Capítulo 96

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- PORRA, EU FALEI PRA VOCÊ FICAR LONGE DISSO - Ethan gritava com Micael enquanto andava de um lado para o outro - VOCÊ FOI PROCURAR A ALISSON?

- ERA O ÚNICO JEITO DE DESCOBRIR - cerrou os olhos bebendo seu uísque - E VOCÊ NEM PRA ME CONTAR QUE ELAS TINHAM UM CASO.

- NEM EU SABIA, E DEVIA SER EXCITANTE PRA PORRA.

- ETHAN!

- Cara, olha como você está - encarou Micael, parecia derrotado - eu disse que não era...

- Você disse isso, você disse aquilo. Me esquece um pouco, Ethan - encarou o copo - quem era essa Sophia pelo amor de Deus.

- Desculpa mas eu disse - falou com um pouco de medo - você agora deve reconhecer ela, sentar pra conversar.

- Eu não quero conversar nada, eu ainda estou atordoado.

- Foi um baque pra você mas olha, quando ela realmente quiser contar, você não vai querer escutar tudo de novo, ou vai?

- Eu nem sei o que eu quero mais, Ethan - respirou fundo.

- Não tem porque de ficar magoado, ela fez isso a milênios de anos atrás. E a Alisson é uma vagabunda, você deveria ter batido nela e trancado ela no banheiro.

- Agora eu vejo porque todo mundo odeia ela, se fosse eu não tiraria a razão.

- Ela mudou muito com esse acidente, por isso eu falo que a gente sempre tem um plano.

- Ethan, você tem ideia de quantos casamentos a Sophia destruiu?

- Eu não tenho mas deve ter sido vários - fez uma careta - não fica assim cara, deixa isso no passado, você gosta dela.

- E se alguém me parar um dia e apontar esse monte de merda na minha cara, como se eu fosse o culpado?

- porra, aí você está sendo dramático - pausou - ninguém vai fazer isso com você, eles nem sabem da existência da Sophia, só quando ela aparece pra pedir ajuda.

- Por isso, Ethan. Eu quero construir uma base com a Sophia, eu não quero ficar nessa frescura só, eu quero unir os laços.

- Você está me deixando com medo.

- Está entendendo o que eu estou falando? Eu amo a Sophia e eu não quero deixar ela sozinha.

- Tudo bem, mas o passado não vai interferir nada. Aquilo lá morreu, tá legal?

- QUE PORRA - gritou quebrando o copo na mão. O amigo arregalou os olhos.

- Sua mão já estava boa, né? - disse irônico indo buscar a vassoura e pá de lixo.

Micael não se importou enquanto via os cacos de vidro no chão, aquilo simbolizava o passado de Sophia e o líquido o futuro deles. Se aquilo se rompesse não daria mais pra voltar, só as lembranças a atormentaria, era cruel.

- Eu vou cobrar dez dólares por isso - o amigo varreu os cacos e jogou um pano absorvendo o uísque.

- Obrigado por cuidar das minhas loucuras.

- Amigo é pra essas coisas, só me prometa que não vai atazanar a Sophia com essa história.

- Se ela estiver pronta a dizer, eu vou escutar - engoliu seco - não querendo mas eu vou.

- Assim que se fala, agora arruma essa cara e chega de bebida - andou até a cozinha mas parou no caminho escutando a campainha.

- Pediu pizza? - virou-se ao amigo que tinha uma expressão engraçada.

- Não - franziu o cenho indo atender.

- Surpresa - a mãe de Micael sorriu passando pela porta. Ela, o pai e a irmã - pensou que não íamos comemorar a sua formatura?

Era a pior visita que poderia receber.

As Sessões - The SessionsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora