Capítulo 136

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Sophia entrou no quarto, segurava três livros com muitas páginas, Micael não sabia o por que. Tinha os cabelos presos, foi de encontro com o moreno.

- Eu quero que seja rude comigo - disse com fúria no olhar. Micael a jogou no sofá de um jeito que ficasse inclinada.

A prendeu com as cordas, bem firme, estava imóvel no sofá como da outra vez. Mas dessa tinha um jeito diferente.

Sophia tinha se inclinado nos três livros que estavam em baixo da sua intimidade, o primeiro da fila estava aberto e as folhas grossas encostaram em sua fenda exposta, como Micael deixava assim que batesse com o açoite.

Ainda estava observando o que Sophia iria aprontar com aqueles livros, mas confiava nela, era esperta.

Ele respirou fundo se concentrando no que iria fazer, deu o tempo de afastar os braços dando a primeira açoitada em Sophia que apertou os olhos.

A primeira de duzentas. Ela tinha pedido.

Aquilo foi um peso na mente, tanto pra Micael e tanto a Sophia que estava ciente das consequências que iria ter. Mas ela não ligou, foi forte até o fim.

A trigésima açoitada Sophia apertou as cordas com firmeza, quase cravou suas unhas na própria palma da mão que estava branca e suada, assim como sua testa que tinha algumas gotículas. Sua intimidade se encontrava com riscos que formariam grande cicatrizes se ela não cuidasse, algumas sangravam, outras estavam avermelhadas pelo fato da pele ser muito frágil.

Foi aí que a ideia dos livros foi útil, ela conseguiu ser naquele momento, naquele instante.

Contava mentalmente enquanto morria presa naquelas cordas, seus dentes cerravam tanto que a agoniava, estava doendo e muito.

Sophia deu uma amenizada esfregando sua intimidade com os lábios inchados na página do livro, o contato gelado com a folha diminuiu a quentura do açoite batendo fortemente no local quente e avermelhado. Quanto mais esfregava mais o gelado lhe dava calafrios, estava achando a solução dos problemas ali.

Cem açoitadas, os olhos de Sophia estavam mortos assim como seu corpo que foi resistente.

Tinha sede, calor, agonia, calafrios, dores. Tudo o que podia imaginar, as cordas estavam sendo um contratempo cruel a ela que não tinha mais o que fazer, Micael esqueceu do homem que reinava em si sendo o mais bruto de todos, com raiva, remoendo tudo de ruim e descontando no açoite que estava em suas mãos.

Os ombros de Sophia e as costas se arqueavam, a cabeça doía, parecia uma série de sonhos ruins que a rondava, não iria aguentar, se fosse outra já teria desmaiado com toda sua força que estava guardando.

Mas ela foi forte, até demais a sua pessoa.

A cada contagem era um desespero determinar, a dor que estava sentindo não tinha palavras para descrever.

Sophia, cansada de esfregar sua intimidade na página do livro deixou os olhos fecharem, cerrou os dentes e apertou as cordas puxando o máximo que pôde.

Seu grito saiu, finalmente.

- AAAAAAAAAAH - berrou, se libertou.

Duzentas açoitadas, ela tinha conseguido.

Remexeu os pés cansados, se esperneou, gritou, as mãos cansadas junto com os braços despencaram no sofá, as lágrimas caíram de seus olhos e a única coisa que fez foi descansar.

Ficou como uma estátua, os cabelos molhados de suor, o rosto vermelho de tanto gritar, os pulsos em uma marca horrível junto com seu tornozelo já que estava presa.

Micael largou o açoite fazendo impacto com o chão, mordeu os lábios e se deu conta que tinha transformado sua raiva em um ato cruel. Piscou várias vezes vendo Sophia ali, imóvel, sem ter o que fazer, cansada, destruída.

Encarou o livro, estava molhado, não de suor e sim de seu gosto. Tinha gozado, e muito.

Seus olhos arregalaram, estudou tanto Sophia que chegou na conclusão perfeita: se ela gozasse era porque seu corpo estava reagindo, sentindo prazer, criando orgasmos no dia a dia.

Ela liberou depois de tanto sofrimento, foi dura e inteligente.

Tinha conseguido a sua maior vontade naquele pequeno processo infinito.

Sua sensibilidade havia voltado.

As Sessões - The SessionsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora