12- Recuperação de matemática

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Rafael:

Apareço no meio do jardim de meu castelo, quase caio mas me seguro em uma árvore. O céu de Lumina está radiante hoje, mas não tenho tempo de ficar admirando meu reino. Olho a hora em meu iphone e percebo que já são quase oito horas. Como eu e a Agatha não vimos a hora passar assim tão rápido?, penso.

Olho ao redor e por sorte nenhum empregado está no pátio. Só tem um probleminha, os guardas estão no hall de entrada e eu preciso dobrá-los ou me desviar. Nem sei o que minha mãe faria se descobrisse que não dormi em casa, com certeza ela ficaria maluca. Mas para todos os efeitos sou um garoto santinho, pois sou um anjinho indefeso, penso isso e sorrio. Já fui um anjo indefeso mas hoje sou bem diferente, ela me mudou. E como me mudou.  

Corro para as portas dos fundos rezando para que minha mãe não entre no meu quarto, para me chamar pro café da manhã. 

Entro pela área de serviço, pego o elevador dos empregados e subo para meu quarto. Olho ao redor. Não vejo ninguém e com isso abro a porta de meu quarto e entro fechando-a em seguida.

- Ufa... - suspiro aliviado, a tempo de ouvir os saltos de minha mãe no corredor, caminhando em direção a meu quarto.

Não perco tempo. Deixo o meu celular sobre a mesa de cabeceira e corro para o banheiro. 

Tiro minhas roupas rapidamente e entro em baixo do chuveiro. Tomo um banho de água fria, pois ainda sinto o calor do corpo dela sobre o meu e preciso me esfriar. Enquanto me ensaboo e lavo meus cabelos dourados um pensamento impuro me surge: imagino como deve ser o corpo dela, completamente nu. Me imagino no banho com ela, acariciando suas curvas, a amando em baixo do chuveiro ou na minha banheira de hidromassagem, e imediatamente a temperatura do meu corpo sobe. Balanço a cabeça afastando este pensamento e ouço uma batida na porta de meu quarto.

- Estou no banho! - grito, sem perguntar quem é porque sei que é a minha mãe.

- Ah claro filho! - grita de volta em resposta. - Posso entrar? - pergunta.

- Claro mãe! - grito e ouço a porta se abrindo.

Me apresso no banho, me enrolo numa toalha e saio secando o meu cabelo com outra.

- Bença mãe, bom dia! - a cumprimento com um sorriso.

- Bom dia meu filho e Deus te abençoe. Vejo que acordou animado hoje. Estou certa? 

- Ah sim mãe, acordei de bom humor e além do mais, hoje está um dia maravilhoso não?

- Claro meu filho - responde se sentando em minha cama.

Me sento ao seu lado.

- Mãe vejo que está um pouco preocupada, aconteceu alguma coisa? - pergunto curioso e ela balança a cabeça em negação.

- É impressão sua meu príncipe - segura minha mão carinhosamente. - Vim apenas lhe chamar para o café da manhã, já que ultimamente você vem se atrasando. - Olho para baixo. - Não precisa ficar envergonhado meu amor, é só que eu me preocupo com você, meu filho amado. Você tem algo a me contar? - pergunta passando a mão nos meus cabelos molhados. - Pode confiar na mamãe. O que está te afligindo meu bebê? Hein?

Odeio quando minha mãe me trata como um bebê. Argh! Poxa eu já tenho dezenove anos e daqui a dois meses farei vinte! Antes eu não ligava pra isso mas agora as coisas mudaram. Penso em lhe dizer para parar de me tratar assim, mas sei que ela está apenas preocupada comigo.

- Não é nada mãe, é só que... que... - não consigo lhe dizer.

- Que o quê meu amor?

- Que eu mudei um pouco mãe.

Bem e Mal Lados OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora