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Bryan Narrando:

Já faz um tempo que tamo recebendo altos papo, de que os alemão tão querendo subir e pá. Meu pai, Alex e os cara, só ficava nessa de esperar a hora certa. Mas porra, que hora certa irmão? Tu sabe a hora que os filha da puta vai subir ? Não sabe, então a hora certa é a gente que faz.
Já tava tudo esquematizado à uma cota, eu ia invadir, e ia matar o cuzão, mas aí veio a notícia que mudou muita coisa, eu ia ser pai. Então se eu desse mole, meu filho não ia ter um pai.

Não tinha como dar errado, e a pressão tava matando irmão. Todo dia ficar esperando os filha da puta pra troca no teti a teti. Todo dia acordar preparado pra guerra e a guerra não acontece, mas se não acontece, nos faz acontecer e pronto.
Mudei algumas parada, mas continuei decidido a subir, era eu, ou era ele. Meu pai ia ficar puto nessa visão, mas aí, aqui não tem moleque pra ficar esperando ação de cuzudo sem disposição. Tem que falar e fazer, se fala e não fazer, eu vou lá e faço, não dá em nada.

Acordei sem encheçao de saco da Clara na mente, mandei Rala fora fácil fácil. Escovei os dentes, lavei o rosto, coloquei uma calça de tectel preta, uma blusa de manga, preta, tenis da mizuno, coloquei um boné socadão, peguei uma mochila, acendi um baseado, mandei ele todinho, peguei a xre na garagem, já passei uma fita isolante na placa e desci pra boca.

__ fala truta - Marreta tocou na minha mão.
__ E aí fiel - Retribui o toque.
__ Tudo preparado, só esperando tu mandar ir - Dan saiu e veio perto de nós.
__ Os carro tudo no jeito né? - Olhei em volta.
__ Tudo parceiro. Tudo. Só falta tu vesti seu colete, e nos meter o pé - Esfregou as mãos.
__ Então é nois, agora é a hora - Falei e peguei o colete e já mandei uma blusa de frio por cima.

Eu e Marreta ia de moto, era muito mais perigoso, mais era o dobro de agilidade, já chega e sai cortando tiro desembolado. Marreta era piloto pra caralho, então achei melhor ir com ele.
Já subi na garupa da XR, assenti e os carro já começaram a descer, benzi no sinal da cruz e Marreta já acelerou.
Pegamos uma estrada pouco movimentada e subimos numa trilha.
Não vou negar que to meio assim, porque quem tem cu tem medo. Mas aí, pior é fica esperando eles subir e tomar os morrão.

Chegamos mais perto, Dan me passou a AK 47 e a três oitão.
Já coloquei em pé entre eu e Marreta e aceleramos mais ainda. Os primeiros carros já estava chegando, e de longe eu já conseguia ouvir os tiros.
Era bem cedinho, provavelmente estariam só os loucos e os travados na rua.
Chegamos e já coloquei as monstra em punho. Marreta subia cortando tudo e o carro de Dan na frente.
Onde eu via cabeça eu sentava o dedo sem dó. Era tiro pra todo lado.
Marreta cortou no beco que dava acesso a boca, e aí era só nos e Deus, o carro não passava
Tiro comendo solto, em cima das lajes eu só mirava a 38, tava guardando o presentinho pro Pom, RAM.
__ A o filha da puta, a o filha da puta - Marreta gritou e acelerou.
Ele tava subindo numa CB 300, com uma pistola na mão e um outro cara já vinha na garupa.
Mirei e sentei o dedo sem dó. Ele foi pra revidar, mas perdeu a arma na marra da dor, fomos passando em frente eles e eu não parava, o outro já tava no inferno, mas ele, era vaso, ruim, não fechava o olho e não tirava o olho de mim, dei mais uns quatro e Marreta já saiu vazado.
Meu nextel tava vibrando era o Dan.

Início da ligação:
__ Fala filha da puta - Atendi.
__ Qual foi menor, Vamo meter o pé, não tem mais ninguém na rua, teu pai já tá sabendo do bagulho todo - Falou.
__ To indo pra rua principal - Respondi e desliguei.
Fim da ligação.

__ Aí, pode ir pra rua principal - Falei com Marreta.
Chegamos lá e já tava geral só esperando, dei um sinal e já saiu e rasgando.
Eles não estavam esperando, então estavam na pior, com coisa de uma hora já não tinha mais cuzão nenhum na rua, e os que estava, já tinham descido pro andar de baixo.
Dan passou a visão que meu pai tava bolado, mas isso a gente resolvia depois.

Saímos cortando tudo, já estávamos quase chegando no morro, quando Marreta foi desviar do montinho de areia e perdeu todo controle da xre, ela foi chiando na maior velocidade, quando dei por mim já tava no chão.
__ Porra, me ajuda aqui - Falei e soltei um gemido de dor.
__ Pior hora pra acontecer uma parada dessas - Dan já veio me levantando.
__ Vai no carro vocês e eu e Michel vamos na moto - Falou.
__ Entortou o guidão geral em - Michel Levantou a moto.

Já entrei no carro, Marreta do lado, os meninos foram vazados na frente e nos atrás.
Eu mal conseguia dirigir de tanta dor.
__ Caralho, meu braço tá doendo à vera - Reclamei.
__ Passa pra mim nego - Dudu falou e já pegou o comando.

Já fomos direto pro postinho no morro. Dan ligou pro meu pai e não demorou muito, ele e a tropa chegou.
Meu pai não falava nada, só ficava fitando o teto, com cara de poucos amigos, respirando fundo.
Fizeram uns curativos né mim, enfaixou minha perna que tava toda ralada, e colocaram gesso no meu braço, porque destronquei o dedão.
Fomos pra casa e meu pai continuava naquela, bolado. Minha mãe chorando horrores, maior perturbação, parecia que eu tinha morrido.

Tava de cabeça quente, fui pro quarto, e fiquei de boa com Alexandra.
__ melhor eu ir pra sala, porque daqui a pouco Clara chega toda possessa aí - Já ia se levantando mas Segurei ela.
__ Tem Clara mais não, pode ficar de boa aí - Falei e Ri.
__ Como assim? - Me olhou.
__ To com ela mais não pô - Dei de ombros.
__ Gente, babada Master chefe - Colocou a mão na boca.
__ To na pista - Gargalhei.
__ E no que depender de mim, vai continuar - Fez bico e riu.
__ AM, tá é me tirando em - Balancei a cabeça negativamente.
__ Jamais preto - pegou o celular.
__ Ala, já vai fazer fofoca - Falei.
__ Fazer fofoca não, informar a minha amiga Bia - Retrucou e nos rimos.

Nicotina - Livro BônusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora