45 - Sumiço permanente

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Rafael:

Meus amigos chegaram ao Castelo umas meia hora depois de eu ter mandado chama-los. Não entenderam a minha urgência e exigência para que eles não se atrasassem.

Quando o criado anunciou a chegada deles, pedi que subissem ao meu escritório e tranquei a porta logo em seguida. Não esperei pelos questionamentos e despejei tudo de uma vez. Quando contei que a Agatha estava grávida e eu precisava da ajuda deles para invadir Darkinan, Igor e Jean quase entraram em choque.

— O quê?! — gritaram em uníssono.

— Você ficou louco, Rafael? — Jean perguntou incrédulo.

— Depois eu que sou o pirado. Você engravidou a neta do Rei Gregory! — gritou Igor, interrompendo Jean.

— Calma. — Pedi estendendo as mãos. — Fala mais baixo, meus pais ainda não sabem.

— Ainda bem né?! Se eles soubessem aí sim eu ia ter certeza que você precisava ser internado. Por Deus! — Igor gritou, ainda mais alterado.

— Rafa, eu sempre te achei o mais o racional e correto de nós três. Mas hoje preciso concordar com o Igor. Você foi longe demais. Vocês vão ter um filho! — Sua voz se elevou. — Um bebê Luminum e Magnum. Isso nunca aconteceu na história. Você tem ideia do que fizeram?

Respirei fundo e me joguei na minha cadeira de couro. Virei um copo de água de uma vez só. Esfreguei os olhos e tentei manter a calma.

— Igor, Jean. — Chamei. — Eu sei que fomos longe demais. Porém, o que está feito, está. — Passei as mãos pelos cabelos. — O que quero dizer é que a Agatha fugiu de mim, porque sabia que eu faria de tudo para o nosso filho vir ao mundo. Eu sempre amei as crianças, e sempre quis ser pai. Jamais permitiria que ela tirasse nosso filho. — Inspirei com dificuldade e mexi as mãos sobre a mesa. — O que quero dizer, é que preciso da ajuda de vocês. Tenho certeza que ela está se escondendo em Darkinan, e como vocês já me levaram lá..., eu preciso ir novamente. — Ergui o olhar e os encarei. — Antes que seja tarde. — Acrescentei. — Posso contar com vocês?

Ambos desabaram no sofá a minha frente.

Alguns minutos intermináveis se passaram até que o Igor quebrou o silêncio:

— Cara. — Chamou. — É complicado... Agora é tudo muito diferente. Antes era diversão, agora.... — Arregalou os olhos. — Estamos com uma batata quente em mãos. Um bebê está em jogo!

Soltei o ar com força.

— Você tem certeza que ela está em Darkinan, Rafa? — Jean perguntou. — Porque ela não vai conseguir esconder uma gravidez para sempre.

Igor bocejou

— Ah por favor, Jean. Ela é uma feiticeira. Ou melhor, uma Magnum. Acha que vai ser difícil para ela, esconder uma gravidez? — Balançou a cabeça arregalando os olhos. — Claro que não, né? De quantos meses ela está? — perguntou sério demais. Nem parecia ele mesmo.

— Hum... — Pensei um pouco. — Pelos meus cálculos desde que a gente... — Engoli em seco e eles riram. — Vocês sabem. Ela deve estar perto de completar dois meses de gestação. Mas...

— Então temos pouco tempo. — Igor saltou do sofá. Sua expressão de repente assumindo um semblante determinado. Diferente do semblante aterrorizado de antes. — Vamos lá. Temos um bebê para salvar. — Ergueu o indicador e sorriu de lado. — Um bebê poderoso, presumo. Você vem, Jean?

— Igor, você está falando sério...? Eu-eu... — Comecei.

Ele deu tapinhas no meu ombro direito.

— Estou, futuro paizão. Entenda, eu também gosto de uma feiticeira. — Desviou o olhar e suspirou. — E a sua Magnum me ensinou a não ser um babaca.

Sorri com sua sinceridade.

— Agora falta você gostar de uma feiticeira, Jean. — Brinquei rindo. — Aí o nosso trio estará perfeito. — Jean desviou o olhar e pareceu triste. Me ignorou. — Obrigado, Igor.

— Vamos lá? — Igor se prontificou. Parecia ansioso. Minha morena realmente tinha mudado ele.

Quando o Jean ia responder um estrondo enorme ressoou pelo Céu. Um relâmpago provocou um clarão tremendo e nós três nos entreolhamos.

— Isso não é um bom sinal.

— O quê? — Quis saber.

— Eu ouvi certa vez que, assim como as mulheres humanas e anjas, a gravidez de uma feiticeira mexe com ela, e aumenta os seus poderes... — Engoliu em seco e se dirigiu para a varanda. Eu e Igor fomos atrás. — Olha esse Céu. Não é normal.

— Precisamos nos apressar. — Igor falou. — Estamos ficando sem tempo.

— Igor tem razão. — Afirmei.

E então, antes que pudéssemos falar mais alguma coisa; outro estrondo ribombou. E o céu ficou mais escuro. Ao longe uma névoa escura recobria Darkinan, e então o ar ficou mais frio.

— Trevósi! — Uma voz feminina e grave gritou ao longe. E de alguma forma eu sabia que era a dela.

— Agatha. — Murmurei.

Mais um estrondo e o vento forte passou cortante, precisamos tampar o rosto com as mãos. E num instante, Darkinan sumiu.

— O quê?! — Igor soltou incrédulo.

— Como-como? — Jean gaguejou.

Desabei no chão. Minha ficha caindo.

— Foi ela. Não quer ser encontrada. A bipolaridade de novo. — Escondi a cabeça nos joelhos. — Nosso filho...

E então tudo ficou escuro.

A última coisa que ouvi foi a voz dos meus amigos, chamando meu nome.


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Olá leitores! Tudo bem? 

Capítulo postado. Esse foi um pouquinho mais curto, mas espero que tenham curtido. Ps: estou tentando fazer mais curto, para facilitar para quem lê pelo celular. 

Me digam se preferem capítulos longos ou curtos. 

Enfim. Fiquem com Deus!

Beijocas e até! 

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now