Capítulo 39

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Uma semana depois.

- Princesa, estou indo - Micael beijou o topo da cabeça de Sophia e pegou sua mochila junto com a chave do carro.

Karen tinha ficado com Sophia enquanto Micael ia para o seu primeiro trabalho temporário. Estava tão lindo na calça branca e sapato social branco, por último levava o jaleco na bolsa. A loira assentiu pra ele da janela enquanto Micael ligava o carro.

A clínica não era tão pequena quanto falavam, Micael entrou dando seu nome na recepção, estava tudo pronto já. Tinha a mochila entre os ombros, entrou em uma sala com ar condicionado, uma cadeira super confortável e uma maca esterilizada. Alguns papéis ficaram na mesa de madeira, Micael checou os envelopes com o nome das pacientes que iria receber. Demorou cerca de vinte minutos até se organizar na sala, vestiu seu jaleco e deu mais uma olhada no envelope.

Escutou batidas na porta.

- Pode entrar - disse um pouco alto e se chocou ao ver a menina muito nova entrar na sala.

Era loira e tinha algumas sardas bem leve, delicada como Sophia, o corpo ainda em mudança. Não era possível, muito nova pra estar ali. Vestia um uniforme de líder de torcida.

O dia já ia começar ótimo.

- Bom dia, como é seu nome? - perguntou simpático a menina.

- Anne - a menina sentou-se na frente de Micael.

- Então Anne, parece que está nervosa - sorriu - não precisa ficar, sei que é desconfortável mas...

- Por favor, a minha mãe não pode saber que isso aconteceu.

- Como assim, não? - estava cauteloso - tem algo que você queira me contar? Isso não vai sair daqui.

A menina encarou o chão e pensou bem antes de falar.

- Eu sai com um menino, ele joga futebol e é do mesmo time do grupo de líderes - pausou - a gente dormiu junto mas não sei se...

- Você não sabe se transaram? É isso?

Ela ficou vermelha.

- É - respirou fundo, estava nervosa.

- Anne, você conhece o processo da ginecologia? Com todo seu consenso eu peço licença pra te examinar, se você quiser é óbvio. O exame vai te contar se não está precisando de remédios ou se está com algum tipo de corrimento, essas coisas - Micael explicou tudinho, em detalhes, estava se saindo muito bem.

A menina assentiu várias vezes assimilando o que sairia dali.

- Você quer fazer? Está preparada?

- Quero - piscou rápido.

- Tudo bem - Micael se levantou pegando luvas de látex, suas mãos grossas se protegeram enquanto Anne ficava em transe - ali tem um roupão descartável, pode se trocar no banheiro, bem aqui - mostrou a menina que assentiu em agradecimento.

Micael esperou até que ela saiu de lá, tinha o roupão descartável no corpo, deitou-se na maca e colocou os dois pés em cada suporte suspenso apropriado para isso. Encarou o teto enquanto Micael sentava na frente de suas pernas.

Ele não estava nervoso, deixou o profissionalismo em primeiro lugar, já sabia de algumas coisas e agora era só dar início ao trabalho. Tinha alguns objetos esterilizados na outra mesinha, com cuidado lubrificou um aparelho abrindo os lábios da menina, verificou bem e respirou fundo.

Tinha tirado de letra.

- É mocinha - disse calmo - parece que alguém não tem mais o hímen.

- A minha mãe não pode saber, de jeito nenhum - se desesperou.

- Ela só vai saber se você contar - pausou - caso contrário, você pode esconder até aparecer com alguém, fixo.

- Eu sou de menor.

- E já fez coisa errada, não é? - riu leve - de resto está tudo bem, tudo ok - verificou mais uma vez - fique sentada agora, vamos pra outra parte do exame.

- Outra parte do exame? - sentou na maca com um pouco de medo.

- Não é nada assustador, é que na sua ficha você diz que ainda é virgem, eu preciso de um exame completo. Eu vou apertar os seus seios e você vai me dizer se está doendo ou não, certo? Se acharmos um caroço ou algo precisamos verificar.

Ela assentiu engolindo seco.

A menina abriu dois botões deixando a mostra seus seios ainda em mudança, eram pequenos e rosadinhos. Micael apertou duas vezes um e fez a mesma coisa com o outro, ela apertou os olhos sentindo um pouco de dor mas nada que fosse grave.

- Dói? - perguntou.

- Agora não - disse ainda encarando o chão.

- Certinho, pode se vestir, Anne - sorriu anotando algumas coisas - vamos fazer um trato, sua ficha real fica comigo é essa aqui vai pra recepção, sua mãe não vai saber que você não é mais virgem.

- Pode fazer isso? - se animou.

- Posso sim, mas fiquei quieta e não conte nada a ninguém, combinado?

- Combinado - assentiu sorrindo - obrigada Doutor...?

- Doutor Borges - sorriu, aquele som ecoava gostosamente.

Afinal, quem não iria querer uma consulta com o Doutor Borges.

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