Tragédia ✅

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REVISADO <3

Malu

Descobri que o nome do Supremo era Rafael e ele foi surpreendente gentil depois de me conhecer melhor. Ele agradeceu mais algumas vezes por eu salvar seu filho e disse que estaria em dívida comigo.

Eu fui embora sem problemas, não me demorei muito na alcateia para não deixar Luan e os outros preocupados.
Quando já estava perto de casa, meus ouvidos captaram sons de... Luta?

Comecei a correr até minha casa, entrando rapidamente pela porta dos fundos. Tudo estava um caos dentro da casa, a cozinha estava arruinada.

Corro até a sala e vejo um número considerável de lobos transformados. Luan, Emma, Alícia, Alinne e Beto estavam presentes, todos machucados, mesmo Emma tinha um arranhão em sua bochecha.

Eu– O que está acontecendo aqui?

Os que ainda não tinham me visto, se viram para me encarar e inevitavelmente se distraem. Luan me olha preocupado e não percebe o lobo atrás de si.

Alícia– LUAN!

O lobo pula nas costas do meu irmão, o fazendo cair no chão, tento me aproximar, mas sou impedida por alguns lobos que ficam em minha frente.

Alinne– Não!

Tinha me distraído com os lobos que apareceram e não vi o que aconteceu, quando olhei para Luan tudo o que vi foi... Sangue. Seu sangue escorria pelo grande machucado em suas costas, feitas pelo lobo cinza.

Alícia– Luan! Não!

Lobos parecem surgir de todos os lugares, nos impedindo de chegar até Luan. Meus olhos estavam cegados pelas lágrimas... Meu irmão... Estava morto? Eu não podia ouvir sua respiração.

Alícia e Alinne estavam encurralas protegendo Emma que estava atrás delas, Luan estava no lado oposto a elas... O que eu faço? As meninas ou Luan?

Tudo foi muito rápido, Alícia passou a usar sua magia para tirar os lobos de seu caminho, seguindo até Luan. Eu vi quando ela se aproximou dele e o virou, o rosto do mesmo estava coberto de sangue.

O lobo cinza ainda estava por perto, mas Alícia pareceu não o ver. Beto e eu gritamos para ela sair dali, mas ela não nos ouviu, sua magia parecia furiosa ao seu redor, provavelmente ela estava tentando curá-lo, magia de cura era especialidade das fadas.

Desviei meus olhos quando Alinne gritou, ela estava sendo atacada por muitos lobos de uma vez e ainda tinha que proteger Emma. Beto seguiu tentando chegar até ela.

Eu tinha que escolher... Alícia e Beto ou Alinne e Emma? Eles estavam em lados opostos, se eu fosse até as meninas, os lobos nos impediriam de chegar até Luan e Alícia posteriormente, os lobos eram fortes e ágeis e seu número parecia aumentar cada vez mais.

Emma– Malu!

Ouvi o choro de minha irmã e olhei para a mesma, seus olhos arregalados e ela estava tremendo tanto... Eu... Não posso deixá-la assim.

Fiz um escudo forte ao meu redor com magia e segui até as meninas, os lobos que tentavam me machucar eram jogados longe. Eu estava treinando esse escudo ainda, então não sabia por quanto tempo duraria.

Beto e eu chegamos até as meninas ao mesmo tempo, eu peguei Emma no colo e coloquei sua cabeça na curva de meu pescoço, pedindo para ela fechar os olhos... Aquilo era horrível, havia sangue para todos os lados e... Ela tinha visto Luan daquele jeito, era demais para uma criança.

Alícia– Saíam daqui, eu vou usar minha magia para... Acabar com eles.

Ouvimos o grito desesperado de Alícia, não dava para vê-la, mas...

Alinne– Você está louca? Não vou te deixar, eu não vou!

A magia de Alinne também ficou agitada. As duas eram gêmeas, por isso suas magias se interligavam algumas vezes, elas também podiam sentir o que a outra sentia.

Alícia– Saíam rápido! Minha magia está descontrolada, eu não consigo segurar mais! Por favor!

Eu– Mas o Luan...!

Alícia– Ele... Está morto! Por favor, saíam!

Senti minhas pernas tremendo e o que me impediu de ceder foi o aperto de Emma, senti suas lágrimas molhando minha blusa e deixei minhas próprias lágrimas caírem.

Olhei para Beto e apontei para Alinne, que ainda estava tentando ultrapassar os lobos, magia irradiando da mesma. Beto concordou e puxou a mesma para seu abraço.

Eu– Ali, eu sinto muito!

Expandi meu escudo, protegendo os outros três e impedindo os lobos de chegarem mais perto.

Alinne– Beto, não! O que você está fazendo?

Beto começou a puxar a loira para fora de casa, ela começou a se contorcer para voltar então ele... Bateu com força em sua nuca, induzindo-a ao desmaio, ele a pegou no colo e saiu, eu fui logo atrás.

Tudo em mim dizia para voltar, mas... Luan já estava morto e Emma precisava de mim, a magia de Alícia estava descontrolada, íamos acabar morrendo todos se fôssemos expostos a sua magia crua e potente desse jeito.

Fomos para dentro do carro, no porta malas ainda tinham coisas nossas que não tínhamos tirado, algumas malas com dinheiro e armas, talvez algumas roupas... Devia ser o suficiente.

Beto colocou Alinne deitada no banco de trás e eu fui com Emma na frente, a mesma ainda tremia e chorava alto, me segurando com força.

O moreno ligou o carro e acelerou, saímos a tempo de ouvir um barulho semelhante a uma explosão, alguns pedaços de madeira bateram no carro, mostrando que sim, nossa casa tinha ido pelos ares.

Beto– Para onde vamos agora?

Sua voz era baixa e seus olhos estavam focados na estrada, mas eu podia ver algumas lágrimas se acumulando.

Senti um nó em minha garganta, sequei as lágrimas e comecei a acariciar os cabelos de Emma, chacoalhando-a devagar.

Eu– Vamos para a alcatéia do Supremo alfa.

Disse firme. Beto desviou o olhar da estrada para mim, me olhando incrédulo.

Beto– Mesmo que soubesse onde ela fica... Por que eles nos receberiam?

Eu– Eu sei onde ela fica, o Supremo tem uma dívida comigo... Eu vou cobrá-la.

Beto suspirou e concordou, vi ele olhar para Alinne pelo espelho retrovisor, seus olhos tinham um brilho triste... Esse dia vai ficar marcado dentro de nós para sempre... Eu acho que a ficha ainda não caiu... Meu irmão e minha melhor amiga... Nunca mais os verei.

Eu guiei Beto até uma entrada na estrada, esta dava para a floresta e nos levaria até a alcatéia, o carro seria arruinado, mas não eu iria queimá-lo de qualquer forma.

Beto– ... Quem fez isso? Como eles descobriram nosso endereço?

Sua voz continuava baixa, mas cheia de amargura. Eu me fazia a mesma pergunta, como...? Sempre tomamos cuidado para não nos rastrearem... E quem enviaria tantos lobos?

Eu– Eu não sei... Mas a pessoa que fez isso, vai pagar... Com a vida.

Não demorou para chegar na frente da alcateia, o carro estava todo arranhado pelas árvores. Os moradores nos cercaram, mas quando me viram, se afastaram.

Beto– Eles não parecem receptivos...

Eu– Vai ficar tudo bem, eu falarei com o Supremo.

Eu abri a porta do carro, deixei Emma no banco... Tinha lançado um feitiço de sono nela, o melhor para a pequena era descansar.

Infelizmente quando saí do carro, senti minhas pernas cederem, antes de tudo ficar escuro, senti meu corpo bater fortemente contra o chão.

A Companheira do rei dos vampirosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora