2 meses ✅

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REVISADO <3

Matthew

                  Dois meses depois

Quando Malu foi embora fiquei com uma mistura de raiva e tristeza, fiquei completamente cego e agi de forma impulsiva... Eu só queria encontrar Malu, mas acabei cometendo um erro que pode ter custado nossa felicidade juntos.

Haviam alguns lobos sem alfa que estavam morando perto de meu território, eu disse a eles que poderiam ficar ali se conseguissem encontrar Malu e trazê-la até mim, mas... Eles acabaram perdendo o controle ao descobrirem que ela era uma caçadora e acabaram matando duas pessoas, companheiros de Malu.

Ela deve estar com muita raiva de mim e eu não a culpo... Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara e isso machuca. Senti quando ela me rejeitou e apesar de eu não o ter feito, a sensação era que meu coração estava sendo esmagado.

Não consigo dormir sem sonhar com ela... Tento não entrar mais nos sonhos dela, sei que tudo só vai piorar se eu tentar forçá-la... Mas às vezes é inevitável.

Não desistirei dela mesmo que ela me odeie, Malu é minha companheira, uma parte de mim e é egoísta querê-la comigo mesmo depois de tudo o que eu fiz, mas... Não consigo me imaginar sem ela. Sei que não tivemos tempo para aprofundar nossos laços, muito pelo contrário, ainda assim...

Vou procurá-la e tentar o meu melhor para consertar o que eu causei, sei que nada do que eu disser vai apagar minha culpa e só fará com que ela tenha mais raiva de mim... Então, vou continuar a procurá-la e tentar, lentamente, me reaproximar.

Serei feliz se ao menos puder tê-la por perto.

Quando ela foi embora eu fiquei louco, procurei explicações e fiquei frustado quando percebi... Ela era a filha de um casal de caçadores que eu tinha matado há algum tempo atrás, podia ver a semelhança dela com o pai, não sei como não percebi antes.

Passei muito tempo procurando por aqueles caçadores, eles tinham matado meus pais e eu só fiz o que tinha que fazer... Se não o fizesse, não teria o apoio dos vampiros, me achariam fraco e naquele momento tudo era possível, mesmo um golpe para me tirar do poder. Eu só... Tinha que fazer.

Pesquisei o suficiente sobre eles para saber que eles tinham filhos, mas eu encobri essa informação para que nenhum dos meus soubesse, matar os caçadores era o suficiente, os filhos deles deveriam ser apenas crianças, elas não eram culpadas.

Pensei que Malu tivesse fugido de mim porque somos de mundos diferentes, mas se fosse só por isso... Eu sinto que poderíamos superar. Ela nunca vai esquecer o que eu fiz...

–Matthew?

Sou acordado de meus pensamentos com Paulo me chamando.

Eu– O que foi?

Estava em meu escritório resolvendo — ou tentando resolver — assuntos sobre o nosso território. Faziam dias que eu colocava o trabalho como prioridade, para pelo menos tentar esquecer um pouco de minha companheira... Não teve efeito.

Não importa quanto tempo tenha se passado, ainda posso ouvir sua voz e sentir seu cheiro na casa... No meu quarto. Ela esteve tão próxima de mim, mas agora não só perdi toda a confiança — se é que existia alguma — que ela tinha em mim, como a machuquei de todas as formas e só a afastei mais de mim.

Paulo– Ei cara, tá viajando?

Encarei Paulo tentando entender o que ele falava.

Eu– Estava pensando em... Algumas coisas sobre nosso território, só isso.

Paulo– Sei... Você não quer se alimentar ou pelo menos... Sair um pouco daqui? Dona Maria me disse que você não sai daqui faz tempos e suas irmãs... Estão com saudades.

Eu– Não estou com fome... Eu estou bem, só tem muitas coisas para resolver... Quanto às minhas irmãs, eu não consigo olhar para eles depois de tudo.

Suspirei e vi Paulo ficar sério.

Paulo– Sei que você se culpa pelo que aconteceu, mas já passou cara, você não pode mudar o passado... Não pode se esconder aqui para sempre e você sabe disso.

Eu– Eu sei... Você está certo, passar tanto tempo aqui só está me fazendo pirar mais.

Paulo concordou. Eu me levantei da cadeira onde estava e senti todo o meu corpo doer por ter passado tanto tempo na mesma posição.

Saímos do cômodo e fomos até a sala de jantar, Maria estava lá colocando as comidas na mesa, as meninas estavam sentadas conversando um pouco desanimadas.

Maria– Matthew! Que bom que apareceu, está com fome? Eu fiz bastante comida!

A mais velha parecia agitada com minha chegada. As meninas vieram correndo até mim quando me avistaram.

Cecília– Matt!

Bruna– Estávamos com saudades!

Eu– Estou aqui agora... Desculpe por sumir.

Tentei sorrir, mas logo parei, no mínimo deveria estar parecendo uma careta.

Me sentei na cadeira no final da mesa, as meninas se sentaram juntas do lado esquerdo Paulo se sentiu na cadeira a minha esquerda. Coloquei um pouco de comida em meu prato, apenas para não deixar Maria magoada por rejeitar sua comida... Não é como se eu precisasse realmente.

A inabalável fome de Paulo continua a mesma, ele encheu o prato até o topo, com todos os tipos de comida.

Bruna– Calma tio Paulo, a comida não vai acabar.

Ele sorriu amarelo e as meninas caíram na gargalhada, Maria olhava para nós com olhos brilhantes, exibindo um sorriso simpático.

Fiquei tempo demais dentro daquele escritório... Malu não vai sair da minha cabeça não importa o que eu tente, mas me afastar das pessoas que querem meu bem não vai melhorar minha situação.

Eu sei que vou encontrá-la, uma hora vamos nos ver novamente... Vou te esperar, Malu.

A Companheira do rei dos vampirosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora