Bem e Mal Lados Opostos

61 - Jantar em Lumina - Parte I

CAPÍTULO SEM REVISÃO:

Agatha:

Respirei fundo e ergui a cabeça desfazendo amassados inexistentes em meu vestido, pela terceira vez. Eu havia escolhido um vestido roxo longo, elegante, com uma fenda no lado direito, ombro a ombro e decote coração. Meus cabelos estavam soltos embaixo com longos cachos e presos em cima com uma presilha pente de flor e strass brilhantes, bem delicada ― eu ia fazer um coque, mas a Régi sugeriu deixar o cabelo solto ―, calcei scarpin preto, bico fino e passei uma make leve com batom nude. Escolhi um colar de coração roxo e azul, com uma par de asas de anjo prateadas, que o cobria (pensei que talvez fosse uma forma de fazer alguma honra para meus ex-inimigos), com brincos de coraçãocombinando, eu não lembrava de os ter comprado, talvez tivesse ganhado de alguém, mas achei que combinava com o look. Completei com o meu manto roxo-violeta quase na cor azul-marinho.

Quando finalizei com meu perfume e ia descer, minha amiga sugeriu com um sorriso, que eu usasse um anel com grande pedra azul céu-de-verão, que estava em minha penteadeira. Eu não entendi, mas achei que ele combinava com a cor do colar e dos brincos, e já que não usava nada nos pulsos, decidi ouvi-la. O anel era quente e parecia reconfortante de alguma forma. Não conseguia me lembrar de onde ele era, mas me intrigava e me lançava uma sensação boa. Sorri ao coloca-lo no anelar esquerdo, e ela abriu mais ainda mais o sorriso. Não entendi, mas sorri de volta, pois o anel serviu como uma luva.

― Você está linda, amiga.

― Obrigada, Régi. ― Respondi, analisando-a também, enquanto entrávamos no portal de luz vermelha, que ela havia aberto. ― Você também está. Esse vestido mostarda ficou perfeito em você. Realçou a cor âmbar dos seus olhos e de seus cabelos vermelho-alaranjados. Adorei.

Régi sorriu de volta. Ela estava com os cabelos presos em um coque elegante, calçava sandálias nude, usava um vestido de mangas longas, com decote fechado na frente e cavado nas costas, ele era formato sereia, ao contrário do meu que era estilo princesa (não tão armado, mas estilo princesa). Régi completava o look com batom vermelho e acessórios dourados e sofisticados.

― Calma, amiga. Não há amassado nenhum em seu vestido. ― A ruiva me disse, rindo. Nem havia percebido que eu ainda estava alisando meu vestido.

― Não estou nervosa. ― Menti.

― Você mente mal, Rainha Magnum. Vejo que já foi uma boa atriz, hoje não é mais. ― Gargalhou, enquanto atravessávamos o longo jardim de Lumina.

― Sua sem graça. ― Resmunguei batendo em seu braço.

Enquanto andávamos, alguns guardas se curvaram e acenei de volta com a cabeça. O jardim de Lumina era lindo. Todo florido com rosas brancas, azuis, lilás, amarelas, vermelhas e cor-de-rosa e mais outras flores lindas, que não sabia o nome. Distingui algumas margaridas e lírios brancos. Sorri. Sofisticação, delicadeza e realeza se misturando.

Um longo corredor de pedras brancas, levava até a entrada do castelo. Dois guardas estavam ao lado da larga porta dupla de ouro. Subimos os degraus e imediatamente eles abriram as portas.

Sorri e Régi apertou minha mão enluvada. As longas luvas violetas e de veludo como o meu longo manto, escondiam minhas mãos frias, por sorte decidi coloca-las.

Era impossível conter o frio na barriga. Eu estava em solo inimigo, onde a Guerra já tinha acontecido e por algum motivo, agora eu era bem vista aqui. Era ainda mais estranho saber que já estive aqui e fui apresentada como namorada do Príncipe, agora Rei. Era estranho saber que gerei a herdeira de Lumina e que já tive um caso com o Rei ― quem eu devia matar. Suspirei. Rafael Luminum. Só de pensar nele, meu estômago se revirava com a sensação de mil borboletas se debatendo; minha pele se arrepiava e minha boca ficava seca. Eu não conseguia me lembrar de nós. Apenas sentia a sensação das mãos quentes dele em meu corpo, dos lábios rosados nos meus. Havia me lembrado das sensações e não das cenas. Infelizmente minha memória não estava de volta e isso me deixava nervosa. Pela primeira vez não sabia o que dizer. Regiane me disse que ele me amava, mas eu não sabia o que esperar...