57 - A Batalha Final - Parte I

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CAPÍTULO SEM REVISÃO


Agatha:

Uma das coisas que mais odeio nessa vida, é ser pega de surpresa. E pior ainda: ser a última a saber das coisas. Eu estava tentando manter a calma e permanecer calada para não fazer cagada, e agir por impulso. Entretanto, não aguentei mais.

Não aguentei ver minha mãe, minha tia-avó e aquela fingida da Paula falarem aquele monte de baboseira. Descendente da Isabela? Que? Elas só podiam estar ficando louca. E ainda mais louco que isso, dizer que o que eu e o Rafael sentíamos era fruto de uma maldição.

Eu estava incrédula. Quer dizer, eu sabia o que vivi. Sabia o que senti e o que sinto pelo Rafael. Nosso filho era fruto desse amor proibido. Nosso filho. O Alfredo havia me dito naquele diário, sobre a criança prometida e minha mãe também havia falado sobre, quando bisbilhotei a conversa dela com minha tia sara. Porém, jamais achei que o nosso amor fosse devido a uma multidão.

Foi então que uma raiva intensa me dominou. Era muita coisa para assimilar. Ser desmascarada em frente a toda Darkinan e Lumina, e na Guerra o que era pior, foi a pior coisa que me aconteceu. Pela primeira vez, eu fiquei sem reação. Já tinha ignorado o Rafael. Ele não devia ter feito aquele showzinho. Poderíamos ter resolvido pacificamente. Eu teria pensado em algo, mas não. Ele foi imprudente e falou demais, como sempre.

O estresse foi tão intenso, que não respondi por mim. Meu corpo voltou a tremer, ainda mais descontrolado que antes. Senti minhas entranhas fervendo. Era como ter gasolina correndo por minhas veias, e como se meu sangue fosse uma chama acesa. Não demorou muito para eu entrar em erupção. Quando dei por mim eu já estava no céu. Meu poder explodiu por todo o meu corpo. Involuntariamente, eu estava mexendo no tempo também, porque os trovões e relâmpagos haviam dobrado sua intensidade. Nuvens tinham se fechado e a noite estava ainda mais escura.

Sentia as trevas me rodeando. Sentia a presença pesada delas, se fechando envolta de mim. E então para minha surpresa, a minha barriga cresceu mais. A dor era tremenda. Em contrapartida, meus olhos também começaram a queimar e os senti se expandindo, como se tivessem aumentando o tamanho deles e ocupando o lugar de minhas bochechas.

De repente, arquejei meu corpo em desespero, inclinando-o para trás. E foi então que senti cada célula, cada molécula do meu corpo se expandindo. Meus ossos começaram a se remexer dentro de minha carne, e me contorci no ar. Os tremores se tornaram mais fortes e em um piscar de olhos, eu havia crescido. Meu corpo triplicou de tamanho. As pessoas abaixo de mim ficaram do tamanho de formiguinhas, e a espada em minha mão se tornou como um graveto.

Pisquei sem entender. Senti a sede de morte das trevas. Elas queriam entrar em meu corpo e me dar seu poder. Pisquei de novo, percebendo minha visão muito mais aguçada, como a dos felinos.

Saí de meus devaneios com o alerta dele. Tinha ficado meio paralisada e perdido o interesse no chão. Apertei a espadinha em minha palma e desejei que ela ficasse proporcional a mim. No mesmo instante ela cresceu em minha mão direita, e eu já não estava mais segurando-a em minha palma, mas em seu cabo.

― Finalmente, Agatha. Finalmente você aceitou o que é. ― Isabela se pronunciou, chamando minha atenção.

Virei-me surpresa, ao ouvir a voz da vadia.

― Você!

― Sim. Eu mesma. Está surpresa, em conhecer sua tataravó, querida? ― perguntou cínica.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now