olhando o Tio Rodrigo – Mas não gosto quando ficam olhando o que é meu.

Para Sempre TrêsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora