Capítulo 141

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O moreno franziu o cenho tentando reconhecer o local que estava, a cabeça afundada no travesseiro, ainda estava no quarto de Sophia dormindo, ela também não se pronunciou em nada.

Levantou aos poucos se acostumando com a claridade do ambiente, esfregou os olhos e foi ao banheiro, tomou um banho gelado despertando, enrolou a toalha na cintura e foi até o quarto novamente, buscou uma nova roupa e vestiu-se, tomou um susto quando abriu a porta e deparou com Sophia.

- Oi - a voz quase não saiu.

- Oi? - perguntou incrédulo.

- Eu quero te pedir desculpas - encolheu os ombros - não foi minha intenção fazer isso, eu...

- Ah, não foi a sua intenção? - umedeceu os lábios nervoso.

- Eu, eu...

- Você queria o que de mim? Me matar? Por Deus Sophia, eu quase morri quando te vi daquele jeito, se fosse outro babaca aposto que agora você já teria virado presunto.

- Não foi minha intenção.

- Onde arrumou remédios?

- Eu juro que...

- ONDE ARRUMOU OS MALDITOS REMÉDIOS? - gritou.

Ela ficou com medo.

- Eu tinha um estoque guardado, no meu esconderijo.

- No seu esconderijo? Eu quero ver essa porra.

- Micael...

- EU QUERO VER ESSA PORRA E VOCÊ NÃO VAI ME IMPEDIR - estava muito bravo.

- Confie em mim, não tem mais remédios, eu acabei com todos.

- Sophia Sampaio Abrahão, não me faça jogar todas essas merdas no chão pra revirar as suas coisas - estava perdendo a paciência.

Sophia encarou o chão entrando no quarto, abriu o guarda roupa tirando algumas peças de lá, tinha um fundo falso que dava acesso a um pequeno baú com suas joias, as caixas de remédios estavam vazias, ela tinha tomado.

- Eu juro que não sei o que fazer com você.

- VOCÊ NÃO PODE ME CULPAR DESSE JEITO - as lágrimas caíram - VOCÊ SABE DISSO.

- EU ESTOU AQUI PRA TE AJUDAR, MAS VOCÊ NÃO QUER TER AJUDA.

- MICAEL É DIFÍCIL PRA MIM, VOCÊ ACHA QUE É DIVERTIDO TOMAR ISSO DO NADA E ESPERAR POR NADA? NÃO É, E VOCÊ NÃO ENTENDE.

- AGORA ME DIZ - as veias estavam em seu pescoço - COMO VOCÊ QUER FICAR SOZINHA SE NÃO PODE AO MENOS CONTAR COM VOCÊ MESMA? ME DIZ.

- EU POSSO SIM - não se segurou em chorar - eu já disse que posso!

- Não pode, você não pode - negou várias vezes com a cabeça - eu estou extremante chateado com você.

- Não faz assim.

- Você fez assim, Sophia - disse grosso.

- Eu não tive controle, um filme passou pela minha cabeça e...

- Você estava limpa a quase três anos dessa merda toda que você escondia, e por que você não jogou fora? VOCÊ REALMENTE QUER ESTRAGAR TUDO QUE VOCÊ TEM E JOGAR NO LIXO?

Ela abaixou a cabeça se afogando em suas lágrimas.

- Micael, para. Por favor, eu já entendi.

- Não, parece que você não entendeu - estava sendo rígido - a gente é o que pra você?

- O que?

- Nós, o que significa pra você? Nada?

- Significa muito.

- Não parece.

- Micael, eu...

- Imagine se você tivesse ido ali, naquele instante. Se eu não chegasse a tempo, você imaginou Sophia? Imaginou?

- Não, eu não quis imaginar.

- EU TE AMO PORRA, E VOCÊ IRIA ME DEIXAR NAQUELE MOMENTO.

- EU JÁ TE PEDI DESCULPAS.

- Eu sei, mas você ainda vai aprender - pausou - em um grupo de pessoas próprias a isso.

- O que?

- Uma reabilitação, irá te ajudar.

Iria sim, e muito.

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