30 - Cartas sobre a mesa

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Rafael:

Acordei com o sol brilhando radiante fazendo os meus olhos arderem pela claridade repentina, pois eu havia esquecido de fechar as cortinas ontem à noite. Mas mesmo a luz do sol não foi capaz de estragar o meu humor. Sorri e esfreguei os olhos. Pulei da cama feliz e espreguicei-me. Nem acreditava que havia voltado com a Agatha. Era como se eu tivesse sido resgatado de um pesadelo.

Olhei na direção do relógio e vi que ainda eram seis e meia. Então desci para a academia do castelo e malhei por cerca de meia hora, depois voltei para o meu quarto e tomei um banho rápido.

Vesti um terno azul-marinho, penteei os cabelos de lado e coloquei a coroa dourada. Passei perfume, desodorante e desci para o café da manhã com minha família. No caminho cumprimentei alguns empregados que ficaram surpresos com a minha felicidade repentina.

Por fim, fui o primeiro a chegar à mesa. Ao me ver se aproximar, um mordomo de meia-idade aproximou-se e puxou a cadeira para que eu me sentasse.

— Obrigado, Mário.

— Alteza. — Falou e me reverenciou.

— Está um belo dia, não? — ele franziu o cenho sem entender a melhora súbita no meu humor, e apenas concordou com a cabeça.

Cocei o queixo sorrindo como um bobo, quando senti o celular vibrar no bolso do paletó. Olhei para os lados para ver se não estava sendo observado e quando constatei que estava realmente sozinho, peguei o celular do bolso e sorri mais ainda quando vi que era uma mensagem dela. Estava escrita assim e com três coraçõezinhos no final:

Bom dia, meu anjo! Espero que tenha dormido bem (Ps: gostaria que você tivesse dormido comigo, assim eu garantiria que você realmente dormisse bem...). Te adoro!

Beijos de sua A.M.

Sorri ainda mais com a palavra "sua", e respondi a mensagem rapidamente. Fiquei tão empolgado que não percebi quando meus pais e a minha irmã chegaram.

— Bom dia, filho! — minha mãe me cumprimentou entusiasmada, me tirando de meus devaneios. — Acordou cedo hoje.

— Bom dia, mãe! Sua benção. — Pedi com um aceno de cabeça. — Sim, acordei cedo hoje. Está um belo dia, não?

Cumprimentei meu pai e minha irmã, e elogiei o penteado novo da mesma. Gabriela franziu o cenho estranhando o meu elogio. Minha mãe notou a minha felicidade e perguntou o que tinha me feito melhorar tão rapidamente. Sorri de lado e respondi que não era nada, que eu apenas havia acordado de bom humor. Meu pai me olhou de lado e arqueou as sobrancelhas desconfiado, lembrei-me da nossa conversa há um tempo atrás e achei que ele poderia saber do que se tratava. Limpei a garganta, assim que terminei de comer a minha salada de frutas.

— Mãe, hoje irei finalmente terminar de escolher tudo para o meu baile de máscaras. Estou decidido a terminar os preparativos hoje.

— Que ótimo, meu filho! Isso me deixa muito feliz. — Disse sorrindo. — Acho que os decoradores, fotógrafos, o chefe da orquestra e o DJ chegam daqui alguns minutos.

— Formidável! Estarei na biblioteca lendo um pouco, assim que eles chegarem, por favor me avise. — Reverenciei-os com a cabeça. — Com licença. — E saí da mesa.

Agora sim, a inspiração havia voltado e finalmente eu terminarei os preparativos da minha festa de aniversário. Minha inspiração tinha um nome: Agatha Magnum. Sorri lembrando dela e sentei-me numa poltrona com um livro de poesias em mãos.

Agatha:

Acordei bocejando, espreguiçando-me e esfregando os olhos, sonolenta. Sorri, recordando-me do que tinha acontecido ontem à noite. Não podia acreditar que eu tinha voltado com o Rafa. Era surreal demais. E pensar que agora ele queria namorar sério e que iria pedir permissão para o meu pai?! Fazia tudo isso parecer um sonho improvável.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now