Nova casa ✅

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REESCRITO <3

Malu

Acordei me sentindo estranhamente relaxada, eu acho que não dormia bem faz muito tempo... Senti um calor reconfortante me cercando e tudo de repente parecia tão... Certo.

Eu abri os olhos lentamente, mesmo querendo dormir mais um pouco, minha visão demorou a focar, até que eu o vi... Ah! Eu não acredito, não acredito! Aquilo não foi um sonho?

Tento me mover para longe dele, mas estou firmemente presa a ele, seu braço está em minha cintura e estranhamente o meu está na dele também, nossas pernas estão bagunçadas entre si e se eu tentar me mexer muito, fico ainda mais próxima dele.

Acho que o acordei depois de tanto mexer, ele resmungou um pouco, mas parou e abriu os olhos de repente, encarando-me profundamente... Eu não tinha notado antes, mas seus olhos... São tão bonitos, eu poderia me perder facilmente neles.

Ele sorriu e pela primeira vez, dentes afiados não me assustaram. Até o sorriso dele era bonito! Estou tão perdida, droga!

Matthew– Bom dia, você dormiu bem?

Tentei responder, mas a fita me impediu e meus braços estavam presos no corpo quente do homem a minha frente. Ele sorriu mais uma vez e passou os dedos pelo meu rosto, afastando alguns cabelos que caíam em meu rosto.

Sentir ele tão perto me faz sentir estranha, como se eu estivesse no lugar certo, como se eu devesse ficar ali e isso me deixava confusa. Seu toque gentil deixava quentura aonde passava e por mais que eu não quisesse, eu gostei da sensação.

Ele começou a puxar a fita devagar, mas ainda ardeu um pouco. Ele achava que era um cachorro? Tsc, tsc. Tudo bem que talvez eu tenha sido um pouco impulsiva, mas... Eu estava confusa e pensei que ele fosse me matar.

Eu– Você pode... Se afastar?

Muito perto! Eu podia sentir sua respiração tocando meu rosto, os olhos cheios de ternura pareciam me puxar cada vez mais, sua mão ainda não saiu do meu rosto e eu posso sentir seus dedos passeando levemente pela minha bochecha.

Droga, que culpa eu tenho que esse cretino é tão bonito? Eu posso sentir nossa ligação zumbindo de alegria por estarmos tão perto, minha parte loba está praticamente derretida.

Matthew– Não, eu gosto do jeito que está.

Cretino gostoso! Quer dizer... Argh, que seja.

Eu– Me larga, seu pervertido!

Ouço uma gargalhada gostosa e por um momento dou um sorriso também, mas logo o disfaço. Eu não sei o que está acontecendo comigo! Deve ser a droga dessa ligação!

Matthew– Já me chamaram de muitas coisas mais de pervertido nunca.

Eu– Tem uma primeira vez para tudo, não é?

Resmunguei tentando me afastar a força, sim, eu tinha força para isso, mas... Meu corpo parecia ficar mole quando tentava resistir a ele, aaaa!

Matthew– Você tem razão, mas... Não seria melhor me chamar de companheiro?

Na última parte da sua fala, ele chegou bem perto do meu rosto, sussurrando baixo no meu ouvido. Foi inevitável não sentir um arrepio bom percorrendo meu corpo e parece que ele percebeu.

Eu– Inferno, não faça isso! E eu já disse que vou te rejeitar!

Quando eu falei a última parte, algo dentro de mim se remexeu dolorosamente e pela expressão dele, ele também sentiu. Eu fiquei tentada a pedir desculpas, mas ele me interrompeu.

Matthew– Eu sinto o que você sente, então sei que doeu falar isso... E vai doer em nós dois se você né rejeitar, sabe? Entretanto, mesmo que você me rejeite, se eu não o fizer, ainda continuaremos ligados.

Eu– Mas... Como?

Matthew– O que vai mudar é nosso vínculo. Você pode reverter a rejeição se os dois não tiverem feito, mas vai demorar um pouco e talvez você perca um pouco da sua sanidade tentando ficar longe.

Eu– ... Então, a escolha nunca foi realmente minha.

Matthew abriu a boca para falar algo, mas fomos interrompidos por um toque de celular... Uh, era o meu.

Eu consegui tirar um braço de perto do corpo dele, peguei meu celular no bolso da calça e vi o nome de Luan aparecer, ele deve estar furioso, ele vai me matar.

Eu cliquei em atender, mas o celular foi puxado das minhas mãos antes que eu pudesse fazê-lo. Matthew o tomou de mim e encarou a tela do celular como se ela fosse o maior de seus inimigos.

Matthew– Quem é esse?

Eu– Me dá isso, eu preciso atender.

Matthew– Quem é esse?!

Ele aumentou o tom e eu me senti um pouco intimidada, seus dedos estavam brancos pela força que ele apertava meu celular e eu tinha medo de que ele quebrasse. Bom, eu pensava que os lobos que eram ciumentos e possessivos com suas companheiras, não vampiros.

Eu– É só meu irmão, é a droga do meu irmão!

Me esforcei para pegar o telefone de volta e atendi antes que a chamada caísse, a voz do outro lado da linha era clara e alta, gritando meu nome.

Luan– MARIA LUÍZA THOMPSON! ONDE VOCÊ SE METEU? E CADÊ A EMMA?

Eu– Fala baixo, tá? Eu tô bem e a Emma também, olha... É uma história muito longa, eu vou te contar quando chegar em casa, eu vou estar aí daqui a pouco.

Luan– Eu acho melhor mesmo, porque se não eu vou te rastrear e puxar sua orelha até nossa casa, está entendendo?

Eu– Tá bom, papai, tchau.

Desliguei antes que a conversa durasse demais, eu sabia que ele ia falar e falar infinitamente sobre como eu não deveria sair de casa sozinha e coisas do tipo.

Matthew pegou meu celular novamente e o colocou na cômoda ao seu lado da cama, ele parece mais calmo agora, mas ainda está sério e isso me deixa... Estranha, como se eu tivesse feito algo errado. Continuo dizendo que é essa maldita ligação!

Matthew– Você não vai voltar, eu quero você aqui.

Eu– O que você está dizendo? Vai me trancar aqui por acaso?

Matthew– Se isso for necessário, sim.

Eu– Você só pode estar brincando!

Matthew– Eu não estou rindo e nem você, então não, não é uma brincadeira.

Eu– Ugh, eu preciso ir para casa! Você não pode me impedir!

Matthew– Eu posso e vou. Essa é sua casa agora.

Sua voz era firme, porém sua fala era lenta e talvez até terna quando ele falou a última frase. Por um segundo eu realmente considerei uma nova casa... Então... Isso é lar?

A Companheira do rei dos vampirosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora