15- Brincadeiras perigosas

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 Rafael:

Depois de ligar para quase todos os colégios da cidade, públicos e particulares, e inventar um monte de desculpas do porquê de eu estar procurando uma garota em especial, descobri em qual a Agatha estudava: no Colégio Estadual Vicente Tourinho. Um colégio de fama, devido ao seu grande número de alunos premiados em concursos e aprovados em vestibulares.

Eu iria busca-la e a levaria para almoçar fora, depois me entenderia com os pais dela.

Peguei o meu Camaro vermelho e saí, dizendo para a minha mãe que eu iria dar uma volta por aí.

Quando cheguei à escola dela, procurando-a, um cara chato me parou e começou a me fazer um monte de perguntas. Ele me disse que era o inspetor da escola.

- Inspetor, o senhor pode me fazer o favor de chamar a senhorita Almeida? Ela saberá quem sou – pedi pela milésima vez.

- Meu rapaz – disse me encarando. – Meu trabalho é cuidar dos alunos e enquanto eu estiver aqui, lamento lhe dizer que o senhor terá que aguardar, pois não posso liberá-la sem uma ordem dos seus pais e até porque você não me disse o seu nome.

Eu não lhe disse o meu nome porque se não estragaria a surpresa.

- Tudo bem. Vou aguardar o sinal então.

- Passar bem – respondeu e fechou o portão na minha cara.

Fiquei do lado de fora esperando. Olhei o relógio em meu pulso, ele marcava onze e meia. O que queria dizer que eu teria que aguardar mais meia hora, até que o sinal tocasse e ela estivesse livre.

Esperei, esperei e esperei. Estava impaciente, eu olhava, ora para o relógio ora para o portão trancado.

Quando o sinal finalmente tocou, desci do carro, me escorei nele e cruzei os braços sobre o peito.

Vi uma multidão de alunos sair e nada da minha morena. Algumas garotas piscavam para mim, mas eu nem ligava. Eu quero a minha morena e não vocês. Vocês não chegam nem aos pés dela.

Quando estava começando a achar que ela não havia vindo para a escola hoje e que eu tinha perdido a viagem, a vi saindo com a mochila no ombro direito.

A visão me fez ter um pouco de ciúmes. Como ela pode vir pra aula com um pedaço de saia como esse? Os garotos devem cair matando. Essas saias curtas e rodadinhas são só para mim, para quando estivermos a sós, pensei quase irritado. E o pensamento me fez arfar, tirei os óculos e mordi o lábio instintivamente.

- Eu estava a sua espera – falei e a observei de cima abaixo, me demorando naquelas coxas grossas.

Agatha caminhou até metade do caminho e parou a poucos passos de mim. Esperei que ela respondesse. Olhou para trás, parecia preocupada.

Olhei na direção que ela olhava e vi um garoto loiro de óculos de grau e cabelos partidos de lado, com uma pilha de livros na mão. Um nerd, deduzi. Ele me encarava e olhava para a Agatha como se pedisse uma explicação.

O encarei de volta. Será que ele é o garoto que a ajudou a estudar para a prova de matemática? Se for ele, ele está ferrado, e se não tirar os olhos da minha morena considere-se um homem morto.

Agatha:

Estava na metade do caminho entre os dois, imóvel. Eu não sabia o que fazer.

Justo no dia em que o Augusto começa a querer se soltar o Rafa resolve aparecer? O destino só podia estar de brincadeira com a minha cara, penso.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now