39 - Anjo, não aberração

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Ps: escutem essa música enquanto leem, por favor. Foi ela que me inspirou a escrever esse último capítulo da Parte I: Apaixonados


Dois meses depois

Agatha:

Os dias praticamente voaram. Antes que eu pudesse pensar ou raciocinar o ano já havia acabado e o novo ano já havia se iniciado. Estávamos na metade de fevereiro e fazia duas semanas que as minhas aulas tinham se iniciado. Estava oficialmente no meu último ano letivo e o ano em que me tornaria finalmente a Rainha de Darkinan (o que eu estava tentando não pensar tanto assim).

Eu também não tinha mais visto o Rafa desde o natal, na nossa noite de amor. Ele tinha estado muito ocupado com os afazeres do Reino. Pelo que tudo indicava, Lumina estava atônita com os preparativos do novo ano e com o replanejamento do Plano de Governo. Mas nem por isso deixávamos de nos falar. Meu anjo sempre me mandava uma mensagem ou algum presente especial, ou conversávamos por chamada de vídeo durante a madrugada...

Terminei de pentear os cabelos e sorri sem graça, quando vi a caixinha de veludo vermelha, em cima da penteadeira. Dentro dela estava o meu anel de noivado – a palavra proibida para mim. Eu estava tentando não pensar nisso e no fundo (bem no fundo) estava quase gostando do Rafa não estar aparecendo muito; assim eu podia adiar mais e mais a resposta.

Mas também não podia fingir que não gostava de saber que ele me amava ao ponto de querer se casar comigo.

Peguei a caixinha nas mãos e coloquei o anel com a pedra azul reluzente em meu dedo. Fechei os olhos e imediatamente a cena dele me pedindo em casamento veio à minha mente; e juntamente com ela o que estávamos fazendo antes disso. Eu não podia negar, meu corpo sentia saudade do seu e meu interior vibrava só de pensar nele, minha marca reluzia... Caramba, fazia dois meses que não nos víamos pessoalmente.

E eu também nem podia culpa-lo por isso, já que no réveillon eu e minha família fomos para Copacabana, realizar o sonho de minha mãe de começar o ano na praia e de pular ondas no mar. E no fim, ficamos mais do que o combinado. Minha pele ficou bem bronzeada e eu simplesmente amei esses dias de férias. Depois visitamos a minha tia Serena e minha tia-avó Sara em uma de suas viagens/excursões malucas pelos museus e igrejas antigas do Nordeste.

Enfim! Não me lembro de ter tido férias tão divertidas quanto essa, o chato foi só não ter meu anjo mesmo...

Sobre Darkinan, meu avó disse que estava preparando a maior festa de todas para a minha coroação no final de maio, assim que eu completasse 17 anos. Ele queria que eu fosse antes, morar definitivamente lá, mas lhe disse que seria impossível e que nem sabia como faria para ir ainda nesse ano, já que estava estudando. Meu avô Gregory pareceu não gostar muito, mas, por incrível que pareça, não discutiu.

Terminei a maquiagem e escondi o anel novamente para que minha mãe não visse. Eu sempre tirava-o do esconderijo durante a noite e colocava-o sobre a penteadeira para que eu pudesse dormir olhando-o, e para que pudesse me lembrar do Rafa – de alguma forma é como se eu o sentisse mais perto, sei lá.

E outro motivo de eu não ver muito o Rafa mais, era o fato de ele ter se atrasado para me levar pra casa na noite de Natal e de eu ter posado fora...Eu tive que inventar mil desculpas aquele dia e precisei da ajuda da Regi. Lógico que não contei para ela o que o Rafa era de verdade, mas lhe disse que saí com um cara e pedi para ela ligar para meus pais, dizendo que éramos amiga e que eu posei na casa dela.

— Bom dia! — cumprimentei animadamente, enquanto descia as escadas até a cozinha.

— Oi, Agatha! — Daniela gritou.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now