Humphrey Dominic.Eu não conseguia ficar parado. Tudo estava sendo demais e apavorante para mim. Já havia visto homens perder a perna, mãos, e a vida num combate. Mais vê-la naquela situação estava sendo pior que tudo isso. Seus olhos quase a se apagar, a pele pálida e uma fragilidade que nunca havia visto nela, me horrorizava. E o sangue, todo aquele sangue.
Retornei meu caminho, enquanto girava naquela sala branca enquanto olhos castanhos me observavam. O tal de Sammy, o mesmo que teve minha Preta nos braços, fitava-me irritado.
- Abrir um buraco no chão não vai adiantar nada. - Ralhou.
Os braços cruzados sobre o peito e os olhos acesos refletiam uma preocupação e acusação.
- Cale a boca, você nem deveria estar aqui. - Soltei irritado sem ao menos pensar. Fitei-o com irritação, ele queria me culpar, mais do que tudo. Eu admitia que algo dentro de mim, borbulhava e acendia em remorso. Não por ter Margareth ao meu lado, mas por não pensar o quanto minha mãe poderia ser cruel. Porém, quem pensaria sobre isso? Quem apontaria para a mulher na qual foi criado?
- Não deveria? - Sua posição mudou, os lábios se abriram e tremeram em raiva. - Você e sua família é a culpada por isso estar acontecendo com ela.
Ri em escárnio.
Até poderia ser eu o culpado de mesmo sabendo deixa-la se aprofundar. Mais, conhecendo como eu conhecia, sabia que um não, não a pararia.
- Então isso que te faz ficar com tanta raiva? - Marchei até ele, o espaço diminuiu entre nós, as faíscas de raiva que saiam eram quentes. -Imagino que não seja só isso. Mas o fato de Ela ter dado a chance a mim, não a você?
O vermelho tomou o seu rosto copiando os cabelos. Ele abriu a boca para retrucar. Não perderia as vantagens de jogar-lhe tudo na cara, mesmo está sendo ridícula. No entanto, uma figura negra de jaleto atrapalhou-nos a conversa.
- Senhores? - Ela picarreou, com os olhos oscilantes entre nós. - Ambos são responsáveis pela Senhorita Silva?
Antes mesmo de minha resposta, ele me cortou:
- Sim. - Disse desgostoso.
A médica parecia sentir a tensão naquele corredor. Ela ergueu a sobrancelha voltando a tomar sua posição profissional.
- Certo. - Ela fitou por um breve instante o relatório. - A senhorita Silva, se encontra bem, sem nenhuma escoriação. E quanto ao bebê, - Meu coração tropeçava a espera da resposta. - Ele está bem, ela quase sofreu um aborto por conta da injeção dada a ela, uma droga muito pesada. - Não permaneceu no assunto, talvez estivesse pensando que Margareth o havia tentado. - Fizemos alguns exames, incluindo uma ultrassom. Como a paciente se encontra acordada, um de vocês deve me seguir. Acredito que...Pelo que me disse, o pai do bebê.
Ela fitou nos dois. Eu assenti com a cabeça e a mesma entendeu o meu recado. Deixei Adlesperrie para trás enquanto seguia o caminho para encontrar minha Margareth. Que se amargurasse sozinho.
Meu coração voltou a bater quando soube que não conseguiram fazer nada a ela e ao nosso filho. Um aborto, um quase aborto. Aquilo subia pelo meu estômago fazendo-me querer vomitar. Entendia de algum modo mulheres quererem fazer abortos. Um estupro, falta de condições para ter um bebê, mas eu estava ali e o queria muito. Depois de tanta preocupação com ambos, o alívio adentrou por minha carne alcançando meus ossos. Minha alma tranquilizou-se.
A doutora parou em frente a porta branca.
- Ela não deve se estressar. - Concordei entendendo tudo, e com medo de que meus sentimentos bagunçassem os dela. Os dedos da doutora enlaçaram a maçaneta e então está se abriu, revelando uma Margareth debilitada. O rosto pálido, os olhos cansados, porém a mão continuava sobre em seu ventre onde uma vida se desenvolvia.
ESTÀS LLEGINT
A Infiltrada
Literatura romànticaA vida da policial Margareth Johnson Silva, estava boa para variar, e isto incluia as noites casuais com seu amigo policial Sammy. Entretanto, uma ligação na delegacia de Washington e uma reunião, acabaram por vez desta normalidade. Um Klan descende...