As Sessões - The Sessions

Capítulo 50

- Oi, Dylan - Sophia despistou o olhar.

- Vejo que está bem - encarou Micael.

- Estou ótima.

- Pensei que ficaria tetraplégica a vida toda, pelo jeito não.

- Micael está sendo responsável por isso, agradeça a ele.

- Não devo agradecer nada, Sophia - riu sarcástico - não temos mais nada juntos.

Micael tinha sacado a charada.

- Exatamente, ainda bem que quebramos esse ciclo. Você me fazia muito mal.

- Então você quer lavar roupa suja aqui mesmo? No meio do corredor.

- Não quero, afinal as roupas que eu tenho pra lavar estão automaticamente queimadas.

- Oh, decidiu queimar? Não parecia durante anos.

- Um dia tudo tem que acabar.

- Eu quem o diga - respirou fundo.

- Dylan, você acaba com a minha paciência e tempo - mexeu nos cabelos.

- Não vou dizer o mesmo pra não ser mal educado - cerrou os olhos - boas recuperações pra você.

- Obrigada - sorriu falsa, muito falsa - Micael, podemos ir? Não quero ver essa pessoa na minha frente.

- Além de cuidador é cachorrinho? Tá bem de vida, Abrahão.

- Fisioterapeuta - foi a vez de Micael falar - pelo visto, o cachorrinho aqui é você.

Dylan fuzilou Micael com o olhar.

- Se ele souber comprar o tipo de sorvete certo, está bom.

- Então você é o cara do napolitano? - Micael encarou Dylan com sarcasmo.

- Contando o que fazíamos entre quatro paredes, Abrahão?

- Dylan, cai fora - revirou os olhos - e Micael, vamos por favor, Karen ainda tem que nos pegar de tarde.

- Karen isso, Karen aquilo - retrucou - nunca muda, pode se passar anos.

- Karen é minha melhor amiga e isso nunca vai mudar.

- Karen te colocou em uma cilada, veja só - apontou a loira que estava sentava no carrinho - se tivesse comigo e não na farra, estaria bem melhor, e andando.

- Acontece que eu não estou mais com você, e me vejo muito feliz.

- Feliz? Me diga como - cruzou os braços - tenho tempo.

- Mas eu não, tchau Dylan.

- Me diga como você está feliz - bateu os pés esperando uma resposta - vamos ver, eu não conseguiria ficar feliz sem estar andando, precisando do auxílio de um cara muito estranho.

Micael não se aguentou, partiu pra cima de Dylan dando socos no rosto, os seguranças vieram com toda a força tirar o moreno.

- Esse cara é um maluco - Dylan tocou seus lábios que estavam sangrando.

- Micael, meu Deus - Sophia estava chocada - eu não acredito.

- Você deveria receber uma surra enorme, muito mais forte - grunhiu com raiva - ME SOLTEM.

- Pra fora, agora - um dos seguranças ordenou.

- A gente estava fazendo compras, foi esse merda que atrapalhou a gente - Sophia explicou.

Os seguranças se entreolharam.

- Vocês tem alguns minutos pra passarem às compras no caixa, quer briga? Briguem lá fora.

- Só queremos terminar às compras, por favor - a loira implorou mais uma vez.

- Esquece Sophia, vamos embora - o moreno foi até o carrinho levando ao caixa.

Sophia ficou desapontada enquanto olhava às compras, sabia que Dylan não era Flor que se cheire, e obviamente Micael não se segurou, os socos devem ter doído.

- Senhor, ela tem que sair - a caixa com cara de sono encarou Micael.

- Ela não vai sair, e passe logo minhas compras antes que eu mande você tomar naquele lugar - disse bravo tirando o cartão da carteira, colocou na máquina teclando a senha.

- Sua nota fiscal - a caixa tinha acordado pra vida.

- Enfie no cu - saiu com Sophia levando o carrinho até o estacionamento do mercado.

Tirou a loira colocando ela no banco do passageiro, passou o cinto e guardou às compras no porta malas, estava puto, com raiva, queria voltar lá e socar mais a cara de Dylan.

- Ei, está tudo bem - Sophia o tentou acalmar - ele é um idiota.

- Como pôde namorar com uma pessoa assim? Me diga - respirou fundo.

- Ele não era idiota quando começamos a namorar.

- Que filho da puta de merda - grunhiu - ele acha que é quem? Afinal, tinha que ser um merdinha que joga tênis na liga, que porra - estava grunhindo com ele mesmo.

- Já disse pra ficar calmo, ok? - encarou Micael sorrindo em seguida - eu estou aqui, sou sua, se lembra?

- Nunca vou me esquecer - sorriu a Sophia.

Nunca iria se esquecer.