Capítulo 147

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- Me ajuda aqui - Karen chamou a loira que estava olhando o guarda roupa do bebê, Micael tinha deixado Sophia lá.

- Pra que tanto plástico?

- Estamos pintando - encararam a parede - você curtiu essa cor?

- É uma cor neutra - observou o tom - já sabem o que é?

- Ainda não, a obstetra vai fazer surpresa - Karen pegou um rolo de tinta, entrou outro a Sophia.

Iria ter que ajudá-la.

- Você está curtindo essa ideia de ser mãe, não está? - começou a pintar a outra parede.

- Estou sim, no começo você estranha, pensa que vai morrer - riu leve - mas depois, tudo vira um mar de rosas.

Sophia ficou quieta novamente.

- Mas e você? Já deve ter feito um plano quando se casar com Micael.

- Já sim, vamos viver felizes juntos, apenas o nosso amor.

- E com filhos, sim?

- Não! - disse dura.

- Por que não?

- Porque não - disse dura mais uma vez, Karen estranhou.

- Eu aposto que ele vai querer filhos com você.

- Se ele quiser, ele que entre na justiça e adote um. De mim não vai nascer - continuou pintando com a cara fechada, Karen sentiu a grosseria de longe.

- Nossa!

- O que foi? - encarou ela.

- Nada, eu só estava pensando alto - sorriu falsa - como está indo a sua recuperação? Quer dizer, o grupo de apoio.

- É legal, tem pessoas divertidas lá, com o mesmo problema que eu, tecnicamente.

- Você já arrumou alguma amiga?

- Ciúmes?

- Não, eu só quero saber.

- Eu odeio quando você se banca a mãe.

- Sophia, eu não estou entendendo essa sua rebeldia.

- Você ficou hipócrita, Karen. Desde o momento que começou a carregar esse bebê.

- E qual o problema disso? Eu não fiquei hipócrita.

- Ficou sim - soltou o rolo de tinta que caiu no plástico - olha isso aqui, você nunca faria isso na vida, nunca. E pensar que você queria abortar.

- Você realmente está bem? Parece que não está falando coisa com coisa.

- Eu estou ótima, mas você só quer falar desse bebê, eu não aguento mais isso. Chega, isso é ridículo - observou o quarto que estava ficando arrumado aos poucos.

- Você é ridícula, nunca vai saber o quão bom é ser mãe.

- Nunca mesmo, porque eu não quero ser mãe, eu não quero dar uma família ao Micael. Ele é só meu e vamos viver o nosso amor juntos - bateu os pés.

- Eu não creio que escutei isso - Karen negou com a cabeça - no que você se transformou?

- Em uma pessoa que não é careta.

- Pra mim você é uma criança dizendo esse monte de merda.

- Vá se foder, você e o seu bebê.

- É, eu vou mesmo - estava com raiva - saia da minha casa, agora!

Sophia encarou o chão de cabeça quente, saiu do quarto e atravessou a sala dando um jeito de sair da casa de Karen.

A pele quente já dizia o quão com raiva estava, buscou seu celular discando o número de Micael que atendeu no segundo toque, trocaram poucas palavras e ele iria buscar ela. Sophia sentou na calçada esperando pelo noivo que em minutos tinha aparecido.

- Ei, o que houve? - Sophia bateu à porta do carro, cruzou os braços.

- Briguei com Karen.

- Por que?

- Ela me tirou do sério, só isso.

- Pra ela te tirar do sério alguma coisa aconteceu.

- Ela estava falando daquele bebê, não para de falar nunca dele.

- Você está com ciúmes?

- Claro que não - emburreceu.

- Parece que sim - tentou brincar com Sophia que virou o rosto - nossa amor, é com ela que você está com raiva, não eu.

- Desculpa, é que eu... - não conseguiu terminar - isso é um saco.

- Não fica assim - fez carinho em sua cabeça - vou te fazer esquecer isso.

- Com sorvete? - deu um meio sorriso.

- Com uma coisa mais gostosa ainda - sorriram.

Agora sim Sophia iria melhorar.

As Sessões - The SessionsWhere stories live. Discover now