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Alexandra Narrando:

Mais um dia atrasada pro baile, mas não tem babado amor, nos chega atrasada mas chega causando. Se não for pra parar o baile eu nem acordo.
Liguei meu som no último volume, e enquanto dançava pelo quarto, eu procura um salto que combinasse com meu vestido branco da labellamafia. A chapinha esquentou, joguei o muco pro lado e tirei as marcações.

_ Oh novinha, tão sensual – Cantarolei rebolando na frente do espelho.
Passei meu batom latika número 33.
Calcei meu salto preto da bubu, uma bolsinha de lado preta também, coloquei o batom, mandei um áudio pra Bia, coloquei o celular na bolsa, desliguei o som é desci. Tranquei a casa e guardei minha chave na bolsa.

Logo a Bia apareceu com sua bis branca.
_ Hoje eu quero vim pra casa carregada – Fez uma dancinha em cima da moto.
_ Nem fala, quero acordar tomando glicose – Falei ajeitando meu vestido e sentando atrás dela.

Joguei meu cabelo pra trás e ela foi. Hoje o baile era na favela do filho do Renan, porque é aniversário do Renan, aí vai rolar uma surpresa la, mas uma hora dessas a surpresa já foi, já voltou e nos tamos aqui ainda.
Passamos pelas duas divisas e logo chegamos. O som tava naquele pique, estrondando tudo. Bia estacionou perto do camarote, ajeitei meu vestido e fomos subindo.

Já estavam todos lá, geral embrazando já, já peguei um copão de caipirinha e fui dançando pra perto da minha mãe e das meninas.
_ Demorou mas chegou em – Valesca me olhou.
_ Bem plena tia – Abracei ela.
_ Oi Dindas – Bia abraçou minha mãe e a Valesca.
_ Seu pai já te te olhando furioso – Minha mãe falou.
_ Pau vai te achar em – Suzana falou.
_ Não tem k.o tia, o pau não me acha, e se achar nos cai pra dentro – Remexi a bunda.

Peguei um energético e fui perto do meu pai.
_ Que cara é essa pai – Fiz bico e comecei gargalha.
_ Começa não em Alexandra, tá soltinha demais – Sussurrou.
_ Não sou passarinho não pai – Falei e fui saindo pra grade.

O movimento lá em baixo tava demais, olhei pra Bia e ela me olhou já entendendo tudo.
Falei com minha mãe onde íamos, completei meu copo e descemos entrando no meio do povo.
Paramos em uma parte perto do palco, viramos levantei o copo pro alto e comecei a rebolar a raba, eu jogava pro alto, rebolava, fazia quadrinho, sentava e o caralho a quatro.

_ Quero um baseado – Bia falou no meu ouvido.
_ Cadê? Quero um fino também – Falei rebolando.
_ Tenho um aqui, Vamo lá pra trás do banheiro – Falou e fomos saindo no meio da multidão.
Nos afastamos do banheiro, lá não ficava ninguém, só as novinhas pagando quete pros boy, mas isso bem mais tarde.

Bia pegou um fininho de cinco e acendeu.
_ Esse é do bom – Deu duas bolas.
_ Tirou onda, to precisando de um assim – Peguei da mão dela e comecei a marolar.
_ Esse baile tá gostosinho mana – Bia falou mexendo a raba.
_ Nem me fale, quero ficar aqui até meio dia – Passei baseado pra ela.

Ela deu mais umas bola e começou a tossir, a onda bateu.
Peguei o baseado e fui fumando até tossir também.
_ Vamos voltar pra não dar na cara – Entreguei a ponta pra ela, pra ela por no cemitério de pontas.

Passamos no banheiro e meu olho estava igual brasa, vermelhão, não posso nem pensar em ir no camarote agora.
_ Tu tá com muita marola – Bia falou.
_ To mesmo – Falei cheirando meu cabelo.
_ Vamos enfiar no meio do povo, perto de alguém que tá fumando – ela falou me puxando e nos voltamos.

Peguei caipirinha na conta do meu pai, la no barzinho e fui pro meio do povo.
Eu tava loucona, na maior brisa, joguei a bunda pro alto e comecei a embrazar gostosinho.

_ To tarada, to tarada – Bia cantarolava rebolando.
_ Eu sento e represento jogando na sua cara – Cantarolei também.
Os boy passava olhando, mas ninguém se atrevia mexer com as filhas dos chefes.
Meu cabelo grande batendo na bunda, mexia no mesmo ritimo que eu.

_ Então vem jogando a tcheca novinha – Cantei jogando pro alto.
_ Passa a língua na cabeça do jeito que tu quiser – Bia jogava o copo pro alto.
_ Botando e tirando, botando e tirando – Completei.

A madrugada ja tava batendo, lá no fim já dava pra ver que o dia já estava clareando.
_ Aí, teu pai tá te chamando – Um vapor falou no meu ouvido.
_ Vamos lá Bia – Virei os olhos. _ Como tá meus olhos.
_ Tá de boa, já passou já – Falou e nos Rimos.

Joguei o restinho de caipirinha fora e subimos.
_ Oi pai? – Cheguei atrás dele.
_ Vamo embora ue – Falou.
_ Ah não pai, nos chegamos por último, temos que ir por último também – Cruzei os braços.
_ Deixa a menina Alex, tem muitos conhecidos aqui – Minha mãe falou empurrando ele de leve pra ir embora.
_ Se eu ficar sabendo de alguma coisa, já sabe né – Assentiu ameaçando e saiu.

_ Você vai ficar também Bia ? – Dodo perguntou.
_ Vou pai – Assentiu.
_ Cuida da novinha aí –  Bagunçou meu cabelo.
_ Aí tiooo – Falei arrumando meu cabelo.
_ Fica de olho pra nós aí em Bryan – Meu pai falou e ele que estava de canto fumando um baseado, assentiu.

Eles foram  embora, peguei outro copo de caipirinha pra mim e outro pra Bia e voltamos.
O dia já estava clareando e o baile ainda tava lotado, minha maquiagem toda craquelando e eu muito louca.

_ Então sarra a bunda no chão – Falei rebolando e sentando.
_ Então sarra o popozão – Bia fazia quadradinho.
_ Novinho não para, novinho não para – Cantarolei quebrando.
_ Deixa elas doidona de balinha e de maconha – Bia completou.

Curtimos até sete horas da manhã e fomos embora com o sol na metade do céu já, todo mundo saindo pra trabalhar, afinal sábado né, os comércios abrindo e eu e Bia chegando em casa, ela me deixou na porta de casa, tirei meu salto pra não fazer barulho, entrei e fui pisando pianinhos pro meu quarto.
Tomei um banho, escovei os dentes e capotei.

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Eai lindassss? primeiro capítulo já mostrando o quanto vai ser difícil essas duas juntas em. 😂👏🎶🙊🍺💃

Nicotina - Livro BônusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora