11- O Jogo da Malícia - Primeira parte

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Estou deitada enquanto ele beija o meu pescoço. Seu corpo está sobre o meu, e ele se escora nos cotovelos. Não sei o que fazer, congelo de novo. Seus beijos ficam mais quentes e selvagens e eu sei o que ele quer. Sei porque também quero, mas tenho um pouco de insegurança, medo talvez. Não sei, sei apenas que não posso. Ainda não é a hora certa para darmos esse passo em nossa relação.

Decido dar um basta nesta situação. Puxo outro assunto, quebrando o clima completamente.

- Rafa? - pergunto tentando não dar ligança para seus lábios que agora migram para o meu decote.

- Sim - responde com a voz abafada.

- Você gosta de Matemática?

- Hã? - pergunta tirando os olhos dos meus seios e os volta para encarar meu rosto. - Como assim?

- Você deve estar se perguntando o porquê disso agora. - Respondo me livrando de seus braços e me sento do outro lado da cama, bem longe dele. - É que eu odeio Matemática e amanhã eu tenho uma prova muito importante. Até pedi para o Augusto me ajudar. Ele veio aqui e tal, mas não adiantou nada e...- não termino porque ele me interrompe.

- Como é que é?! - pergunta gritando furioso. - Quem é este Augusto Agatha?! Não acredito! Eu fico um dia longe de você e já tem marmanjo te rondando. Assim não dá - diz e cruza os braços. Sorriu. - O quê? Você acha isso engraçado? Aposto que se fosse eu em sua situa...- não o deixo terminar porque o beijo. Me afasto.

- Rafa, eu não sabia que você era tão ciumento.

- Se não o quê? Nem teria me contado? - Se afasta de mim e emburra fazendo bico. - Aposto que ele é mais interessante do que eu.

Me aproximo e tento segurar o seu rosto mas ele não me deixa.

- Calma Rafa. - Ergo seu queixo, fazendo com que ele olhe nos meus olhos. - Para mim ninguém é mais interessante do que você. Eu gosto de você, como nunca gostei de ninguém. E saiba que para mim só existe você. Não precisa ficar tão ciumento. Se bem que eu gosto do ciúme...

- Você gosta? - pergunta sem entender.

- Sim, eu gosto. Porque o ciúme é uma forma de demonstrar que você realmente gosta daquela pessoa, que não suporta a ideia de vê-la com outra pessoa além de você.

Antes que eu diga mais alguma coisa ele me beija calorosamente e entrelaça nossos dedos, enquanto encosta nossas testas.

- Agatha desculpe. É que eu não consigo suportar a ideia de vê-la com outro, eu te amo. Na verdade sou louco por você!

- Eu também, meu anjo. Não consigo viver sem você - digo e ele sorri e me dá mais um beijo. - Mas pode ficar sossegado porque o Augusto é apenas um amigo. AMIGO nada mais que isso. Ok?

- Ok - responde com aquele sorriso perfeito, os lábios rosados a centímetros dos meus.

- Pode confiar em mim. Eu apenas o chamei aqui porque sou muito ruim em Matemática. O matéria pra matar! Argh! Que coisa chata! Para que tudo aquilo de conta, todas aquelas fórmulas? A gente nem vai usar aquilo. Argh! Mas voltando ao assunto... Então, eu o chamei porque ele realmente é um gênio. O garoto consegue tirar cem em quase todas as matérias! Tipo, quem consegue isso? - pergunto balançando a cabeça e me lembro dos troféus que vi no seu facebook. Troféus de melhor aluno.

Ele dá uma risada sarcástica.

- Eu consigo.

- Consegue? - Finjo espanto como se não soubesse de nada.

- Sim. Minha nota mais baixa de todas é nove e meio, em Educação Física, pois naquele tempo eu não gostava.

- Como se você é todo sarado? - pergunto irônica.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now