Capítulo 8

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Divirtam-se ❤

Entrei no Diner (um restaurante pequeno com uma fachada parecida com um vagão), na frente dele.

Mesmo que suas intensões aparentemente fossem boas, continuaria assim, desconfiada, zangada, com desgosto por estar naquele local com a pessoa que parecia ser bipolar o suficiente para me tratar de formas oscilantes de humor.

Minha cabeça latejava a cada passo dado por mim, o único café que tomei pela manhã tinha desaparecido do meu estômago de repente reclamão. Fitei meu relógio de pulso, já eram quase nove horas da manhã. O restaurante de assoalho de madeira, de paredes azuis claras e poltronas velhas de canto vermelhas, com uma mesinha de centro, era agradável, a maior parte das pessoas pelas roupas só estavam ali para tomar um café da manhã decente após um exercício físico ou simplesmente para ter uma manhã diferenciada fora de casa.

Marchei até a poltrona vermelha longe da janela sentando de frente para a porta que tocava mais uma vez o sininho avisando a chegada de mais um cliente. Dominic sentou-se rente, na beirada da poltrona gelada de couro, posicionando-se ali na ponta do pequeno sofá, parecia pronto para me impedir de levantar e sair do diner sem olhar sequer para aquela carinha abusada de riquinho dele, entretanto sua expressão tranquila sem a cara séria dos dias de semanas não parecia ligar para isso.

— O que vai pedir? — Perguntou normalmente, pegando o panfleto de cor azul escrito: Diner da Anne! As melhores ofertas desde 1994! Café da manhã, almoço e jantar!

Batuquei os dedos sobre a mesa de madeira escura.

Seu corpo escorregou um pouco na poltrona, quase se deitando no sofázinho.

— Eu nem deveria estar aqui para começo de "conversa".

Ele fitou-me por longos segundos.

— Já disse que não vou deixar você ir sem comer. — Disse firmemente.

— Primeiro me trata mal e agora aparenta estar preocupado comigo? — Arqueei as sobrancelhas.

Ele olhou para cima, parecia estar procurando a dádiva do espírito santo chamada, paciência.

— Eu não estou preocupado com você, faz parte do que eu sou não deixar com que ninguém passe mal ou se fira enquanto eu estiver por perto.

Abri um sorriso irônico.

— Uau.

Ele revidou os olhos.

— Sei que me odeia, digo o mesmo que não vou nem um pouco com sua cara, para mim você é somente minha empregada. — Disse impaciente batente o pé no assoalho retumbando um som oco. — Peça logo o que você quer comer e acabaremos com isso.

Desviei o olhar.

— Tudo bem, então. — Falei com indiferença.

Ele encarou o papelzinho do cardápio.

— Ótimo.

Ele endireitou a postura pondo o panfleto sobre a mesa e deslizando em minha direção.

— Bom dia casal! O que os senhores desejam? — Uma voz feminina alegrinha desviou a minha atenção e a dele. Olhei para cima para visualizar uma mulher pálida de olhos castanhos e de pircing no septo, ela sorridente.

— Não somos um casal. — Retrucamos em uníssono sem humor. A mulher pálida tornou-se vermelha aos poucos.

— M-me desculpem... — Gaguejou.

— Tudo bem. — Tentei lhe dar um sorriso tranquilizador, enquanto isso Dominic parecia ter comido algo amargo. Deveria estar desejando nunca ter me chamado para tomar um cafezinho.

A InfiltradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora