31 - Desafio lançado

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Rafael:

Meu dia havia voado. Eu estava tão vidrado com os preparativos do meu baile que nem vi a hora passar. Suspirei. Finalmente eu consegui me decidir sobre tudo e agora, bastava começar a preparar os convites e entrega-los o mais urgente possível.

Joguei-me sobre a cama e pensei na minha morena. Cocei a testa lembrando-me que eu tinha prometido pra ela que iria sábado à noite na sua casa pedi-la em namoro. Inspirei e expirei tomando consciência do que eu iria fazer: depois daquele pedido, nosso namoro seria sério e oficial.

Balancei a cabeça. Talvez eu não devesse fazer isso, pois nossa família poderia descobrir e daí com certeza estaríamos perdidos. Cocei o queixo. Por mais que isso parecesse improvável ou "errado", eu sentia que era certo – até porque eu sou um anjo e não posso namorar escondido para sempre com a garota que amo.

Dei de ombros. Eu correria esse risco. Soltei o ar de novo, enfrentaria o meu sogro, mesmo ouvindo dizer que ele era uma fera...

Peguei o celular e liguei para a Agatha, para confirmar sobre isso.

Agatha:

Fiquei sem fala com o grito que meu pai soltou. Ele franziu o maxilar e me olhava com fúria nos olhos. Seus lábios estavam apertados em uma linha fina e ele fungava de raiva. Pela primeira vez eu realmente senti medo.

— Calma, Sérgio. — Minha mãe falou com calma, tentando acalma-lo.

— Calma, Graziela?! — Meu pai passou as mãos nos cabelos frustrado. — Você só pode estar brincando, Agatha! Quantos anos você pensa que tem? Hein?

— Sérgio! — Minha mãe gritou mais alto que ele, fazendo-o se calar. — Deixe nossa filha explicar primeiro. E por favor mantenha a calma!

Meu pai arfou e me encarou, desviei o olhar. Minha mãe indicou com a mão para que eu continuasse o meu relato. Tomei fôlego e suspirei.

— Bem... Eu estava falando que..., hum, eu conheci um garoto e que ele vem aqui em casa sábado à noite — abaixei a cabeça e desviei o olhar —, para pedir permissão para namorar comigo.

— Isso é o cúmulo! E onde você conheceu esse insolente, Agatha?! Por acaso ele é um dos moleques babacas da sua escola?

— Sérgio, por favor! — Minha mãe interrompeu-o de novo. Suspirou. — Onde você o conheceu, Agatha? Ou melhor — ela me encarrou: —, quando você o conheceu?

Engoli em seco. Falar a verdade estava fora de cogitação.

— Bem, eu é... — apertei as mãos. — Na verdade eu o conheci há algum tempo. O conheci na última vez que fui acampar, mãe. — Respirei fundo. — Eu nunca tinha visto ele antes e quando o vi eu... — engoli em seco —, senti uma coisa diferente; não sei explicar.

— Você está gostando dele, filha. — Minha mãe sorriu. — E se ele te deixa feliz, provavelmente eu vou gostar dele.

Ia agradecer minha mãe pelo apoio, mas meu pai foi mais rápido que eu:

— Graziela! Você está dizendo que apoia? E você — apontou para mim —, Agatha, está dizendo que está com ele a mais de três meses, é isso? Se ele te desrespeitou, eu não sei do que sou capaz!

— Pai... — suspirei. — Nós não fizemos nada. Só estamos juntos há alguns dias — menti para tentar diminuir a tensão. — O Rafa é muito fofo e educado. Ele é das antigas, e por isso quer fazer tudo correto e pedir permissão para vocês. Eu sei que é difícil de aceitar que eu...

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now