32

5.6K 618 90
                                    

Leia com a música.

Fumamos o baseado até a ponta, fiquei rachando.
__ Esse é do bom – Dei uma golada na coca cola.
__ Tá liga né. Ram – Assentiu.
Bryan sentou do meu lado, beijou meu pescoço, e eu me virei, iniciamos um beijo quente, como sempre.
Ele me pressionou contra ele e mordeu meus lábios.
Eu já estava piscando babado, quando ele interrompeu o beijou e ficou me olhando.

__ Que foi filho? – Arregalei os olhos.
__ Queria conversar contigo – Coçou a nuca.
__ Pode falar – Dei de ombros.
__ Então, já cansei de te falar que já passei da minha fase de sair pegando de bobeira mesmo, que tava querendo ficar de boa agora – Começou falar e eu interrompi.
__ Aí, vai direto ao ponto Bryan – Apressei.

__ Ih porra, deixa eu falar – Riu.
__ Fala logo – Arqueei a sobrancelha.
__ Aí nos começou ficar e tal, de boa, uma parada maneira, tu só é um pouco sem juízo, mas é mina firmeza. Tava querendo conversar com teu pai – Falou e eu dei um grito engasgando com a coca cola.
__ Tá louco ? que baseado é esse caralho? – Falei assustada.
__ Qual foi ?
__ Meu pai te mata, meu pai me mata, meu pai nos mata – O olhei.

__ Tu acha que não vale o risco? Quero ficar de boa contigo pô – Abriu os braços.
__ Aí, para de brincadeira boba, hoje eu não tô afim de k.o não – Falei sem paciência.
__ Quem tá brincando Alexandra ? Tô falando sério – Segurou meu braço.
__ Não tá bom assim? Que mais que tu quer ?
__ Quero ficar com você, de boa, curti os baile junto sem preocupar com nada, curti as festa de família junto. Tu não quer ser minha mulher não Alexandra ? – Me olhou fixo.

__ Bryan, olha o que tu tá falando comigo. Você é doido cara. Não dá, nos somos diferentes. Eu tenho 17 anos, tu acha mesmo que sirvo pra ser mulher de bandido? Não tenho mentalidade pra isso não, eu quero curti minha vida, to nova. – Falei firme.
__ É isso ? – Fitou o chão.
__ Tu não já curtiu sua vida? Então, to curtindo a minha – Fiquei de pé na frente dele.
__ Nos não somos crianças mais não Alexandra, pra ficar saindo escondido, com medo de alguém ver, tá louca? Isso é coisa de adolescente sonhador – Ficou de pé na minha frente.
__ Bryan, na verdade tu só tá querendo uma fiel, qualquer uma que tu tivesse ficando, iria servir, como sou eu, caiu nas minhas costas né?

__ Para de potoca filha, não fala o que tu não sabe não – Apontou o dedo na minha cara.
__ Tá vendo, tu acha que eu vou aceitar umas coisas dessas ? Nos vamos cair na mão – Abri os braços.
__ Então é isso né Alexandra? – Virou as costas.
__ Pensa aí Bryan, tu tá me pressionando – Coloquei as mãos no rosto.
__ To te pressionando não, te joguei meu papo, tu não abraçou. Então já era, é isso mesmo – Falou.
__ Então nos não vamos nos encontrar mais ? – Perguntei.
__ Não, não tô aqui pra ficar satisfazendo vontade de novinha emocionada – Se virou e me olhou.
__ Olha, não tô entendendo mais nada – Peguei minha bolsa e fui saindo.
Não olhei pra trás, ele não veio atrás, o portão abriu e eu sai.
Tava tarde, chamei um uber e fiquei esperando perto de um lugar movimentando.

Minha mente tava a milhão.
O uber chegou, seguiu pro morro e eu fiquei olhando a janela, com esperança de chegar alguma mensagem no meu celular e aquilo tudo ser mentira. Eu não queria ouvir aquelas coisas nunca, principalmente dele. Eu não quero ser mulher de ninguém, não agora.
Cheguei no pé do morro, paguei a corrida e fui subindo toda estranha, não conseguia pensar, só ia indo por rumo.
__ Ou – Ouvi um grito, de uma voz conhecida, me virei e era o João e a Bia, que estavam sentados na pracinha.
__ Aí gente, que bom que vocês estão aqui – Fui correndo até eles.
__ Que foi mi? – Bia me olhou e me abraçou.
__ Alguém fez alguma coisa contigo ? – João me tocou.
__ Não, não, eu quero ficar aqui sentada no meio de vocês, caladinha, como nos velhos tempos – Sentei e a Bia sentou de um lado e João do outro.
Deitei minha cabeça no ombro do João e a Bia segurou minhas mãos.

Fiquei olhando o chão, vendo nada e pensando em tanta coisa.
Meu coração estava doendo, parecia ter algo agarrado na minha garganta. Eu não sabia se queria falar, gritar, berrar, parecia espinho de peixe, que dói toda vez que a gente engole.
__ O Bryan – Suspirei.
__ Que que tem ele? – João perguntou.
__ Ele é doido, queria conversar com meu pai. Gente, meu pai ia me matar de tanto bater – Fechei os olhos.
__ Conversa o que? – Bia perguntou.
__ Pra gente ficar juntos.

__ E você não deixou?– João levantou minha cabeça e me olhou.
__ Não né, tu acha mesmo que to pronta pra largar minha vida e me prender a alguém com a vida tão complicada? – Dei de ombros.
__ Oh mi, calma, tudo é no tempo de Deus. Quando for a hora você vai saber – Bia beijou meu rosto.
__ Mas eu não quero gente, eu não quero nada com ele, nem com ninguém – Meus olhos começaram a minar.
__ Então por que tu tá querendo chorar ? – João perguntou.
_ Porque eu não queria que acontecesse isso – Suspirei.
__ Tá tarde, vou deixar vocês em casa – Ele falou e nos fomos.

Me deixaram na porta de casa e subiram pra casa de Bia, entrei direto pro meu quarto, deitei na cama do jeito que estava, as lágrimas rolaram involuntariamente e eu peguei no sono.

Nicotina - Livro BônusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora