Capítulo 135

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Era de madrugada quando Sophia observou as nuvens negras da janela do quarto de Micael, escancarada. Respirou fundo e se sentiu inútil, falhou novamente na hora do sexo.

Ele a penetrou mas ela como sempre não conseguiu sentir nem um milímetro, em que muitas meninas isso doeria o dobro de chances. Estava encolhida no colchão enquanto o namorado dormia tranquilo ao seu lado, apenas com a boxer, e ela com sua calcinha que vestiu no meio da noite.

Olhar e encarar o nada não ia fazer Sophia uma heroína do sexo, ou uma representante do tesão, o estímulo que estava ganhando era satisfazer Micael, mas não conseguia. Bufou lembrando da manhã agitada que teve, por mais algumas horas ela conseguiria sentir algum cutucão na sua intimidade.

Seu pensamento dizia, era inútil. E tinha acabado com uma noite maravilhosa. Às vezes ela mesma queria calar a sua mente por falar tanta asneira.

Não pregou o olho, encarar as nuvens negras no céu era mais importante do que dormir e descansar, lhe trazia paz aquele lugar, junto com Micael ao seu lado. Não precisava de mais nada.

- Bom dia - Micael sorriu a loira que saiu do quarto, estava com o vestido da noite passada e não tinha a cara muito boa.

- Bom dia - ficou quieta, sentou-se na mesa pronta com pães maravilhosos.

- Você está bem?

- Não Micael, eu não estou - se abriu pegando uma xícara de café.

- Por que não?

- VOCÊ SABE O QUE ACONTECEU ONTEM? - bateu as mãos na mesa - É ISSO O QUE EU SINTO, TODO O SANTO DIA.

- OK, MAS QUE DIFERENÇA FAZ?

- FALA LOGO PRA MIM, DIGA QUE VOCÊ SE IMPORTA COM ISSO.

- EU NÃO ME IMPORTO, PORRA - ficou realmente bravo.

Estavam brigando aquela hora da manhã.

- Eu tive uma noite linda com você, e olha o que acontece - abriu os braços - eu não consigo te entender.

- Se você não conseguisse transar aí sim me entenderia.

- Relacionamento pra você é em torno de sexo? - perguntou nauseado - na minha concepção, parece que sim.

- Olha quantos meses estamos juntos e não conseguimos nem se quer uma vez transar - estava cansada de entrar naquele assunto - isso me deixa revoltada e com a mínima vontade de...

- De que? De continuar tentando? - cruzou os braços esperando uma resposta.

- Você não liga, é isso que acontece.

- É, eu não ligo porque entendo o seu problema. Se fosse outro te deixaria pelada na cama e daria um fora.

- Por favor, será que dá pra você entender a porra do meu lado? Jesus!

- Eu entendo, acontece que você desiste nas tentativas - pausou - sua sensibilidade vai voltar, não é atoa que estamos fazendo uma coisa ridícula e interessante ao mesmo tempo. Você não consegue entender, coloque isso na sua cabeça.

- Eu me sinto inútil, Micael. Me sinto inútil por não fazer você ter um prazer comigo, é isso que eu sinto.

- Não precisa sentir.

- Preciso sim. Esse problema é como todos os outros que eu tenho - secou suas lágrimas - e você simplesmente não liga, não liga porque desiste assim como eu.

- Se eu desistisse não compraria centenas de coisas pra fazer sua sensibilidade voltar - disse óbvio.

Sophia ficou quieta encarando a xícara de café em sua frente.

- Eu quero ir pra casa - pediu.

- Vamos ficar desse jeito?

- Eu quero ir pra casa - pediu novamente.

- Tudo bem, não vou te impedir - andou até o quarto revirando o seu criado mudo, pegou a chave do carro.

Sophia deixou o café lá, imóvel. Pegou seus escarpins os levando nas mãos, Micael desceu com ela até o estacionamento e entraram no carro, partindo a casa da loira que não disse nada.

A viagem pareceu longa com o diálogo fantasma que tinha dentro do veículo, o moreno parou o carro na frente da porta encarando o visor.

- Eu quero que você ente comigo - disse dura - e quero que me faça sentir alguma coisa até sairmos daquele quarto.

Esse era o seu mandado.

As Sessões - The SessionsWhere stories live. Discover now