As Sessões - The Sessions

Capítulo 37

- Quem era? - Sophia tinha curiosidade.

- Um amigo meu - sorriu - vou trabalhar no começo da semana que vem.

- Sério? - Karen sorriu - ele também é médico?

- Sim, ginecologista - engoliu seco e logo após bebeu seu suco.

Sophia não gostou nada.

- Ginecologista? - o tom de sua voz tinha mudado.

- É, não vai ser nada demais, princesa - tocou o rosto dela.

- Não? - estava morta de ciúmes e Micael estava adorando - você sabe fazer isso?

- Tive aulas de ginecologia na faculdade durante dois anos, a gente aprende de tudo - jogou o copo na pia - você quer mais alguma coisa?

- Estou sem fome.

- Princesa, não faça assim - viu a carinha de emburrada dela.

Karen observava tudo com os olhos arregalados, ele a tinha chamado de princesa e ela fazendo mimos. Era um casal quase completo.

- Por que não vamos ao shopping hoje? - Micael deu a ideia.

- Eu não quero sair - Sophia decretou - assim como você não quer ir na formatura.

- Sophia, pare de fazer drama - Karen disse - por favor, Micael está sendo legal.

- Até demais - cruzou os braços e revirou os olhos - vai você com ele.

- Não me meta nisso, Sophia - a loira levantou - estou indo embora, tenho trabalho pra fazer da faculdade - beijou o topo da cabeça da menina.

- Tá bom, tchau - deu de ombros, Karen conhecia o gênio da amiga.

- Tchau Micael, boa sorte no emprego provisório.

- Obrigado, Karen - sorriu a loira que tinha saído, entrou na caminhonete e deu partida.

Micael estava escorado na pia olhando Sophia que encarava a mesa de madeira em sua frente, ela tinha o gênio impossível quando queria.

- Vai ficar brava porque vou ser um ginecologista?

- Você vai olhar vaginas, é claro que eu vou - Micael riu leve.

- Não fique assim, eu só tenho olhos pra sua.

- Essa foi a pior cantada do momento - ela sorriu.

- Eu sei que foi - andou até ela - me diga o que você quer fazer hoje.

- Nada, quero ficar aqui, com você.

- Não quer sair, fazer alguma coisa?

- Sair pra onde? - riu incrédula - não tem lugar.

- Podemos ir ao shopping, ver um filme.

- Hum - torceu o nariz - já sei o que podemos fazer.

- Ah, sabe é? - sentiu graça.

Sophia apenas sorriu, iria brincar com Micael novamente.

- Acredite, essa é uma boa coisa pra se fazer - Micael riu consigo pintando a última unha do dedo do pé de Sophia.

- Eu sou muito delicada, adoro minhas unhas feitas - sorriu.

- Percebi - passou o palito tirando o excesso de esmalte.

- E a sua família?

- Minha família?

- É, eles sabem que você agora é um doutor?

- Sabem, eu liguei pra eles, quiseram comemorar mas disse que estava trabalhando.

- Você não tem muito contato com eles?

- De vez em quando vejo minha mãe, é muito raro - limpou os cantos da unha de Sophia - não temos muito contato.

- E você sente falta?

- Não muito, por que? - encarou ela rápido.

- Eu sinto falta dos meus, éramos apegados demais.

- Eu sinto muito, princesa - abaixou a cabeça.

- Tudo bem - sorriu - eu aprendi a lidar com isso.

- Devem estar orgulhosos de você lá em cima. Acredite - terminou os pés de Sophia com a cor que ela queria.

Quando estava pronto deixou secando, a loira ficou sentada na cama e pediu pra que Micael sentasse com ela.

- Ficou muito bom - encararam os pés de Sophia - eu adorei.

- Acho que nasci manicure, em outra vida - Sophia riu.

- Você é hilário.

- Sabe, eu fiz suas unhas, mereço um beijo, não mereço?

- Será que merece? - brincou com ele.

- Repense, essa ideia é maravilhosa.

- Maravilhosa? Eu acho um pouquinho.

- Um pouquinho? - chegou mais perto de Sophia, a loira riu.

- Safado.

- Que te ama muito, e muito - beijou com gana a menina, as mãos de Sophia encostaram no rosto de Micael delicadamente.

- Então quer dizer que você me ama?

- Você não me ama?

- É claro que eu te amo - fez carinho em seu rosto - Micael, você foi a coisa mais preciosa que me fez viver novamente, eu não iria chegar até aqui, iria desistir.

- Shii - sussurrou - está tudo bem agora, eu vou cuidar de você e prometo que nunca vou abandoná-la.

- Promete?

- Prometo - selou os lábios ao dela.

Decretado, se amavam demais.