Sorri e beijei seu nariz, ela também sorriu e me abraçou.

Emma– Eu vou procurar saídas na casa enquanto estiver brincando com as meninas.

Eu– Tudo bem, amor. Mas... Você sabe que não poderá mais ver Cecília e Bruna, né?

Emma– Eu sei... Tudo bem, eu gosto de estar com vocês, apesar do Luan ser chato e às vezes beijar a Licy na minha frente, eu posso suportar.

Eu sorri de novo, essa era minha garota... Realmente, Luan era muito grudento, nossa, nos primeiros meses de namoro ele parecia o rabo dela... Não que tenha mudado muito, parece até que não tem casa e o Beto vai junto.

Eu– Amor, eu tive uma ideia... Pode não dar certo, mas pelo menos você vai estar longe, eu vou dizer que você foi ao banheiro, mas ao invés de estar lá, você deve sair daqui e voltar para casa. Eu vou te dar meu celular, o GPS de volta pra casa ligado, tome cuidado, sim?

Emma– Mas mana, por que você não vem?

Eu– Eu prefiro que você vá primeiro, quando chegar em casa você fala pro Luan vir.

Emma– Tá bom, eu... Te amo, mana.

Eu– Também, amor.

Dei um beijo na bochecha dela, peguei meu celular e dei-o, com o GPS ligado. Deixei ela no chão quando chegamos no primeiro andar, eu realmente nem vi como chegamos ali, passamos por vários corredores iguais e que pareciam não ter fim.

Olhei para Matthew que estava conversando com as irmãs. Apontei para Emma a janela, era baixa o suficiente para ela pular e correr para a floresta.

Estamos ligadas, então eu saberei se algo acontecer com ela e a acharei onde ela estiver... Quando mais nova, eu experimentei magia negra com ela, ela era uma bebê e eu tinha muito medo de algo ruim acontecer com ela.

A magia nos uniu e nos deu algumas vantagens, como por exemplo, eu posso entrar na mente das pessoas, desde que eu me concentre, porém tem algumas pessoas com barreiras naturais contra a invasão, como Alícia e Alinne, fadas. Emma ainda não descobriu suas vantagens porque ainda é jovem.

Ceci– Cadê a Emma?

Eu– Hã? Ah, ele foi no banheiro, deve voltar logo. Espero que ela não se perca nesse lugar enorme.

Dei um sorriso nervoso. Espero que Matthew não perceba... Seu olhar me dizia que ele estava desconfiado, mas apenas deu de ombros depois de alguns segundos.

Bruna– Sim, o Castelo é bem grande... Isso porque você não viu a ala abandonada.

Matthew– Chega de falar disso! Vem, vamos comer.

Por que eu senti que ele queira evitar o assunto sobre a tal "ala abandonada"? Enfim, já dizia o ditado " a curiosidade matou o gato".

Nós entramos em sala de jantar com uma grande mesa no centro, as paredes em tons pastéis davam destaque a mesa e cadeiras escuras, as últimas eram estofadas da cor vinho, pareciam antiquadas.
Havia um grande lustre sobre a mesa, quando o vento adentrava a sala, ele tilintava.

Eu peguei um pedaço do bolo por insistência das meninas, realmente estava bom, mas... Eu ia ter que correr bastante mais tarde, então não podia encher minha barriga com muita comida ou poderia colocar para fora.

Bruna– A Emma está demorando, será que ela está com dor de barriga?

Eu– P-Provavelmente.

Eu estava sentada dois assentos longe de Matthew, mas podia sentir seu olhar em perfurando como uma faca.

Matthew– Ela fugiu, não foi? Você quer fugir de mim, é isso?

Sua voz estava baixa, demonstrando a raiva que estava sentindo... Eu esperava conseguir mais tempo, mas não tenho outra escolha.

Ele e eu temos uma conexão então deve ser mais fácil entrar em sua mente... Eu sinto muito, mas é necessário, ele devia saber que nós não... Somos pra ser. Quer dizer... Nós somos diferentes em tantos sentidos e ele... Fez uma coisa pela qual nunca vou perdoá-lo.

Nós machucamos um ao outro, matando pessoas do povo um do outro, eu não sei se posso lidar com o fato de ser companheira da pessoa que... Matou meus pais.

Me concentrei e calmamente olhei para ele, sem falar nada e pedindo desculpas com o olhar, entrei em sua mente e o fiz apagar... Isso duraria apenas alguns minutos, ele é muito forte

Sua cabeça cai na mesa, assustando as meninas, elas o olham preocupadas e eu me sinto culpada por mentir para elas.

Eu– Garotas, acho que ele está cansado... Eu vou levá-lo para o quarto, que tal vocês irem procurar Emma?

Bruna– Você vai conseguir carregá-lo? Ele é pesado.

Eu– Vou usar minha magia.

Ceci– Tá bom, vamos procurar a Emma, talvez ela esteja perdida por aí.

Antes de elas saírem, beijei a bochecha das duas... Essa é nossa despedida, princesas, sinto muito por não conseguir ficar.

Eu nem me dei ao trabalho de deixá-lo no quarto, ia perder tempo e talvez acabasse me perdendo nos longos e confusos corredores. Ao invés disso, com mágica, fiz a mesma fita que ele usou ontem, aparecer em minhas mãos.

Amarrei ele na cadeira, apertado, pois sabia que ele conseguiria se livrar facilmente. Por fim, coloquei um pedaço da fita em sua boca.

Eu– Esse é o ponto final, eu não sou quem você precisa, nós nunca daríamos certo no fim...

Saio da sala de estar com cuidando para não encontrar ninguém, avisto a janela pela qual Emma foi e vou até mesma, pulando-a e encontrando o lobo de pelos claros.

Luan volta a forma humana e me encara preocupado, como se estivesse checando se não tenho nenhum ferimento.

Luan– Você está bem? Estava preocupado.

Eu– Estou bem, mas precisamos sair daqui rapidamente e... Arrumar as coisas, temos que ir para bem longe daqui.

Luan– Eu não vou questionar... Agora, mas você vai ter que me contar tudo depois que acharmos um lugar seguro.

Concordo e ele se transforma em lobo novamente, correndo pela floresta, eu o sigo, usando a minha velocidade de vampiro.

Não demorou para chegarmos em casa, Alícia, Alinne, Emma e Beto nos esperavam em frente a mesma.

Alícia– As coisas estão arrumadas, vamos embora.

Luan se transforma em humano, olhando confuso para a minha amiga.

Luan– Como você sabia?

Alinne– Não é difícil perceber que estamos saindo de novo, Malu some junto com Emma, Emma volta e pede ajuda a você, você some... Enfim, é só costume mesmo.

Beto– Vamos entrar logo, eu não sei o que aconteceu dessa vez, mas sinto que não vamos querer encontrar do que vocês estão fugindo.

Eu– Não mesmo.

E lá vamos nós... Outra vez. Até tínhamos passado bastante tempo aqui, 1 mês foi o máximo que já passamos em uma casa durante esse ano, nos mudamos certa de 4 vezes, não só por causa de vampiros, todos que se sentem ameaçados por caçadores estão na nossa cola.

Entramos no carro de sete lugares, Luan e Beto foram na frente, Alícia, Alinne e eu fomos atrás e Emma foi no último assento, deitada para dormir... No final, esse era o jeito dela de lidar com viagens.

Não era a primeira vez que eu fugia de namorados, mas foi a primeira vez que eu realmente... Pensei em ficar.
É só que... Além dele ser meu companheiro, aquele em quem eu devia confiar e passar o resto da minha vida, ele... Tem o mesmo brilho no olhar que o meu, um solitário e vago olhar.

E mesmo assim... Eu vi esse brilho sumir, tanto do seu olhar quanto do meu e isso realmente me assustou, porque eu nunca me senti assim... E eu nem tenho experiência com o que sinto, porque a única coisa que faço é fugir quando as coisas ficam sérias demais.

A única que eu sei é... Fugir.

A Companheira do rei dos vampirosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora